A tradição de 29 anos do bloco Baiacu na Vara vai se espalhar por Ponta Negra a partir deste sábado em uma ramificação do bloco.
Mas calma, o dia tradicional de folia na quarta-feira de cinzas na Redinha está fincado na história e nada muda.
Com o nome Baiacu Astral, o primeiro ano do bloco se concentra no Astral Sucos, na orla de Ponta Negra, a partir das 15h e segue o percurso até o Espaço Du Sol, às 18h30.
Animação fica por conta de Rosinha Fonseca, da Orquestra Astral, da Banda Leão de Judá e do tradicionalíssimo cantor e compositor João Mendonça, que também pede licença à Redinha para emprestar no Litoral Sul.
No sábado seguinte, dia 22, o Baiacu Astral se concentra no Bar do Caranguejo, às 16h, e segue até o Mercado de Ponta Negra.
No domingo de carnaval é o dia da folia oficial do novo bloco, com concentração no bar Só Mais Uma, às 20h, animado pela Banda Detroit, e com percurso até o local do show da cantora Margareth Menezes.
A fundadora do bloco, Cristina Medeiros lembra que o Baiacu na Vara é constantemente convidado a se somar aos carnavais de outras localidades. Há seis anos já foi Baiacu Pipado, em Pipa, e Baiacu na Rede, quando abriu o carnaval em Pirangi.
Se o baiacu, peixe que inspirou o nome do bloco e abundante nos mares da Redinha, não se dá em outros mares, a animação da troça cabe em qualquer canto.
O Festival Solidário apresenta sua primeira edição unindo diversas bandas do novo cenário potiguar, além de artistas visuais, workshop e flash tattoo no Espaço Moara, em Ponta Negra, a partir das 15h deste domingo.
No line-up, o festival conta com as bandas Ardu, BEX, Uma Sra. Limonada, Luan Bates e Ciro e a Cidade apresentando seus mais recentes trabalhos.
Nas artes visuais, o evento terá exposições dos artistas Filipe Marcus, Maluz e Nayara White. Haverá também um workshop de acrobacia com o professor Kleiton José e Flash Tattoo com a equipe do Estúdio Coven, também de Natal.
E porque o nome Festival Solidário? O arrecadado com o evento será revertido ao tratamento do cachorro Thoby, um poodle de estimação de músicos da banda Tertuliê e que sofreu ataques de outro cão que lhe deixou com fraturas.
Ingressos antecipados a R$ 15; na hora, a entrada custará R$ 20.
Festival Solidário – 1ª Edição
Data: 10/02/2019
Horário: 15h às 20h
Entrada: R$15 (antecipado); R$20 (na hora)
Local: Espaço Moara – Rua das Conchas, 2199, Ponta Negra.
Vendas na Sympla: AQUI
Mais um ensaio aberto do Bloco Suvaco do Careca acontece este domingo e agora em novo endereço, com palco montado próximo ao bar e restaurante Curió na Av. Praia de Ponta Negra.
A programação, que começa a partir das 16h, terá como atrações a Roda de Samba Batuque de um Povo; a Bateria da Escola de Samba Balanço do Morro com direito a passistas, Mestre Sala e Porta Bandeira, mais presença da Banda do Suvaco para arrematar o baile em grande estilo para alegria dos foliões de plantão.
A mudança de local foi definida para garantir mais espaço, conforto, tranquilidade e segurança ao público. O acesso é gratuito!
No repertório da Banda do Suvaco, que este ano está sob o comando do Maestro Neemias Lopes, estão garantidos sambas, frevos e marchinhas clássicas que fazem a alegria do Carnaval de rua do Brasil.
O Suvaco do Careca foi eleito em 2018 o melhor “Bloco do Ano” pelo júri oficial do Prêmio Dosinho de Carnaval, prêmio que consolida a presença do bloco na programação oficial do Polo Ponta Negra do Carnaval de Natal.
Blues, baladas e canções na noite de Ponta Negra neste sábado (08/09) a partir das 21h com o Trio Rock. O grupo se apresenta no Bar 54 (Rua Porto Mirim, Conjunto Ponta Negra), resgatando clássicos de artistas que marcaram a história da música pop mundial.
O trio é formado por Giancarlo Vieira (Voz, violão e gaitas) e Moisés Lima (Violão, gaitas e voz) e Ângelo Magalhães (percussão), que já se apresentaram em vários palcos natalenses e de outros estados.
No repertório, canções dos Beatles, Rolling Stones, Bee Gees, Elvis, Pink Floyd, Dire Straits, Bob Dylan, entre outros grandes nomes da história do Rock e Blues, além de canções autorais.
O Trio Rock, formado em 2011, é integrado por ex integrantes da banda Os Grogs e atuais do Cangalha Blues, que trazem na bagagem uma grande experiência de palco e de interpretações no cancioneiro pop.
Destaque para as interpretações acústicas, harmonias vocais na releitura de canções que marcaram a história do rock.
O projeto se apresenta em vários bares e casas noturnas natalenses com boa aceitação do público local.
O Conexão Elefante Cultural coloca o “pé na estrada” novamente para levar dança, teatro, circo e muita alegria às praças públicas do estado. Em um caminhão “carregado” com a animação da Trupe da Luz, o projeto já tem dois destinos confirmados para este final de semana, Macaíba (23) e Vila de Ponta Negra (24). As apresentações são gratuitas e livres para todas as idades.
Antes dos espetáculos, o Conexão promove oficina e bate-papo com jovens e crianças das cidades visitadas. Na sexta-feira (23), em Macaíba a programação começa pela oficina com a Trupe da Luz na Casa de Cultura Popular às 14h, seguindo com cortejo nas ruas da cidade às 16h e, finalizando com espetáculo, às 16h30 na Praça Augusto Severo, que vai contar com a participação especial do grupo de teatro da cidade “Nascidos da Cultura”. No sábado (24) na Vila de Ponta Negra, a apresentação acontece na Praça da Igrejinha de São João, a partir das 16h.
Na formação da Trupe o público pode prestigiar o trabalho de grandes artistas do cenário potiguar nas seguintes companhias: Clowns de Shakespeare com o espetáculo “As Caçadoras de Histórias”, Tropa Trupe com “A Lenda do Trapezista Cego” e o Entre Nós Coletivo de Criação com o trabalho “Tromba”.
Dirigido por Diana Fontes, o projeto já se encontra em sua 3ª edição estadual. Esta conta com o patrocínio da Cosern através da Lei Câmara Cascudo e Governo do Estado do Rio Grande do Norte.
Com duas edições já realizadas, tanto estaduais quanto municipais, o Conexão Elefante Cultural contabiliza 50 apresentações, mais de 100 artistas envolvidos, 12 oficinas e 25 cidades do Rio Grande do Norte visitadas, entre elas: Natal, Jardim do Seridó, Cruzeta, Florânia, Acari, Apodi, Mossoró, Santana do Matos, Lajes, Extremoz, Maxaranguape, Tabatinga, Pirangi, Nova Cruz, Ceará Mirim, Goianinha, Baía Formosa, Caicó, Santana do Seridó, Currais Novos, Campo Grande, Assú, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Macaíba.
Conexão Elefante Cultural
Dias/Locais/Horário
23/02: Macaíba-RN
– Oficina às 14h na Casa de Cultura Popular;
– Cortejo nas ruas às 16h;
– Apresentação na Praça Augusto Severo (Centro) ás 16h30.
24/02: Vila de Ponta Negra – Natal
– Apresentação na Praça da Igrejinha de São João às 16h.
Plateia Urbana é um evento multicultural e colaborativo que tem por objetivo proporcionar um dia de lazer e cultura na praça e possibilitar prática profissional efetiva aos alunos do curso de Eventos do IFRN. O evento acontece neste domingo, das 14h às 18h na Praça do Disco Voador, em Ponta Negra. O acesso é livre e gratuito.
O projeto faz parte da disciplina de Planejamento e Organização de Eventos, ministrada pela professora Patrícia Amaral e possibilita a participação em todas as etapas de um evento, desde o pré-evento, transevento e pós-evento.
A elaboração da atividade integra o conhecimento acumulado das diversas disciplinas ministradas no curso, como elaboração de projetos, hospitalidade e sustentabilidade, o que explica o caráter ecossustentável da proposta, como também a potencialidade dos diversos talentos dos alunos nas áreas e equipes formadas.
O evento acontece em duas etapas: a parceria com o Reviva Praça realizará no sábado a organização, limpeza e reparo da estrutura da praça, para que no domingo possa ocorrer a programação cultural.
PLATEIA URBANA é uma iniciativa da turma 2017.1 do Curso Técnico Subsequente em Eventos do IFRN Cidade Alta e conta com o apoio de Nova Tatto Estudio; A3 Copiadora, RN BOTTONS, Comercial 2001, MCOPOS, Mesa e Cia Locadora.
● Oficina de Zine: Thiago Jonas (14h00 – 15h00)
● Roda de conversa – Tema: Feminismo – Vitoria Cecilia e Nathalya Oliveira (14h00-15h00)
● Aula de dança com Instrutor FitDance – Marcelo Gomes (15h00 – 16h00)
● Show musical – Brau Kaúle (16h00 – 16h40)
● Show musical – Soul Rebel (16h40 – 17h20)
● Show musical – Flamel e Bea mc (17h20 – 18h)
● Exposição e venda de Arte: Solarart (artesanato); Wilka Godinho (artes plásticas);
Pazciência (sketchbooks); Letícia Azevedo (Desenho); Joyce Cavalcanti (Desenho);
Rasteliê (Camisas e desenhos); Maria Eduarda (barbante com poesias)
● Slack Line: Gustavo GTO
● Venda de mudas de mini cactos e suculentas – Marinara Tavares
● Bazar: Escambo das Racha – Ana Lus
● Recreação
PLATEIA URBANA
DATA: 25 de fevereiro
HORÁRIO: 14h às 18h
LOCAL: Praça do Disco Voador – Rua Praia de Camboinhas, 2 – Ponta Negra.
REALIZAÇÃO: Eventos IFRN
INFORMAÇÕES/CONTATO: Jhony Hericles – (84) 98782-4436 | jhonycostta@gmail.com
www.facebook.com/plateiaurbana | instagram: @plateiaurbana
Vai cair na folia esse ano? Prefere pular ou brincar Carnaval? O reinado de Momo em Natal promete ser um dos mais animados dos últimos tempos, e o bloco Suvaco do Careca faz parte dessa festa animando o sábado e domingo no Polo Multicultural Ponta Negra. Muita música, alegria e descontração com a Orquestra Dragões do Frevo, com toda programação gratuita.
A concentração do Suvaco do Careca será na Av. Praia de Genipabu, nos dois dias, sempre a partir das 16h, na área do palco estruturado pela Prefeitura de Natal para os shows da Virada Cultural – rua lateral ao Praia Shopping. A saída do bloco em cortejo está marcada para às 18h30, até o palco principal na Praça Ecológica (próximo ao Vilarte).
No domingo, dia 11, antes do bloco ganhar as ruas do conjunto Ponta Negra, o Suvaco promove a primeira edição de seu concurso de fantasias com prêmios especiais para os dois primeiros lugares nas categorias infantil, adulto e cosplay.
A PITÚ reforçou parceria na reta final e está oferecendo 300 litros de caipirinha para os foliões com mais de 18 anos que estiverem com a versão 2018 da camisa do bloco – camisas à venda por R$ 30 no Dunnas Restaurante, Av. Praia de Genipabu (conjunto Ponta Negra).
Palco Praia de Genipabu: concentração do bloco Suvaco do Careca
. sábado dia 10: Banda Leão de Judá / Orquestra Greiosa / 3 Passos / MC Priguissa + show de Spok Frevo Orquestra (PE) no palco principal 22h
. domingo dia 11: Felipe Toca / Bando das Brenhas / Luiza e Os Alquimistas / Giros in Solos + show de Margareth Menezes (BA) no palco principal 22h
Promoção exclusiva: serão oferecidos 300 litros de caipirinha free da PITÚ no sábado (10) e domingo (11) de Carnaval para os foliões (+18 anos) que estiverem vestindo um dos modelos 2018 da camisa do bloco.
Camisetas já à venda por R$ 30 no Restaurante Dunnas – Av. Praia de Genipabu, Ponta Negra.
No domingo de Carnaval, dia 11, antes da saída do bloco, o Suvaco do Careca promove a primeira edição de seu concurso de fantasias, com direito a prêmios especiais em três categorias: infantil, adulto e cosplay para os dois primeiros lugares. A escolha será definida pelo público!
1° lugar – 2 diárias no hotel Quality Suítes
2° lugar – mergulho em Maracajaú + acompanhante (com transfer)
1° lugar – 2 diárias hotel Comfort
2° lugar – passeio para Galinhos + acompanhante (com transfer)
1° lugar – 4 entradas no Manoa Parque (sem transfer) + 4 almoços no Dunnas Restaurante
2° lugar – 4 almoços no Dunnas Restaurante
Fundado em 2011 por um grupo de foliões que trabalham na área de turismo, interessados permanecer na cidade durante o Carnaval, o Suvaco do Careca surgiu com a proposta de valorizar as tradições da folia com muito samba, frevo e as marchinhas que marcam os carnavais de todos os tempos.
Para colocar o bloco na rua, o Suvaco do Careca conta com patrocínio da Prefeitura de Natal através do programa de incentivo à cultura Djalma Maranhão, do Hotel Comfort, Hotel Quality e Universidade Uninassau.
Todos nós sabemos que diante da relevância da história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, são bastante escassos os trabalhos ligados as memórias dos brasileiros que estiveram no front europeu.
Esses eram os inimigos – Submarino alemão U-848 atacado em 5 de novembro de 1943. Foto obtida a partir do avião do tenente Charles A. Baldwin, da reserva da marinha americana, esquadrão VB-107.
Se a situação dos trabalhos de história ligados as pessoas que cruzaram o oceano para lutar na Itália é no mínimo limitada, mais difícil são os depoimentos daqueles que estiveram patrulhando as nossas praias, aguardando a chegada de um inimigo que poderia desembarcar a qualquer momento.
Quatro meses antes do dia 22 de agosto de 1942, dia oficial da declaração de guerra do Brasil contra a Alemanha e a Itália, o então ministro da guerra, general Zenóbio da Costa cria o chamado “Plano de Defesa do Exército do Nordeste”. Em suas linhas estão as ordens para milhares de soldados brasileiros designados para esta missão. Eles deveriam exercer forte vigilância sobre o litoral e este trabalho cabia aos homens ligados a 7ª Região Militar, então um órgão de comando regional (atualmente extinto) do Exército Brasileiro, com sede em Recife. A Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil também participavam destes esforços de defesa, mas de outras maneiras.
Unidades do exército foram deslocadas para as praias nordestinas. Homens de várias partes do país ocupam o litoral, em uma forma de defesa um tanto questionável no sentido bélico. Na verdade eram mais observadores de ocorrências anômalas nas nossas praias, que propriamente uma força de combate capaz de deter uma possível invasão.
Mas eram importantes em sua função e esta atividade tinha seu valor.
Acredito que as altas patentes militares brasileiras apontavam para outros objetivos. Como o de evitar o desembarque de espiões através de submarinos e a própria questão do contexto psicológico de transmitir a população destas regiões costeiras que as nossas forças estavam presentes nas nossas praias, participando da nossa defesa.
Soldado brasileiro observando o litoral do Nordeste em busca de submarinos nazistas, mas em uma condição de trabalho muito limitada – Fonte – Coleção do autor.
Fosse ou não por estas razões, o certo é que a vida destes soldados do nosso exército em patrulhas litorâneas não era nada fácil.
Além de terem de aguentar as provocações daqueles que diziam que eles estavam na praia “tomando sol”, havia a precariedade de alojamentos, da alimentação, a incerteza da aparição do inimigo, a monotonia das praias desertas, o desgaste provocado principalmente pelo valoroso sol nordestino, pelo sal, pela areia, vento, da chuva que de vez em quando caía e a saudade de casa, principalmente para aqueles que tinham vindo de longe.
Realmente a situação era monótona. Mas nem sempre!
Anos atrás, quando nem sonhava escrever livros sobre história, conheci o Senhor Clóvis Ramalho Ribeiro Dantas, pai de nossa grande amiga, a economista Vivianne Fernandes Ribeiro Dantas, esta uma competente funcionária do Tribunal Regional do Trabalho de Natal.
Praia de Ponta Negra na década de 1930, em fotografia de Jaeci Emereciano Galvão.
Seu Clóvis, como eu o chamava, era aposentado do antigo BANDERN, homem sério, trabalhador, maçom, calmo e que gostava de contar histórias da época da Segunda Guerra. Falava sempre de seus sofrimentos como um dos “praianos”, como eram chamados estes combatentes litorâneos. Narrava sobre as patrulhas, da falta do que fazer do desgaste de ficar olhando o dia todo o mar, das patrulhas noturnas vendo e do dia a dia desta função.
Mas um dia algo surgiu no horizonte e tudo foi diferente e movimentado.
Seu Clóvis narrou que era no “começo do ano de 43, em janeiro”, ele estava de patrulha na região de Ponta Negra, na área próxima a atual Via Costeira, região bem deserta do nosso litoral naquela época, mas que atualmente concentra suntuosos hotéis que recebem milhares de turistas que visitam Natal.
Segundo ele foi um amigo seu, também militar, que foi o primeiro a avistar o pequeno barco. Para esta pessoa, o que chamou a sua atenção para o mar foi vários pássaros volteando sobre um ponto e depois ele percebeu a pequena embarcação.
Logo alguém, ou a própria maré, trouxe o barco para terra e vários patrulheiros brasileiros foram olhar. Seu Clóvis estava entre eles.
O que chamou atenção dele, ainda quando estava caminhando a certa distância da balsa, foi o cheiro de carne podre. Dentro do barco salva-vidas estava a razão; havia um corpo humano em estado de putrefação. Era um homem, militar norte americano, com roupas e divisas de um oficial do exército daquele país. O corpo estava bem desidratado, muito queimado, com várias feridas na pele provocadas pelo sol e pelos pássaros, a cabeça pendendo na beira da balsa e, o que mais chamou a atenção de Seu Clóvis, os lábios do falecido se abrindo de forma grotesca e mostrando a arcada dentária, devido à ação do sol.
Na época ele me contou que se aguentou como pode, mas muitos colegas desandaram a vomitar diante do quadro. Outros fizeram o sinal da cruz e rezaram pela alma do morto.
Era a guerra que, mesmo sem chegar diretamente a Natal, mandava um recado dizendo que existia.
Outra coisa que chamou atenção do jovem soldado brasileiro era uma pequena bolsa que o americano trazia amarrada si. Um sargento abriu para verificar o conteúdo e encontrou, segundo Seu Clóvis, várias “plaquinhas, daquelas que tinham nomes”.
Ele estava falando das famosas placas de identificação, existente em vários exércitos envolvidos durante a Segunda Guerra Mundial. Utilizadas primariamente na identificação do seu portador em caso de morte ou ferimento, as plaquinhas serviam também como fonte de informações médicas para tratamento, sempre trazendo o tipo sanguíneo e outros dados. Os norte americanos chamavam este material de “Dog Tag”, por causa de sua semelhança com as placas colocadas em coleiras, utilizadas para identificar cachorros.
Logo chegaram à praia muitos militares americanos. Eram oficiais e praças, que reviraram o corpo, revistaram o que havia, fotografaram tudo, tomaram notas, buscaram informações junto aos patrulheiros através de intérpretes. Tudo sem muita conversa, sem choro, calados e reservados. Em pouco tempo os militares estadunidenses pegaram o cadáver, a bolsa com as plaquinhas, a balsa, colocaram em um veículo e foram embora.
O natalense Clóvis Ramalho Ribeiro Dantas nunca mais esqueceu este dia, nem este fato. Mas até a sua morte, ocorrida em 2008, nunca soube quem era o americano na balsa. Achava que o ocupante do barquinho fora vítima de algum submarino, que afundou um navio e jamais soube seu nome.
Vida que segue.
Eu nunca mais esqueci a história que Seu Clóvis me contou, até pela riqueza de detalhes e a forma eloquente como ele narrava este episódio. Mas ao mesmo tempo, devido à falta de informações transmitidas aos brasileiros sobre o corpo na balsa, poucos eram os detalhes sobre o caso.
Recentemente me lembrei da história de Seu Clóvis e como hoje temos esta inigualável ferramenta (tanto para o bem, como para o mau) que se chama internet, me veio a mente procurar manter contatos com pessoas pelo mundo afora, buscando alguma informação sobre este episódio. Em um fórum sobre aviação, deixei informações e, para minha sorte e surpresa, através do Sr. Henry F. Mann, de Sidney, na Austrália, me mandou uma prestativa mensagem onde remetia as fotos de duas páginas de antigos jornais do seu país. Os periódicos eram de janeiro de 1943 e havia uma interessante história sobre um acidente de aviação no meio do Oceano Atlântico.
Em uma nota do jornal australiano “The Mail”, da cidade de Adelaide, edição de 20 de fevereiro de 1943, na primeira página, informa que um pequeno bote salva-vidas de borracha, levando o corpo do major Arthur Mills, membro do “Army Air Corps Ferry Command”, derivou até uma praia perto de Natal, Brasil.
Segundo o correspondente da United Press lotado na capital potiguar, a nota acrescentava que no barco não havia nem comida e nem água, e que a balsa provavelmente tinha seguido a deriva por mais de 1.000 milhas, atravessando o Atlântico Sul.
Apontava a nota que o major Mills lutou para sobreviver, pois no pequeno barco havia ossos de peixes e que um daqueles tradicionais emblemas com uma águia (que os americanos colocavam nos quepes de oficiais durante a Segunda Guerra) foi transformado em um anzol improvisado.
Mais significativo era o fato de ter sido encontrado juto com o corpo, seis placas “Dog tag”, indicando que outros seis aviadores tinham falecido, provavelmente na balsa, em meio uma tremenda agonia de sede e fome. Os nomes dessas seis vítimas não foram divulgados.
Era uma história muito parecida a que me foi contada por Seu Clóvis.
Já o periódico “The Sydney Morning Herald”, edição do dia 24 de janeiro de 1943, na oitava página, encontramos a notícia que segue. Dois membros da (R.A.A.F.) Royal Australian Air Force – Real Força Aérea Australiana, o piloto W. T. B. Smithson e o sargento H. V. Lamb, além de treze britânicos e doze americanos estavam desaparecidos em decorrência da perda de um avião de transportes americano no Atlântico Sul. A nota ainda informava que o corpo do Major Arthur Mills, havia sido levado em uma balsa salva-vidas para o litoral brasileiro.
A nota encerrava informando que alguns bens pessoais de outros aviadores foram encontrados na balsa.
Então me lembrei que em Recife, um amigo possui um exemplar do livro “The eagle in the egg” e poderia ter alguma coisa sobre este caso.
Escrito em 1949 pelo tenente coronel Oliver La Farge, e publicado pela Hougton Biffin Company,, de Boston, este material com 319 páginas trás com detalhes a história do ATC – Air Transport Command (Comando de Transporte Aéreo), que foi o órgão que desenvolveu a rede de aviões, aeroportos, campos de pouso e toda estrutura do transporte aéreo americano na Segunda Guerra Mundial.
O avião C-87
A meu pedido ele fez uma busca e encontrou na página 194, que pouco antes da meia-noite de 17 de janeiro de 1943, um avião de transporte modelo Consolidated C-87 “Liberator Express”, número de registro 41-1708, decolou da cidade africana de Acra, na antiga Costa do Ouro, atual Gana, em direção a Natal. O seu piloto era o capitão Captain Orval Eknes Mijkpen e ele transportava basicamente passageiros. Consta no livro que devido a um bom e forte vento de cauda, o capitão Elwes planejava fazer a viagem sem escalas, apenas sobrevoando a ilha de Ascenção, uma rocha vulcânica no meio do Oceano Atlântico, pertencente à Inglaterra e igualmente uma importante base aérea de apoio.
Mas este avião simplesmente desapareceu.
Ao meio dia de 18 de janeiro, foram iniciadas as buscas da aeronave ao longo do percurso que, embora prejudicada por más condições meteorológicas, continuou até 30 de janeiro de 1943, tanto pelo ar, como por militares buscando nas praias brasileiras sinais trazidos do mar.
No dia 31 as buscas foram oficialmente encerradas e nenhum destroço foi encontrado.
Em 5 de fevereiro, uma sexta-feira, dezenove dias depois do C-87 41-1708 haver decolado na noite de Acra, os soldados brasileiros em Ponta Negra, entre eles Clóvis Ramalho Ribeiro Dantas, avistaram um bote salva-vidas onde estava o corpo desidratado do Major Arthur Mills.
Consta em “The eagle in the egg”, que os homens que padeceram sobre as águas do Atlântico, mesmo estando com uma caderneta, não deixaram registros ou documentos para elucidar o mistério do desaparecimento do C-87.
O Interessante foi que o autor confirmou a nota do jornal australiano, de que havia ossos e um distintivo de quepe de coronel, transformado em anzol.
Para o tenente Coronel La Farge, era evidente que o avião havia pousado com sucesso na água e que os homens a bordo (ou parte deles) deveriam ter conseguido evacuar com sucesso da aeronave sinistrada, mas em grande pressa, pois aparentemente não traziam todos os seus equipamentos de sobrevivência na balsa.
O inquérito que se seguiu apontou que o capitão Elwes era um dos melhores pilotos a voar sobre a África, que ele não estava cansado, não tinha bebido na noite anterior a partida de Acra. Os registros apontam que o comportamento de toda a tripulação antes do voo foi sem alterações. Ocorreu a habitual inspeção antes da decolagem e os motores estavam em ótimo estado.
O livro afirma que o avião era relativamente novo em serviço, sem ter voado de forma excessiva. Além do mais não houve incidente incomum e nem mensagem alguma foi recebida do avião depois que seguiu viagem.
Para o autor do livro, tenente Coronel La Farge, a provável explicação deste acidente foi que poderia ter ocorrido algum problema com o combustível a bordo ou, o C-87 poderia ter sido derrubado por um submarino alemão, onde mesmo avariado ainda teve condições de pousar.
São apenas teorias. A verdade sobre o que realmente aconteceu ao C-87 “Liberator Express” provavelmente nunca será conhecida.
O Major Arthur Mills era um ex-piloto de transporte do correio aéreo nos Estados Unidos, era natural da cidade de Muscatine, estado de Iowa.
Entre os ocupantes da aeronave havia o sargento Ross Ballard Moore Jr., do Texas. Ele se graduou em 1940, depois ingressou no Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos e morreu neste acidente. Foi o único tripulante ao qual consegui uma fotografia e existe uma estranha história envolvendo este militar.
Neste site aqui, em meio a uma série de informações equivocadas em relação a este acidente, uma parente sua informa que na noite de 15 de janeiro de 1943, a irmã mais velha de Ballard, chamada Dorothy Lee, acordou vendo o rapaz ao pé de sua cama. Ela ficou surpresa e se assustou, pois sabia que o mesmo se encontrava na América do Sul. Pior foi que ela ouviu aquela figura dizer claramente que “-Você vai ter que cuidar da mãe agora, eu não vou ser capaz.” Consta que ela começou a perguntar o que ele estava falando e ele se foi. Segundo a informação encontrada neste site, a família só soube do acidente dois dias depois.
A 9ª edição do Carnaval Multicultural de Natal reunirá atrações nacionais, o melhor da pluralidade da música regional, troças, blocos, bandas de frevo, escolas de samba e tribos de índio juntamente com prévias que já aquecem o Carnaval desde os primeiros dias de fevereiro.
Sem dúvida, a edição com maior número de atrações nacionais: Alceu Valença, Moraes Moreira, Maria Alcina, Elba Ramalho, Margareth Menezes, Casuarina, Antônio Nóbrega, Spok Orquestra, e ainda a banda local de destaque nacional, Cavaleiros do Forró. Sem contar com a Banda Grafith.
Um carnaval realmente capaz de atração turística, com apoio privado e propício a arrecadar dividendos ao cofre municipal. Mas a Prefeitura do Natal insiste no pecado da má divulgação. E o investimento se perde por pura falta de estratégia midiática.
Além dos patrocinadores da iniciativa privada, o evento conta também com a renúncia fiscal através da Lei Djalma Maranhão. A grade da programação mantém a tradição dos Polos Multiculturais. Ponta Negra, Redinha, Rocas, Centro Histórico, Ribeira, Virada Carnavalesca (Ponta Negra), Largo do Atheneu e Praça Cívica.
A folia abre oficialmente dia 23 de fevereiro, com o tradicional Baile de Máscaras, no Largo do Atheneu. O Rei Momo marombado, Bruno Henrique Borges e a Rainha Rozeane Albuquerque, bailarina da EdTAM, recebem do prefeito Cadu Alves a chave da cidade para comandar o período momesco. A abertura terá o som pernambucano de Spok Frevo e artistas potiguares.
Na sexta-feira (24), em Ponta Negra, show de Moraes Moreira e artistas selecionados através dos editais públicos lançados pela Prefeitura do Natal. No Largo do Atheneu, Grandes Carnavais com Bangalafumenga na Praça Cívica.
No sábado (25), a Redinha herda, de novo, o show da banda Cavaleiros do Forró. Em Ponta Negra show de Elba Ramalho. E na Ribeira, desfile das Escolas de Samba e Tribos de Índios.
Domingo (26) é a vez de Alceu Valença subir no palco do Polo Ponta Negra. A lendária Maria Alcina comanda o Desfile das Kengas no Centro Histórico. E ainda Grandes Carnavais e Monobloco na Praça Cívica. Na Ribeira, o segundo dia do desfile das Escolas de Samba e Tribos de Índios.
Na segunda-feira (27) a folia segue com Margareth Menezes em Ponta Negra. Na Ribeira, o último dia do desfile das Escolas de Samba e Tribos. E na Redinha, depois de Cavaleiros de Forró no sábado, tem banda Grafith.
Na terça-feira (28) é dia do melhor do samba no bairro das Rocas com Casuarina. E em Ponta Negra, Antônio Nóbrega ao lado de diversas atrações musicais potiguares.
Pronto, essa foi a divulgação da programação pela Prefeitura, com alguma edição deste blogueiro. Senti falta dos horários dos shows e, principalmente, das atrações potiguares no release.
E-mail: Sergiovilarjor@gmail.com
Celular / Zap: (84) 9 9929.6595 Fale Conosco Assessoria Papo Cultura