Documentários transformam pesquisas em história viva dos sertões

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Por Ana Beatriz Vilar

m Caicó, um projeto inovador está levando as histórias e pesquisas sobre os sertões nordestinos para além das salas de aula e das estantes acadêmicas. Sob roteiro e direção de Lourival Andrade, docente do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHC) do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES/UFRN), os documentários produzidos pela Trapiá Filmes e co-produzidos pela Arte e Vida Produções, estão transformando dissertações acadêmicas em narrativas audiovisuais acessíveis a todos.

O professor Lourival explica que a ideia surgiu da percepção de que muitas histórias poderiam ser contadas através do audiovisual, aproveitando o potencial da Associação Cultural Trapiá, que possui um núcleo dedicado à produção cinematográfica. “Desde que cheguei ao Seridó para trabalhar como professor, percebi que muitas histórias poderiam ser contadas através do audiovisual”, diz o professor.

Visando alcançar um público mais amplo e diversificado, os documentários têm sido um sucesso. “Em menos de 4 dias, os documentários já foram acessados por mais de 2.000 pessoas. Ou seja, as pesquisas de nossos egressos estão atingindo um público que não teria acesso a este conteúdo”, afirma o professor Andrade.

Uma das principais maneiras de alcançar esse objetivo é transformar as dissertações acadêmicas em documentários cinematográficos. “Escolhemos 07 pesquisas que pudessem render um bom roteiro, boas imagens e que pudessem dialogar com diferentes temáticas”, explica Lourival.

Ainda sobre a importância da divulgação do projeto, a pesquisadora Hozana Danize Lopes, destaca: “Ao meu ver, a importância desse projeto está na produção e, principalmente, na divulgação das pesquisas em um formato que torna o conhecimento e a própria pesquisa acessível para diferentes públicos, uma vez que se trata da produção a partir de um formato visual que só contribui para a divulgação científica”.

Hozana é mestre em História e participou das gravações com sua dissertação “Sítio Culumins: Um Olhar Sobre o Sertão do Seridó”.

Os sertões nordestinos, com sua diversidade cultural e histórica, muitas vezes permanecem desconhecidos para o público em geral. Iniciativas que transformam pesquisas acadêmicas em documentários têm o poder de mudar essa realidade.

“Penso que a produção visual tem por característica o poder de atingir diferentes públicos, e isso torna os sertões em suas diferentes abordagens mais conhecidos. Assim, esses novos olhares contribuem para que mais pessoas possam entender o que são os lugares que foram qualificados e ficaram conhecidos como sertão”, explica Hozana.

As gravações do projeto ocorreram em diversas cidades do Rio Grande do Norte e do Ceará, buscando retratar a diversidade e riqueza cultural dos sertões.

Viabilizada pelo edital nº 20/2022, com um orçamento de R$ 22.673,28, a produção dos documentários representa a segunda etapa do projeto “Sertões em foco: História e Educação Científica” do PPGHC. Com apoio da Fapern, as gravações dos documentários puderam ser produzidas com todo o cuidado e qualidade necessários e ampliadas nacionalmente por meio do YouTube.

“O apoio a ações como essa é estratégico para a Fapern, pois não somente estamos fomentando a pesquisa científica, mas sobretudo ações que fortalecem uma cultura científica. Articular projetos de pesquisa com memória e identidade favorece o entendimento da população sobre o que é ciência, e esta é um bem acessível e necessário à cidadania de qualquer civilização democrática”, afirma o Diretor-Presidente da Fapern, Gilton Sampaio.

A colaboração da Fapern foi essencial para viabilizar o projeto. “Sem os recursos financeiros seria impossível realizar este projeto e com a qualidade que ele merece”, destaca Lourival Andrade.

Os documentários já estão disponíveis no canal do PPGHC/UFRN no YouTube e abordam uma variedade de temas, desde o messianismo nos sertões do RN até as representações do sertão nordestino na produção quadrinística potiguar. “Esperamos que mais dissertações possam ser transformadas em documentários para que mais pessoas possam ter acesso ao que produzimos em nosso programa e na UFRN”, conclui o professor Andrade.

Redação

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