‘O baú de Filomena’ é o mais novo livro da escritora Tereza Custódio. O lançamento será às 20h desta segunda-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em parceria com a CJA Editora, a UBE/RN e o Mulherio das Letras Zila Mamede.
A obra com protagonismo feminino e escrita por uma mulher narra o retorno de Filomena Vieira às suas raízes na Fazenda Riacho Claro, no sertão nordestino. No casarão, o velho baú de couro, que pertenceu à sua avó portuguesa, desvela segredos sombrios e histórias de vivências de mulheres oprimidas e de vozes silenciadas nesse contexto familiar patriarcal.
As personagens, miscigenadas das etnias formadoras do povo brasileiro, levam-nos a uma reflexão sobre relações sociais discriminatórias e nossa ancestralidade plural.
Para o lançamento foi preparada uma live especial mediada pela produtora cultural Carla Alves e com as participações especiais de Ana Cláudia Trigueiro, Andreia Braz e José de Castro. A transmissão será no canal no Facebook e pelos canais do Mulherio das Letras Zila Mamede e UBE/RN, no Youtube.
O Baú de Filomena conta a história de três gerações de mulheres marcadas por questões que afligem até os dias atuais, dentre elas o patriarcalismo e a violência de gênero.
A obra, vencedora de um concurso literário da Editora CJA, traz ao público uma narrativa densa e muito bem construída, urdida com os fios da memória.
A saga da família Vieira tem início em Portugal, na década de 1920, numa época em que a voz da mulher era silenciada e seu papel era gerar filhos e servir à família.
Depois de perder seus pais e de casar as irmãs mais novas, Maria da Conceição Vieira deixa as terras lusitanas para viver no Sertão Central do Ceará, passando a escrever um novo capítulo de sua história, que agora é lembrada por sua neta Filomena, através de cartas que revelam questões profundas de mulheres que protagonizam a obra.
Mas a trama vai além disso, mergulha na tradição e faz refletir sobre temas inquietantes ligados à ancestralidade, dentre eles a religiosidade de matriz africana, o sincretismo religioso, a influência da cultura indígena e o valor da terra.
Tereza Custódio, assim como a escritora norte-americana Joan Don Chittister, sabe que, “[…] quando uma mulher está consciente de como se tece o mundo ao seu redor, obriga-se a dizer sua parte de verdade em benefício de toda mulher que nasça no futuro”.
Tereza Custódio é cearense, mas mora em Natal desde 1976. Professora aposentada do IFRN.
Em 2016, lançou seu primeiro livro, “O bálsamo”, pela editora Chiado/Portugal, romance premiado pela Diretoria da União Brasileira de Escritores (UBE/RJ) como também ganhador do Troféu Literatura – 2018 pela ZL Editora.
Em 2017, ganhou o primeiro lugar como trovadora em concurso pela UBT/Juiz de Fora.
Em 2018, publicou os livros infantis bilíngue “A vida colorida de Vitória” e “Vitória vai à feira”.
Publicou cordéis e recentemente foi aprovada em concurso nacional para compor a Coletânea sobre os 210 anos de Nísia Floresta.
Seu segundo romance “O baú de Filomena”, recebeu o 1º Lugar no I Edital de Premiação e Seleção de Obras Literárias/2019 na editora CJA Categoria Novela e 2º Lugar no Prêmio Maria Eugênia Montenegro de Romance, pela Fundação José Augusto/2020.
Tereza Custódio participou com poemas, crônicas e contos de algumas antologias nacionais e internacionais. Membro de entidades literárias e presidente da União Brasileira de Escritores (UBE/RN). Colabora com os blogs Substantivo Plural e Papo Cultura.
Esta obra foi selecionada pela Lei Aldir Blanc RN, Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
A Coleção de Cordéis Dez Mulheres Potiguares será lançada na próxima terça (8), Dia Internacional da Mulher e fará homenagem, em versos, a dez mulheres que fazem ou fizeram história potiguar. O lançamento será às 18h, em formato de live pelo Instagram da Casa do Cordel.
O material é totalmente elaborado por mulheres, desde as capas em xilogravuras, feitas pelas artistas Célia Albuquerque e Cecília Guimarães, até aos versos das poetisas que compõem o time de autoras dos dez folhetos. São elas:
Lançamento da 4º edição da Coleção “Dez Mulheres Potiguares”
Data: 08 de março – 18h
Local: Evento online – Live no Instagram da Casa do Cordel (@casa.docordel)
Para os amantes da poesia potiguar, uma ótima notícia! O Sarau Quinta das Artes realiza neste mês de março, mês da poesia, a temporada “Por Entre Versos e Poesia”.
Durante todas as quintas do mês, às 20h, no Canal Sarau Quinta das Artes no YouTube, poetas norte-rio-grandenses convidados irão dialogar com a professora Carla Alves sobre poesia potiguar.
Nesta quinta-feira (04) a estreia da temporada de lives terá o tema “Nísia Floresta Presente” e contará com os convidados Constância Lima Duarte, Nilson Eloy e Isadora Gondim. Todos eles possuem relações com o tema e a história de Nísia.
Durante todas as lives serão realizados sorteios de livros para os espectadores.
A temporada 2021 do Sarau Quinta das Artes tem patrocínio privado por meio da Lei Câmara Cascudo, do Governo do Estado. Conta também com o apoio da ASSEFIT RN (Associação dos Ex-Alunos das Escolas Federais, Industriais e Técnicas do RN), IFRN e Livraria Cooperativa Cultural UFRN.
Exibição: Canal Sarau Quinta das Artes no YouTube
Realização: Carla Alves Produção Cultural
DIA 04 – NÍSIA FLORESTA PRESENTE – Convidados: Constância Lima Duarte, Nilson Eloy e Isadora Gondim.
DIA 11 – MULHERES NA POESIA: ARTE E RESISTÊNCIA – Convidadas: Anchella Monte, Jeanne Araújo e Marina Rabelo.
DIA 18 – MELANINA, FOGO E ARDÊNCIA: A POESIA QUE PULSA – Convidados: Jefferson Turibio, Regina Azevedo e Thiago Medeiros.
DIA 25 – SLAM DE POESIA – Convidados: Karla Souza, Bárbara Maria e poetas do slam de poesia potiguar
Uma visão deteriorada do mundo, o livro de crônicas de zedelfino, também conhecido como Zé Delfino, médico anestesiologista, acaba de ser disponibilizado no formato e-book, na loja virtual da Amazon.
O livro, lançado pela Z Editora em 2019, reúne escritos sobre os mais diversos temas, todos com as características da prosa – escrita e oral – de Zé Delfino: olhar agudo, criatividade, humor – aqui e acolá com uma dose de picardia. Tudo sob uma escrita leve e atraente.
A capa e o projeto gráfico são de Vítor Marinho.
Uma visão deteriorada do mundo, cuja edição impressa está esgotada, marcou a última noite de autógrafos em Natal a reunir centenas de pessoas, na galeria Fernando Chiriboga.
A Casa do Cordel, fundada em 17 de agosto de 2007 pelo poeta Abaeté do Cordel, foi o espaço que reimpulsionou a Literatura de Cordel no Rio Grande do Norte.
Hoje é lugar conhecido e reconhecido, transformando-se em ponto de referência da poesia nordestina fora do estado e responsável pela divulgação do trabalho de mais de 300 cordelistas.
E o documentário “Casa do Cordel” narra um pouco dessa história. Foram realizadas entrevistas com artistas que conhecem a fundo a história da Casa, como Abaeté do Cordel, Chico de Iaiá, Gélson Pessoa, Hélio Gomes, Erick Lima e Vani Fragosa.
A produção conta com a pesquisa, roteiro e direção de Geraldo Maia, edição de Júlio Barros, trilha sonora de Dudé Viana, produção de Lygia Jácome e tradução em Libras de Rafaela Siqueira e Ana Karla de Lima.
O lançamento acontecerá nesta sexta (5), às 19h, no canal de YouTube da Casa do Cordel. A ação conta com o patrocínio do Governo Federal e da Prefeitura do Natal, por meio da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural. É uma realização da Associação Cultural Casa do Cordel.
Documentário: Casa do Cordel.
Lançamento: 05/03/2021, às 19h.
Plataforma: YouTube (Casa do Cordel).
FOTO: Claudio Abdon
Em janeiro de 2021, a poeta potiguar Regina Azevedo ministrou a oficina “Corpo ancorado no ar”. Com três encontros virtuais, a oficina focada em literatura de autoria feminina foi realizada com o patrocínio de um dos editais da Lei Aldir Blanc da Prefeitura do Natal/Fundação Cultural Capitania das Artes.
Como resultado do projeto foi lançado, nas plataformas virtuais e de forma gratuita, o zine “Corpo ancorado no ar – o não, o sim”, com diagramação e projeto gráfico de Clara Oliveira..
Nele, estão reunidos textos de 14 autoras: Camila Freitas, Catarina Pessoa, Cely Pereira, Claudiane Souza, Domingas, Eliziane Ataliba, Gessyka Santos, Isabelle Pinto, Jainy Kamila Costa, Letícia Gesteira, Maíra Dal’Maz, Sílvia B., Suzana Luna e Yana Kaufmann.
Os textos foram escritos a partir de discussões e leituras realizadas na oficina, que se debruçou sobre escritoras contemporâneas como Adélia Danielli, Angélica Freitas, Adelaide Ivánova e Lubi Prates.
O tema central eleito foi “o não, o sim”. Além de se inspirar nos textos lidos, as autoras partiram de suas experiências e vivências enquanto mulheres.
FOTO: Bruna Justa
O pesquisador, artista plástico e escritor Eduardo Alexandre Garcia publicou recentemente dois livros, lançados durante exposição de artes visuais também sua. Algumas unidades de cada um dos dois livros continuam à venda no Bardallos (Rua Gonçalves Lêdo, 678 – Cidade Alta) ou podem ser adquiridos direto com o autor pelo zap 99606-9450 ao valor de R$ 40 cada título.
“IGARASSUJARARAÍ, O Nascimento do Primeiro Brasileiro” (Literatura Juvenil – Ficção) conta a história de João Antônio Cícero Sebastião José Silva Fernandes, marujo que chega ao Brasil em 1501 na esquadra de Gaspar de Lemos, que aqui aporta com a incumbência de fazer o reconhecimento do litoral ainda não explorado e dar nomes aos principais acidentes geográficos da costa.
Ele assiste ao massacre cruel de portugueses canibalizados por índios Potiguara, mas o sonho de permanecer nas terras desconhecidas era maior que o pavor e o medo que o acometeram naqueles primeiros dias em terras de Pindorama.
Mandado à terra como voluntário para deixar presentes aos nativos, se evade da missão seguindo o litoral, procurando lugar para esconder-se e poder realizar sonho de riquezas que o fariam feliz e famoso quando do seu retorno à Europa.
Sucede que ele mata um dos índios que o procuravam e é obrigado a casar-se com a viúva do morto por determinação do cacique Potiassu, que o queria vivo para dele obter informações sobre os homens das canoas grandes que começaram a surgir litoral afora.
Ele casa, tem filhos e passa a viver um pouco distante da tribo, até que, tempos depois, começam a chegar franceses em busca do pau-brasil. Amizade feita com os novos invasores, convidado pelo capitão da esquadra francesa a voltar para a Europa, ele desiste de seu sonho e decide ficar na terra que o acolheu e onde constituiu família.
O PROFESSOR NAPOLEÃO (Literatura Juvenil – Ficção) Prêmio Carolina Wanderley – Lei Aldir Blanc / FJA
O professor Napoleão é um professor PhD em História, que aceita convite de um amigo para substitui-lo por uma semana em suas aulas de História na escola da qual é titular da cadeira.
Matéria que não interessa muito aos alunos, Napoleão chega em salas de aulas indisciplinadas, todas na maior bagunça e vendo com desdém aquele baixinho que chega sem que os alunos esperassem, já que, com a viagem anunciada do professor titular, imaginavam teriam horário livre.
Depois de debelar as bagunças dos alunos em sala, Napoleão se impõe pela elegância de trato e anuncia que eles terão aulas livres, sim, sem acompanhamento da grade anual da matéria. Aulas onde os alunos sugerem temas de seus interesses e pedem para o professor discorrer sobre o assunto. Napoleão surpreende.
De repente, no colégio e nas casas dos alunos, o assunto é um só: as aulas do professor Napoleão. Ele discorre sobre a Atlântida; perspectivas do futuro do planeta Terra; glaciação e vida humana sobre as águas que alagarão os continentes, chantamento do Marco de Touros, e outros temas que deixam a todos em grande excitação.
Reportagens em formato de podcast abordam produção literária histórica e atual de mulheres no Rio Grande do Norte
Zila Mamede, Rizolete Fernandes, Nisia Floresta, Michele Ferret, Myrian Coeli e Carmen Vasconcelos. O que dizem essas mulheres?
Embora sejam de períodos históricos distintos, o que elas têm em comum é que todas são ou foram escritoras potiguares, seja por nascimento ou por terem desenvolvido sua obra literária no Rio Grande do Norte.
E para saber o que dizem essas mulheres, as pessoas devem ouvir a série de podcasts sobre aspectos da obra e da vida delas a ser lançada no portal Nossa Ciência.
Cada episódio tem cerca de 30 minutos e conta com depoimentos de jornalistas, poetas e especialistas sobre a obra de cada personagem. Além destas fontes, Rizolete Fernandes, Carmen Vasconcelos e Michelle Ferret falam elas mesmas sobre seus livros.
Mônica Costa é jornalista há 35 anos e dedicou a maior parte de sua carreira à assessoria de imprensa. Nos últimos seis anos tem se dedicado à divulgação científica, com a criação do portal de notícias Nossa Ciência e foi de lá que surgiu o interesse em fazer perfis de mulheres.
Com o lançamento dos editais da Lei Aldir Blanc, pelo Governo do Estado, a possibilidade de fazer perfis das cientistas ficou mais no horizonte.
“Mas com o prazo apertado, não daria tempo de produzir um material de boa qualidade sobre a vida e a obra de mulheres que se dedicaram à ciência”, revela.
Foi então que a jornalista Luana França a convidou para desenvolver um projeto sobre mulheres escritoras.
“O fato da obra das escritoras estar impressa em livros, de certo modo, facilita a pesquisa. A maior dificuldade, em alguns casos, é encontrar os livros”, afirma Luana França, que é da nova geração de jornalistas.
Para definir as autoras dessa série, as duas jornalistas consultaram algumas publicações e estabeleceram critérios de seleção.
“Nosso objetivo primeiro era falar da produção literária feita por mulheres para as gerações mais jovens. Então era necessário falar de gente cuja obra já não fosse tão acessível. Daí veio a decisão de escolher três escritoras atuais e três que não estão mais entre nós”, explica Mônica.
“O Rio Grande do Norte é uma terra que tem tradição de protagonismo feminino marcante na política, mas a gente enxerga isso também na literatura, sobretudo na poesia”, opina Luana.
Ela ainda acrescenta que o estado tem muitos nomes significativos e muita contribuição na luta das mulheres em nível local, em nível nacional e em nível mundial.
E esse foi mais um dos critérios de escolha. “Nossas autoras são mulheres que têm uma história de vida que se manifesta na poesia, na literatura, mas que têm uma atuação para além disso, porque são, de certa maneira, militantes de defesa da vida e dos direitos das mulheres.”
A declaração de Luana França dá o sentido que a série de podcasts pretende seguir. Falar da obra literária das autoras, seja poesia ou prosa, mas a partir do olhar feminino e destacando de que maneira o fato de ser mulher interfere nessa produção.
Nísia Floresta não pode faltar nunca em qualquer antologia, lista ou seleção que fale de mulheres que mudaram o mundo e que usavam a escrita como arma. Assim, as duas jornalistas justificam a entrada dessa escritora, que é a única que não é poeta.
Zila Mamede e Myrian Coeli, que foram contemporâneas, amigas e que morreram há quase 40 anos, fecham a lista das escritoras já falecidas.
Para falar sobre as autoras, Mônica e Luana procuraram um grande número de fontes.
“Se por um lado a pandemia do coronavírus nos impossibilitava de entrevistar as pessoas presencialmente, por outro lado, a ‘descoberta’ das plataformas de videochamada possibilitou entrevistas com muita gente de fora de Natal”, informou Mônica.
Ela destaca as entrevistas com as pesquisadoras Constância Lima Duarte e Maria Lúcia Pallares-Burke, que moram em Belo Horizonte e na Inglaterra, respectivamente, e que falaram sobre Nísia Floresta.
Por videochamada também concederam entrevistas o imortal da Academia Norte-Riograndense de Letras, Humberto Hermenegildo, a poeta e professora da UFRN, Cellina Muniz e a professora do IFRN, Ilane Ferreira, entre outros.
Elas fizeram também duas entrevistas presenciais. Com o também imortal da ANL e professor aposentado da UFRN, jornalista Vicente Serejo e com a professora aposentada da UNP e pesquisadora, Conceição Flores.
A lista de fontes conta ainda com a poeta Marina Rabelo, que é da geração mais jovem e atuante no movimento Insurgências Poéticas, e que acabou de também lançar seu livro.
As duas jornalistas fizeram praticamente todas as etapas do projeto. Desde a pesquisa, a produção, as entrevistas, o roteiro e a narração. Mas a parte técnica de edição e mixagem do áudio ficou por conta de Eryckson de Lima Santana. Ele é músico percussionista, pela UFRN e publicitário, pela UNP e atua com rádio há mais de 10 anos.
Além de estarem no Nossa Ciência, os podcasts estarão disponíveis nas plataformas de streaming, de acordo com o calendário abaixo. Elas planejaram os lançamentos dos episódios para coincidir com as comemorações do Dia Internacional da Mulher.
26/02 Episódio #1 – Zila Mamede
01/03 Episódio #2 – Rizolete Fernandes
05/03 Episódio #3 – Nísia Floresta
08/03 Episódio #4 – Michelle Ferret
12/02 Episódio #5 – Myrian Coeli
15/03 Episódio #6 – Carmen Vasconcelos
Entre os dias 22 a 25 de fevereiro acontecerá o ciclo de diálogos “E eu não sou escritore?”, que debate sobre a literatura potiguar de autoria negra e indígena do Rio Grande do Norte. Será das 16h às 17h30, no canal do YouTube da escritore Rosy Nascimento e contará com tradução para libras.
O evento faz parte da pesquisa independente que Rosy desenvolve desde 2020, com objetivo de cartografar as autorias negra e indígena do estado, com o intuito de difundir suas escritas e valorizar suas produções, refletindo sobre os contextos de produção e distribuição de suas obras.
Para a idealizadore Rosy Nascimento a literatura negra e indígena muitas vezes é invisibilizada nas tradicionais correntes literárias e esse evento serve justamente para dar visibilidade para essas pessoas que sofrem apagamento.
“De modo a colaborar com a mudança de imaginário racista, misógino e classista que impera no Rio Grande do Norte sobre o letramento literário potiguar — imprescindível para a construção de uma identidade enquanto sujeites intelectuais — e valendo-me de um levantamento preliminar e longe de esgotar o assunto, apresento, nessa ação fruto de pesquisa independente, o diálogo com esses escritores”.
O processo da pesquisa será documentado em um e-book que será lançado em breve.
▪︎22/02 – Escrita para os mais novos com Dorinha Timóteo e Célia Melo.
▪︎23/02 – Literatura Potyguara com Karollen Potyguara e Guayumi Potiguara
▪︎24/02 – Escrita Ilê com Canniggia Carvalho e Gaby Varela
▪︎25/02 – Possibilidades do Mercado Editorial com Jeovânia Pinheiro e Jefferson Turibio
Ciclo de diálogos “E eu não sou escritore?”
22 a 25 de fevereiro – 16h às 17h30
Canal do Youtube de Rosy Nascimento
Dúvidas e mais informações: rosydnascimento@gmail.com ou instagram (@verbofulo)
FOTO: Wallace Santos
O livro Alcateia de Letras – Proseando com a Literatura Potiguar reúne várias entrevistas comandadas pelo jornalista e fotógrafo Alex Gurgel com poetas e romancistas que ajudaram a construir a literatura do Rio Grande do Norte.
As conversas foram realizadas no período entre os anos 1995 à 2015, retratando o pensamento dos entrevistados, como um fragmento da literatura potiguar no início do novo milênio dado o período de realização das entrevistas.
Entre as personalidades literárias presentes no livro estão Anna Maria Cascudo, Anchieta Fernandes, professor Chico Ivan, Diógenes da Cunha Lima, Falves Silva, Moacy Cirne, Nei Leandro de Castro, Vicente Serejo, Vingt-um Rosado, entre outros.
Para adquirir o livro, entre em contato com o autor pelo telefone (WhatsApp) 84 98895-5436 ou envie e-mail para: alexgurgrel@msn.com
O livro custa R$ 45 + despesas postais (caso queira receber em casa). São R$ 7 (Postagem Simples) ou R$ 12,50 (Postagem Registrada).
O livro vai devidamente autografado. Muito em breve será organizado o lançamento presencial.
O livro “Alcateia de Letras” foi contemplado no edital da Lei Aldir Blanc, através da Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
FOTO: Verônica Torres
“A menina que quer mudar o mundo” é a mais nova publicação do poeta Abaeté do Cordel. O lançamento será realizado no dia 19 de fevereiro, 18h, no Instagram Casa do Cordel.
A publicação em formato de e-book é um cordel infantojuvenil que busca combater o preconceito, a discriminação e o racismo entre crianças, jovens e adultos.
O livro narra a história de uma menina negra e amante do cordel que passa por uma mudança em sua vida quando precisa sair, junto com sua família, do Seridó potiguar para a capital.
“É uma história de amor, fraternidade e luta para resistir ao preconceito, discriminação e ao racismo através da poesia”, explica Abaeté que é o fundador da Casa do Cordel e grande incentivador desta literatura no Rio Grande do Norte, com centenas de títulos publicados em folhetos e livros como literatura de cordel.
As ilustrações são do artista Erick Lima. O e-book cordel poderá ser baixado gratuitamente no site da editora e nas redes sociais da Casa do Cordel ou do autor.
Este livro foi contemplado na categoria de Auxílio à Publicação de Literatura de Cordel da Chamada Pública de Emergência Cultural (Lei Aldir Blanc) da Prefeitura Municipal do Natal, da Fundação Cultural Capitania das Artes e do Governo Federal.
Lançamento:
19 de fevereiro – 18h
No instagram – @casa.docordel
Gonzaga Neto lança seu segundo livro, Urgência de Amar, que traz 12 cartas mergulhadas em um amor que não cabe em 140 caracteres.
“Escrevo porque não sei chorar”, é desta forma que o escritor potiguar Gonzaga Neto inicia seu mais novo livro. Uma frase que resume bem a busca do autor por compreender a sua enorme dificuldade de demonstrar afeto aos seus.
Cinco anos após sua primeira publicação, o livro de poemas Hipérbole, Gonzaga traz um livro com uma escrita diferente do que estamos acostumados a ver em suas declamações pelos saraus pela cidade. Ao investir nas cartas, que facilmente podem ser enxergadas também como crônicas, o autor muda de estilo sem jamais perder sua essência poética.
As cartas, escritas de 2017 a 2020, constroem uma narrativa de vida e crescem a medida em que a saudade aumenta. Afinal, muitas delas foram escritas 7.500 km longe da família, enquanto o autor morava em Moçambique.
Urgência de Amar se propõe a criar uma ligação afetiva com o leitor e tenta resgatar nuances da vida a partir de uma perspectiva saudosista da infância, da família e dos amores, trazendo um olhar poético sobre as vivências afetivas, busca por compreender o tempo, a vida e a morte. Imagens tão claras durante a prosa, que levam o leitor a partilhar das cenas e lembrar de suas próprias vivências.
Em um ano em que, provavelmente, a palavra saudade foi uma das mais utilizadas nas mensagens de textos, postagens em redes sociais e vídeo-chamadas, “Urgência de Amar” evoca sentimentos de forma leve para tempos não tão leves assim, mostrando que o seu amor não cabe em apenas 140 caracteres.
O livro custa R$30 e já está em pré-venda, podendo ser adquirido através das redes sociais do autor, @gonzaganneto. A live de lançamento, onde Gonzaga Neto lerá algumas cartas e comentará sobre o livro, ocorrerá na segunda-feira, 15 de fevereiro, às 21h, no Instagram.
Confira o vídeo de lançamento do livro:
Data:15/02/2021
Hora: 21h
Local: Instagram – @gonzaganneto
Este livro foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Governo do Estado do RN, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
O ano está prolífico à vida literária potiguar. Diversos lançamentos de bons livros e autores já anunciados, muito decorrente do empurrão dado pelo Sr. Aldir Blanc. E o que é raro por estas plagas começa a dar as caras: o romance. Sim, temos um novo na praça. “Por uma taça de vinho” lhe convida a sentar à mesa para para umas doses ficcionais.
O livro sai pela Editora Z, comandada pelo jornalista Osair Vasconcelos. O autor é Tião Carneiro, que logo abaixo apresenta a obra com sua forma particular. Antes informo ainda que o livro pode ser adquirido com o autor por R$ 60 (zap 9 8800-1610 e email: tcarneirosilva@gmail.com).
Outra maneira é pelo site da Amazon. No e-book Amazon custa R$ 22. Pode ser lido no computador, celular ou no kindle. O caminho é curto. Basta entrar no site e digitar “por uma taça de vinho”.
Esta é uma ficção sobre obviedades. Em especial as de educação, sexo e consciência.
Esta ficção acha óbvio o indivíduo se indignar com o pouco-caso de certos governantes a respeito da educação. Quantos milhões de analfabetos no mundo? E no Brasil?
Esta ficção acha óbvio meninas e meninos saírem da puberdade conscientes – conscientes, disse – do descomunal poder que vão transportar entre as pernas. Poder que só perde para o poder presente entre as orelhas.
Esta ficção acha óbvio a polícia de trânsito rebocar o veículo cujo motorista o estacionou na frente da garagem alheia. Até porque o motorista deve ter ido encher a cara num dos botecos da redondeza.
Esta ficção fala de educação porque fica puta da vida com a covardia de diversos presidentes e afins. Covardes, sim, já que vivem testando o poder na demência mental impingida por eles aos analfabetos.
Esta ficção fala de sexo como se estivesse falando de saúde, educação, segurança. E não tem papa na língua quando fala de assédio, asma, assalto. Assim como não a tem para transar, tratar, trancafiar.
Esta ficção fala de consciência, porquanto entender que a falta dela faz uma falta danada: faz o velhaco governante querer ser o dono da crítica alheia, faz o desprezível amante querer ser o dono do corpo alheio, faz o boçal motorista querer ser o dono da garagem alheia. E faz o estúpido trio querer roubar a paz coletiva.
Esta ficção flagra o olhar afetuoso da consciência ao ver o sexo e a educação trocando civilizados cafunés.
Mas esta criatura está a léguas de ser libertina. E a metros de ser genuína.
A palavra gostosa desta criatura é sexo. A palavra carinhosa desta criatura é educação. A palavra poderosa desta criatura é consciência.
E a presunçosa é Tião.
A primeira palavra desta criatura é “acontece”. A última palavra desta criatura é “consciência”. No miolo abraçam-se interesse, costume e contexto. Porque as coisas só acontecem por algum interesse – não raras costumeiramente – e em dado contexto. E serão show de bola se a consciência estiver mediando.
Esta criatura privilegia o quá-quá-quá em detrimento do quê-quê-quê.
Como usa em abundância os termos “coisa, pra e aí”, esta criatura não é recomendada para os eruditos.
Como agasalha em abundância entrelinhas de consciência, esta criatura é recomendada para os carentes de empatia.
Como narra em abundância historinhas de sexo, esta criatura é proibida para os falsos moralistas.
Mas não posso evitar que fiquem lendo por detrás das portas.
Tim-tim!
Aos 50 anos de idade, Alexandre Santos escreve seu primeiro cordel.
Nunca é tarde para experimentar o novo! mesmo que o novo seja o nosso velho folheto de cordel, uma tradicional forma de narrativa no Nordeste brasileiro, sendo, há algumas décadas, um elemento importantíssimo da cultura nordestina e também nortista, já que o cordel também é um elemento propagador das tradições dessas regiões.
O novo aqui, se revela na experimentação da linguagem. A origem desta forma de literatura vem dos trovadores medievais, que, com a possibilidade de imprimir em grande escala, criaram não só os cordéis, como também deram início à imprensa.
A linguagem rítmica e rimada acabou chamando a atenção do garoto de 10 anos que teve na literatura de cordel um meio auxiliar para desenvolver o hábito pela leitura.
“Sou um amante da cultura popular. Quando criança adorava ir pra feira ouvir os cordelistas, emboladores e repentistas e foi em meio a este universo popular que tomei gosto pelos folhetos e para minha sorte eu tinha acesso aos cordéis que minha irmã colecionava e guardava em uma mala”, confessa Alexandre Santos.
Em 2010 o jornalista recebeu das mãos da então ministra da cultura Anna Buarque de Holanda o Prêmio Patativa do Assaré para produção do documentário Cordelíricas Nordestinas, o que permitiu adentrar durante dois anos no universo multifacetado da literatura de cordel.
Alexandre afirma que “o Prêmio foi importante por possibilitar a nossa equipe um contato direto com os artistas populares e mesmo durante a pesquisa eu pude conhecer o trabalho do poeta Zé Limeira, que ficou conhecido através do livro publicado pelo jornalista pernambucano Orlando Tejo. A partir daquele momento me apaixonei pelo modo surrealista do poeta”.
Mas foi somente em 2015 Alexandre iniciou a escritura do cordel: “Comecei a entrar na brincadeira de misturar a história, vultos e personagens e fiz cerca de trinta estrofes e deixei parado. Ano passado terminei o cordel que ficou com 48 estrofes. Aproveitei a reclusão imposta pela pandemia e tomei coragem para inscrever no edital de publicações da Lei Aldir Blanc do Governo do Estado”.
Além de relacionar vultos históricos em situações inimagináveis, o cordel “ O dia em que entrei na brincadeira do poeta Zé Limeira” também traz referências locais sempre de forma bem humorada, como na estrofe em que Osama Bin Laden teria se escondido por estas bandas:
“Bin Laden já se escondeu / pras bandas de Caicó / passou quase cinco anos / no Vale do Piancó / e viram ele pescando / piaba no Piató”.
Ou mesmo na estrofe em que o Rio Mossoró é invadido pelos americanos:” Invadiram sem sucesso / nosso Rio Mossoró / toda a tropa americana / chegou aqui sem ter dó / mas ficou tudo atolado / com lama no mocotó”.
O cordel foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal e pode ser baixado gratuitamente na íntegra em formato PDF.
Depois de O livro de contos de Alice N. (2012), Uns contos ordinários (2014), Contos do mundo delirante (2018) e O Bombo – guerra e paz em Natal, 1945 (2020), Cellina Muniz publica agora o livro “QUASE CONTOS”, o quarto no gênero e o nono título publicado pela autora, dentre literários e acadêmicos.
O livro apresenta 16 estórias, a maioria escrita durante o ano de pandemia, e foi contemplado na Lei Aldir Blanc/FUNCART.
“QUASE CONTOS” tem como posfácio um pequeno ensaio crítico de Alves de Aquino, poeta e editor cearense, além de professor de Filosofia da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA).
Conhecido ironicamente como Poeta de Meia-Tigela, Alves de Aquino se debruça também sobre os livros anteriores de Cellina Muniz e assinala como foco dos textos da autora: “a falta, a falha, a incompletude — essa carência perpétua mediante a qual se procura transcender o conhecido já escrito rumo ao contar possível e vindouro”.
O livro também tem na capa ilustração da filha da autora, Rosa Maria, marcando assim o debut da jovem desenhista que, junto com a mãe, veio de Fortaleza morar em Natal há dez anos.
A autora autografará o livro, em lançamento simbólico, no Sebo CataLivros, no Mercado de Petrópolis, no sábado dia 6 de fevereiro, de 9h às 13h.
Trecho do conto O aro era 14, o Chevette 76:
No momento exato e preciso em que ela anunciou a grande revelação – “tu sabe que eu tenho uma fossa ilíaca problemática, né?” – o pneu do Chevette 76 de Romilson voou longe, pra lá da rua Manoel Dantas.
Isso tudo só porque Romeu, às 16:16 lá na oficina da Esperança, não apertou devidamente os parafusos. Desparafusado como qualquer um poderia ser, também o aro do pneu não colou e nem cantou no coração da boa sorte. Cantou foi no asfalto quente e deixou marca, voando longe, solto e só …
Mas, antes daquele pneu rolar, ele, Romilson, gostou dela como uma aranha gosta de sua trigésima segunda teia. Como foi mesmo que foram se encontrar? Sabe Deus e Exu desconfia. O que se sabe é que eram dois: ele sepultador e ela operadora de telemarketing.
Em outras palavras, sem muitas firulas: o coveiro e a telefonista.
(…)
A poeta Marina Rabelo dividiu seu novo livro de poemas Stela e outros poemas de amor em três partes: a primeira é uma homenagem a sua avó materna Stela, onde a autora enxerga muito de suas inspirações afetivas e artísticas.
São memórias em forma de poesia que narram um pouco dessa relação entre avó e neta que em boa parte do tempo estiveram distantes fisicamente, mas ligadas uma à outra por meio da paixão pelas palavras e de suas entrelinhas. Estes poemas são feitos para abraçar saudades.
A segunda parte também segue a linha amorosa, como se percebe no título “outros poemas de amor”, porém de uma maneira menos singela, os poemas passeiam por sentimentos, além do amor, de desamor e esperança. É cintilância e escuridão para continuar resistindo e permanecendo.
Na última parte, o livro caminha para um amor incendiário, com um pouco mais de força e desejo, porém há sempre algo de delicadeza no fazer poético da autora.
O livro tem 71 poemas e a capa é uma colagem com uma fotografia da avó Stela na década de 30 feita pela artista Catarina Pessoa. A equipe de produção deste novo trabalho de Marina conta ainda com outras mulheres, com diagramação e consultoria de Rita Machado, revisão e texto de orelha por Anchella Monte, prefácio escrito por Priscilla Rosa e confecção de estrelas de origami para os mimos de pré-venda por Fernanda Fernandes.
A publicação é o nono trabalho do selo “Insurgências Poéticas”, realizado pela Offset Gráfica e Editora, e com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Stela e outros poemas de amor é um trabalho muito importante para a autora, pois ela sempre desejou escrever sobre sua avó materna e suas singularidades. Marina acredita que essa narrativa de uma relação entre avó e neta aproxime muitos leitores de suas memórias afetivas de infância, mostrando que pequenas coisas do cotidiano servem para a poesia.
No que diz respeito aos outros poemas de amor da obra, a autora vê o amor como um caminho de respiro e resiliência para seguir em meio a esses tempos pandêmicos tão difíceis. O que seria de nós sem a arte e sem a poesia?
Neste sentido, a obra deseja abraçar leitores e conquistar novos adeptos para o hábito de ler poesia e conhecer quem escreve poesia no estado do RN, visto que o meio literário nem sempre tem ampla facilidade de espaços.
A publicação de um livro em meio a uma crise de pandemia, política, socioeconômica, de poucas aberturas de editoras, de poucas livrarias, não deixa de ser um projeto corajoso para tentar alcançar mais pessoas acreditando na arte como uma direção que não deve nunca ser deixada para trás.
Nascida em Fortaleza/CE, mas mora em Natal desde a tenra infância, criada com todos os sotaques e sempre vivendo rodeada de palavras.
Formada em Engenharia Química pela UFRN, agora coleciona poemas e silêncios.
Autora dos livros Por Cada Uma (2011), Livro de Sete Cabeças (2016), das coisas que larguei na calçada (2016) e Stela e outros poemas de amor (2021); e dos zines todo tipo de ardor (2018), desde que vim, o amor é aflição (2019) e CRUA (2020).
Coautora das peças Memórias do Alecrim e de João ou Eu só queria ver os pássaros.
Desde 2016 compartilhando das dores e delícias no Sarau Insurgências Poéticas junto a outros artistas que acreditam no “amar e mudar as coisas”.
A poeta já está com seu trabalho em pré-venda e quem tiver interesse em adquirir seu livro deve entrar em contato através de suas redes sociais (Marina Rabelo/ instagram @mardelirios), por e-mail (morena.marina@gmail.com) ou comprar pelo site do Insurgências Poéticas.
O lançamento será virtual, devido aos protocolos de segurança ao combate da covid-19, e acontecerá no dia 11 de fevereiro, às 20h, no perfil da autora no instagram. Na ocasião ela receberá os amigos poetas Priscilla Rosa e Thiago Medeiros.
SERVIÇO
Pré-venda do livro “Stela e outros poemas de amor” de Marina Rabelo (contato diretamente com a autora ou no site https://www.insurgenciaspoeticas.com.br)
Valor do livro: R$40,00 (frete incluso)
Live de lançamento: 11 de fevereiro, às 20h, no perfil do instagram @mardelirios
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A Caravana de Escritores Potiguares está de volta. Desta vez, com um novo formato. O projeto começa nesta segunda-feira (1º), com a veiculação de uma palestra do escritor, pesquisador e cordelista Francisco Martins Alves Neto (Mané Beradeiro).
No vídeo, que estará acessível no canal da Caravana no Youtube e nas contas do projeto nas redes sociais (Facebook e Instagram), a partir das 19h, Francisco Martins falará sobre O Cordel no Rio Grande do Norte.
Nesta 7ª temporada, em decorrência do isolamento social imposto pelo enfrentamento à pandemia da Covid-19, o projeto deixa de ser realizado presencialmente.
Impossibilitados de visitar as escolas para dialogar com alunos e professores, os escritores gravarão depoimentos, abordando temas que vão das características dos gêneros literários aos processos de criação.
O material será postado semanalmente, sempre às segundas-feiras, e poderá ser assistido a qualquer tempo.
A distribuição de livros de autores norte-rio-grandenses, prática corriqueira da Caravana de Escritores, também teve que ser alterada. Ao invés dos concorridos sorteios, será realizada uma única doação para o Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy – Centro de Formação de Profissionais da Educação (IFESP).
Segundo o coordenador do projeto, Thiago Gonzaga, neste ano o acervo reúne cerca de 20 títulos, produzidos por diversos autores, perfazendo um total de 500 exemplares.
A entrega simbólica acontece em 14 de março, data do nascimento de Castro Alves, em que se comemorava o Dia Nacional da Poesia.
A Caravana de Escritores Potiguares é um projeto social, sem fins lucrativos, que conta com patrocínios da COSERN e do Governo do Estado do RN, viabilizados por intermédio da Lei “Câmara Cascudo” de Incentivo à Cultura.
Criada em 2013, a iniciativa visa estimular a leitura e divulgar a produção literária norte-rio-grandense.
Em situação de normalidade, a Caravana promove atividades interativas, realizadas presencialmente, em comunidades escolares das redes públicas estadual, federal e municipais do RN.
Nesta temporada, já confirmaram participação no projeto os escritores Alfredo Neves, Edivan Silva, Francisco Martins, José de Castro, Maria Maria Gomes, Michelle Paulista e Paula Belmino.
Responsável por abrir a série de depoimentos da nova temporada, o escritor, pesquisador e cordelista, Francisco Martins Alves Neto é secretário-administrativo do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte.
Francisco é ainda membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins-SPVA/RN; da União Brasileira de Escritores – UBE/RN; do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte; da Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel; e sócio efetivo da Academia Cearamirinense de Letras e Artes – Pedro Simões Neto.
De outubro de 2008 a 2019, Francisco Martins desenvolveu o projeto “Momento do Livro”, em escolas públicas do Estado, com aulas lúdicas conduzidas pelos personagens Mané Beradeiro e pelo Palhaço Leiturino.
Entre outras atividades, Martins escreve cordéis, assinando os folhetos com o heterônimo de Mané Beradeiro, possuindo mais de 50 títulos publicados, além de estudar e pesquisar vida e obra do escritor José Mauro de Vasconcelos, tendo desenvolvido, neste sentido, o projeto “O Meu Pé de Laranja Lima”, em escolas do Rio Grande do Norte.
SERVIÇO
O quê?
Caravana de Escritores Potiguares (Temporada 2020/21)
Onde?
Youtube: caravanadeescritorespotiguares ou https://www.youtube.com/channel/UClniHqRVdvjpinhpBwOohDQ
Facebook: @CaravanaDeEscritoresPotiguares
Instagram: @caravanadeescritoresrn
Quando?
A partir do dia 1º/02 (segunda-feira), às 19h00
No próximo sábado (30) a escritora e jornalista Rosália Figueirêdo realiza o lançamento do seu livro “A Última Hora ou a Solidão dos Mortos”, que reúne 16 contos da autora, com histórias distintas que abordam temáticas desde a vida até a morte.
O livro já está disponível para pré-venda, custa R$ 30 com frete grátis para todo o Brasil e a live de lançamento acontecerá no instagram da autora (@rosaliafigueiredo).
A obra possui 106 páginas e de acordo com a autora o livro foi escrito há mais de 20 anos, mas ela só resolveu publicar agora através do Edital de Incentivo Lei Aldir Blanc.
“Os contos abordam muitas histórias de amor, de morte, tempo, há uma gama de possibilidades e personagens diferentes. De uma forma geral, os contos abordam a vida”, comenta a autora.
A autora é pernambucana, mas mora na capital do Rio Grande do Norte há 16 anos. Além de escritora, Rosália é jornalista, roteirista e realizadora audiovisual.
Possui mestrado em Teoria da Literatura, pela Universidade Federal de Pernambuco e atualmente faz doutorado em Cinema Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense.
Rosália já ganhou prêmios literários, com publicações em coletâneas de poesia e contos. A autora já lançou o livro de poesia Sinal e o infantil O Gato Candidato, ambos em Recife.
As duas paixões de Rosália são cinema e literatura e de acordo com ela, ela segue acreditando que a arte é que nos salva da vida.
Uma parte dos exemplares do livro serão doados para escolas e bibliotecas públicas de Natal e Região Metropolitana. Os outros exemplares distribuídos para venda em livrarias de Natal e Recife.
Para adquirir o livro, basta mandar uma mensagem para a rede social de Rosália Figueiredo e solicitar a compra.
A live de lançamento acontecerá no sábado (30), às 11h, no instagram da autora (@rosaliafigueiredo) com a participação da jornalista pernambucana Alexandra Torres.
Live de Lançamento do Livro “A Última Hora ou a Solidão dos Mortos”
30 de janeiro, às 11h no instagram @rosaliafigueiredo
Mais informações através do e-mail: rosaliafigueiredo10@gmail.com
FOTO: Rosane Silva
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Jorro é o oitavo livro de poesia de Marize Castro. Sobre esta escritura que vem sendo construída há mais de três décadas, disse o crítico, professor e poeta Haroldo de Campos: “Em seus versos há algo de fundamental, algo entre o belo e o verum, a verdade em beleza, um cuidado especial com a síntese, um encontro com a poesia”.
Dedicado à memória de Agnès Varda, Audre Lorde, Barbara Hammer, Clarice Lispector, Djuna Barnes, Emily Dickinson, Hilma af Klint, Lou Andreas-Salomé, Marielle Franco, Myriam Coeli, Nísia Floresta, Simone Weil e Virginia Woolf, Jorro consiste em um poema homônimo, no qual a poeta se mostra, mais uma vez, disposta a experimentar e correr riscos na tessitura da linguagem poética.
Ainda sobre Marize Castro, escreveu Nelly Novaes Coelho no Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras: “Poeta em tom maior, expert em Comunicação, jornalista, editora e uma das fortes vozes femininas da poesia brasileira contemporânea, revelou-se em livro, em 1984, com a publicação de Marrons Crepons Marfins que surpreendeu crítica e público pela força e originalidade de sua palavra”.
Sobre Marrons Crepons Marfins, o livro de estreia da poeta, escreveu o professor, poeta e crítico literário Moacir Amâncio, no jornal O Estado de S. Paulo: “Vinda nas águas de Ana Cristina César, a poetisa potiguar demonstra no entanto autonomia suficiente para criar a linguagem de uma vivência comum a muitas outras mulheres. Isto é, a conquista da identidade como saída única para a sobrevivência. Algo comum e até monótono na literatura praticada por homens, e que assume aspectos novos e terríveis na poesia de Marize, Ana Cristina César, Orides Fontela, Adélia Prado”.
Outro admirador e leitor da poesia de Marize Castro, o poeta Ivan Junqueira, certa vez afirmou: “Estes versos assombram, perturbam, desconcertam”.
Marize Castro também é autora dos livros de poesia Rito (1993), poço. festim. mosaico (1996), Esperado ouro (2005), Lábios-espelhos (2009), Habitar teu nome (2011), A mesma fome (2016). Sua poesia tem sido traduzida por poetas de outros países.
O livro é publicado pela editora Una e está sendo vendido pela Cooperativa Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com entrega para qualquer lugar do país.
“Quanto Mar Cabe no Sal da Lágrima” é o quarto trabalho em livro do poeta Thiago Medeiros. E este novo rebento literário já está em pré-venda com frete grátis + surpresa do autor.
Esta é a décima publicação do selo independente Insurgências Poéticas. O livro tem direção de arte de Rita Machado, revisão de Eliziane Ataliba, arte de capa e designer de Creeaty, assessoria de imprensa de Luiza Mendes, textos de Daniela Galdino, Jean Sartief e Luiz Renato Almeida, e foto de Diogo Ferreira.
O livro pode ser adquirido através de transferência/pix, boleto bancário ou pelo site do Insurgências Poéticas.
O investimento do livro é de R$ 40,00 (com frete grátis para todo o Brasil). Todos os livros serão enviados via correio no prazo máximo de 15 dias úteis.
transferências/pix:
015.043.704-81
Thiago Rodrigo Lima de Medeiros
Para aquisições através de pix enviar comprovante e endereço completo para o whats: (84) 9 9850 0524.
Thiago Medeiros também é autor dos livros de poemas “Meio Dia”, “Pra parar de me doer” e “Ardência”.
O livro “A Cartomante que Adivinha o Presente” reúne textos escritos ao longo de sete meses de confinamento que oferecem um recorte sobre vários aspectos particulares desse período
Como é peculiar ao cronista registrar olhares atentos sobre seu tempo, o livro “A Cartomante que Adivinha o Presente” faz isso reunindo crônicas que versam especialmente em torno dos desdobramentos da pandemia.
A obra foi premiada pela Lei Aldir Blanc através da Fundação José Augusto em edital que contemplava a publicação de livros.
Além disso, a publicação semanal das crônicas no portal Potiguar Notícias também rendeu o Prêmio de Protagonismo Cultural ao autor pela mesma instituição, reconhecendo essas crônicas como material artístico importante para o enfrentamento da pandemia.
Com texto elegante e poético, bem cuidado nas imagens e reflexões que oferece ao leitor, a obra é um portal para a discussão de velhos hábitos e suas possíveis mudanças, bem como o olhar para o que vivemos e as transformações de que somos parte, ganhando uma importância ainda maior por ser compreendida como um registro singular deste momento.
Os temas abordados pelas crônicas dizem respeito ao momento histórico singular pelo qual as pessoas estão passando, permitindo que os textos levem aos leitores uma possibilidade de reflexão e contemplação acerca destes tempos e de questões que os tocam: o isolamento, a saudade, as singularidades do novo contexto em que nos encontramos, as reações diante do que a pandemia nos trouxe, o sofrimento e a morte de milhares de vítimas.
Segundo o autor, “o processo de escrita sobre a pandemia e o confinamento serviram como catarse e respiro num momento tão difícil como este. As crônicas de ‘A Cartomante…’ são uma maneira de abraçar as pessoas enquanto precisamos nos manter isolados”.
O livro está em pré-venda e será lançado oficialmente no dia 4 de fevereiro, em live através do Facebook de Theo Alves. Os livros podem ser adquiridos diretamente com o autor através de suas redes sociais.
Theo G. Alves nasceu em dezembro de 1980, em Natal, mas cresceu em Currais Novos e mora em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte.
Foi premiado em concursos nacionais e locais tanto por sua prosa quanto pela poesia.
Publicou os livros “Pequeno Manual Prático de Coisas Inúteis”, “A Máquina de Avessar os Dias” e “Doce Azedo Amaro”, todos de poesia; “Por que Não Enterramos O Cão?”, de contos; e “A Cartomante que Adivinha O Presente”, de crônicas”.
Theo também é fotógrafo e continua escrevendo, entre silêncio e barulho, por acreditar na palavra como um caminho possível e necessário.
Facebook: /theo.alves.71
Instagram: @theoalvesphoto
E-mail: prof.theoalves@gmail.com
Telefone/Whatsapp: 84 99892-7822
FOTO: Alan Sena
MELANOMANIA é o primeiro trabalho publicado, de forma independente, do poeta e professor Jefferson Turibio, graduando em Letras Língua Portuguesa pela UFRN.
O poeta lançou virtualmente seu primeiro fanzine de poemas em dezembro de 2020, que teve sua primeira tiragem esgotada em uma semana. Já sua segunda tiragem encontra-se à venda desde o dia 8 de janeiro, e conta também com um combo promocional do fanzine + cartão postal temático.
O fanzine traz cinco poemas e cinco ilustrações que tentam imprimir a relação de um eu lírico que vive para a poesia em meio ao caos de si e do mundo. Com isso, despertam-se manias, estas que o autor chama de “manias da pele”, reverberando num lindo material gráfico e literário.
Participam do fanzine, a também poeta e produtora cultural Gessyka Santos (Autópsia, 2019), assinando a revisão junto à Ana Eduarda Oliveira, graduanda em Letras Língua Portuguesa pela UFRN.
Alcino Fernandes construiu a parte visual ilustrada do fanzine, que conta ainda com diagramação e direção de arte de Arthur Carvalho. A contracapa é assinada por Ana Clara Pinheiro, graduada em Letras Língua Portuguesa/Inglesa pela Universidade Potiguar.
A impressão foi feita pela Casa da Cópia RN. E todos que contribuíram na construção do fanzine são potiguares. O trabalho foi todo feito de forma independente, sem apoio de programas governamentais ou financiamento coletivo.
O fanzine está à venda com o próprio poeta, que pode ser contatado através de suas redes sociais, @turibiobmj no Instagram e Jefferson Turibio no Facebook – https://www.facebook.com/melanoguida
FOTO: Alessandra Dutra e Ana Teixeira
Autora fará lançamento de “Flores, laranja, pimenta – raízes em andanças” de forma remota nesta segunda-feira (21)
O que é a poesia? Se é a expressão do sentimento. Se é reflexo das emoções. Se é um retrato floreado da vida. Se são reminiscências de todo um passado em poucas frases. Se for tudo isso, é também sinônimo do novo livro da poeta Jania Souza.
O título, como todos, delimita a abrangência temática, mas também provoca a imaginação a alçar alguns voos: “Flores, laranja, pimenta – raízes em andanças”, como se elementos tão terrenos e palpáveis pudessem expressar tanta subjetividade.
O livro será lançado de forma virtual na próxima segunda-feira (21), às 19h, no instagram da Editora B3S. Mas na esperança de melhoras no cenário pandêmico, já está agendado também lançamento físico para a próxima Feira do Livro de Natal, no estande da B3S.
“Os poemas que compõem a obra não estão subordinados às formas exigidas por rígidas normas. São leves e soltos quanto a esse quesito. Porém são fortes no que tange a emoção e o sentimento, cerne da mensagem parida na inspiração”, conta a autora.
Segundo Jania, alguns poemas nasceram com espontaneidade, outros foram despertos por temas e desafios propostos por ela ou por algum editor, mas “sem o compromisso de surgirem por cabresto”,brinca.
Mas houve algumas cobranças internas da própria poeta. “Sempre desejei poetar sobre o pico do Cabugi, as serras onde nasce o Potengi, o vale do rio Açu e do rio Mossoró, essa geografia e hidrografia que acompanha meus passos desde a infância”.
São provocações geográficas que datam alguns anos, e após escrita, a obra deveria ser lançada em 2019. Mas veio a pandemia e durante o período reclusa, o livro foi enriquecido por novos poemas que deram substância em termos regionais.
A escritora-poeta natalense Jania Souza é também artista plástica e articuladora cultural. Escreve literatura infantil, juvenil e adulta com 18 livros solos.
É sócia em entidades literárias nacionais e internacionais: SPVA/RN, AJEB/RN, APPERJ, Poetas del Mundo, Poemas à Flor da Pele, Movimento Elos Escritores, ALAMP, Literarte, Académie Luminiscence França Brasil dentre outras.
Atualmente ocupa o cargo de 1º. Vice-presidente na União Brasileira de Escritores (UBE/RN).
É laureada com reconhecimento literário no Brasil e exterior entre os quais, destaca o Prêmio World Art Friends 2010 para seu livro “Entre Quatro Paredes” concedido pela Corpos Editora, Porto/Portugal.
Seu livro “Em horas vagas” recebeu o Troféu e Prêmio Literatura Melhor Livro de Contos 2018 pela ZL Books, e ainda o Prêmio IV Talentos Helvéticos-Brasileiros 2019.
Jania também foi agraciada com o prêmio Melhor Livro Educacional 2019 para seu livro “O Jovem Lenhador e o Violão” pela ZL Books.
Em 2020 foi classificada em terceiro lugar no Prêmio Literário Nísia Floresta da Fundação José Augusto/RN com a obra “Pioneiras”.
Teve participação em feiras de livros e bienais pelo mundo, inclusive esteve representada por suas obras nos Salões Internacionais de livros organizados pela ZL Books Editora.
O apreço pelas coisas do mar, do sertão e a literatura marcou a amizade e o encontro entre dois intelectuais potiguares. O escritor e sertanólogo Oswaldo Lamartine e o praieiro, etnólogo jurista e historiador Hélio Galvão. Um diálogo epistolar pouco conhecido vem agora a público no livro “Abraços – Correspondências de Oswaldo Lamartine com Helio Galvão”. O lançamento será nesta terça-feira (15), na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, às 16h, pelo Nação Potiguar numa ação da Fundação Hélio Galvão e Escritório Candinha Bezerra.
O evento terá todos os protocolos sanitários necessários à biossegurança. Segundo o idealizador do projeto Dácio Galvão, parte da tiragem de “Abraços” será doada para a ANRL e o dinheiro arrecadado durante o lançamento, revertido também para entidade.
No pequeno acervo de cartas, aerogramas, bilhetes, notinhas e desenhos organizados por Dácio Galvão, é possível conhecer nuances de amizade, além de se revelar importante para a compreensão da gênese, da própria arqueologia da história intelectual de dois dos maiores escritores do Rio Grande do Norte.
Lançamento de “Abraços – Correspondências de Oswaldo Lamartine com Hélio Galvão” .
Dia 15, a partir das 16h na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.
ORGANIZAÇÃO Dácio Galvão
TRANSCRIÇÃO Victor H. Azevedo
PESQUISA E REVISÃO Odinelha Targino
APRESENTAÇÃO Vicente Serejo
PROJETO GRÁFICO Dimetrius Ferreira
ACERVO Fundação Hélio Galvão
FOTOS DE OSWALDO LAMARTINE Candinha Bezerra, Naire Lamartine Paiva Lopes
PUBLICAÇÃO FHG e Escritório Candinha Bezerra | Sebo Vermelho.
Livro será lançado nesta quinta-feira, 10, no Café São Braz da av. Campos Sales, em Petrópolis. O autor autografa no deck ao ar livre
O poeta, escritor e gestor cultural Dácio Galvão apresenta ao leitor, nesta quinta-feira (10), um panorama construtivo de sua escrita poética. É “Poética Geral”, sexto livro da produção literária que chega um ano depois do livro-ensaio “Câmara Cascudo, Um livro no inferno da biblioteca”, no qual analisou a experiência do etnógrafo no campo da poesia.
Agora, Dácio retrabalha seus próprios textos poéticos, escritos entre os anos 1991 e 2020 e traz novas referências filosóficas, afetivas, das tradições intelectuais às vanguardas — incluindo o poeta Câmara Cascudo.
O lançamento presencial será a partir das 17h30 no Café São Braz (Av. Campos Sales, 692a). A sessão de autógrafos ocorrerá no deck ao ar livre. Opcionalmente, para quem não puder estar presente, haverá sistema drive-thru para compra do livro. O uso de máscara será obrigatório e no local haverá aferição de temperatura, disponibilização de álcool 70° e tapete sanitizante. Contatos pelo(84) 99917-4657.
“Poética Geral” é uma jornada de poemas imagéticos, versos ilustrados organizados em seis fases que o autor chamou de “movimentos”, unindo tudo aquilo que forma a linguagem essencial de sua produção.
O livro tem o prefácio assinado por Antonio Cícero, poeta, compositor, crítico literário, membro da Academia Brasileira de Letras e jurado da mais recente edição do Prêmio Camões de Literatura. É Cicero quem analisa cada movimento inserido nessa trajetória de “Poética Geral”:
“…O primeiro movimento constitui o “Escopo Épico” do poema; parece ter o sentido de esculpir ou captar a beleza e o drama do Rio Grande do Norte, e do Brasil como todo.
O segundo movimento seria seu “Trajeto Visual”, citando referências como Marcel Duchamp, James Joyce, Augusto de Campos, Julio Plaza e Guimarães Rosa, entre outros.
O terceiro movimento – o mais breve – é o dos “Poemas da Província Emersa”, de onde saltam cenas do Rio Grande do Norte…”
Nesses textos linguísticos-visuais se destaca igualmente as ilustrações. O autor buscou dar potência ao diálogo palavra e imagem localizando desde as gravuras rupestres de 5 a 10 mil anos do sertão do Seridó, até fisionomias ortodoxas cosmopolitas da poesia concreta.
Há imagens rupestres extraídas do livro Resquícios de uma Civilização Antiquíssima de José Azevedo Dantas, Ferros de Ribeira do Seridó, aos desenhos do poeta potiguar J. Medeiros, assim como o “Ovo de Ema” de Oswaldo Lamartine e os desenhos caligráficos de Câmara Cascudo originais do manuscrito de Shimmy, o poema de 1925.
Dácio Galvão também publicou “Blues Repartido”, “Palavras, Palavras, Palavras”, “Da Poesia ao Poema”, além dos Cd’s-livros “Poemúsicas1” e “Poemúsicas2” e ainda inédito mas em fase de finalização, o “Poemúsicas 3”.
Durante a pandemia, Dácio Galvão lançou “Porto do Madeiro”, um retorno às origens na arte do vídeo experimental em parceria com Cid Campos, Lucila Meirelles e Augusto Calçada.
Serviço
Lançamento de Poética Geral, de Dácio Galvão.
Dia 10 de dezembro, às 17h30 no Café São Braz (Av. Campos Sales, 692a). A sessão de autógrafos ocorrerá no deck ao ar livre. Haverá sistema drive-thru para compra do livro. O uso de máscara será obrigatório e no local haverá aferição de temperatura, disponibilização de álcool 70° e tapete sanitizante.
Gustavo Sobral é jornalista e escritor. Nasceu em Natal, onde vive e espia o mundo. Autor, dentre outros, de “História da Cidade do Natal”, agora aparece com “Cenas Natalenses” (Natal: 8 Editora/ Offset, 2020, 60p., R$ 25,00), seu novo livro, a venda na livraria Cooperativa Cultura (UFRN) e na Flora Cafeteria.
Sobre o livro, confira a entrevista a seguir:
História, memória, literatura, jornalismo, crônica são os caminhos da sua escrita. Em qual destas facetas se encontra o seu novo livro?
Cenas Natalenses considero, como todos os meus trabalhos anteriores, um livro inclassificável, mas mesmo assim posso dizer que é um livro que, no mundo em que vivemos, o mundo imperativo da imagem, pretende ser uma coleção de pequenos e breves retratos da cidade em palavra e desenho. Um breve exercício de jornalismo visual, de ver e ouvir a cidade em movimento.
Qual o papel da ilustração neste seu novo trabalho?
É uma forma de expressão. Para que descrever um edifício se posso rabisca-lo? Mas faço um traço apressado, sem retoques, e trago o desenho também a uma condição de protagonismo.
E como, quando e onde, e porque nasceu esta ideia de “rabiscar”?
Sempre gostei dessa coisa de ilustração para livros e queria ilustrações para um livro meu, “Petrópolis”, mas não tinha quem fizesse, eu mesmo arrisquei e saiu. Ai, não deixei mais.
E porque estes lugares (a Fortaleza, o Farol, o Parque das Dunas, etc) e não outros?
A sentença de Cascudo, que usei na epígrafe, me concedeu uma liberdade de escolha: “a cidade do Natal é uma perspectiva indefinida”. Fechei os olhos e pensei: que lugares da cidade caberiam numa cena? Procurei os cartões postais: Ponta Negra, a Fortaleza e o Farol; sai em busca do cotidiano, feira livre e o movimento na Praça do Relógio, a maternidade e o cemitério; e não podia deixar de falar da natureza, e fui em busca da flora do Parque das Dunas.
E que texto é este que você faz para o livro?
Sempre procurei e busco uma escrita em voz alta, ou seja, aquela que preserve um tom de oralidade e um ritmo. Gosto quando as pessoas dizem: é como ouvir você falando! A forma é tão importante quanto é o conteúdo. É tudo uma parte do todo.
Um todo?
O todo que nasce na proposta do livro passa pelo apelo visual e se transforma na junção de tudo isso em um projeto gráfico. Propus o desenho de todo livro, inclusive, a montagem, procurando uma fluidez na expressão do conteúdo e que o resultado fosse simples como aí está.
E por que escrever sobre Natal?
Porque não sei ser de outro lugar. O escritor tem sempre uma forte ligação com a sua cidade, portanto, me volto para Natal nesta perspectiva meio quixotesca que Cascudo tratava por um provincianismo incurável.
Uma espécie de Dom Quixote tropical?
Quem sabe?! (risos). A afirmação de Lygia Fagundes Teles para mim ainda é válida: há três espécies em extinção no Brasil: a árvore, o índio e o escritor.
E o que resta ao escritor, esta espécie em extinção, fazer?
Escrever! Já dizia o poeta Ferreira Gullar a arte, a literatura, a poesia, tudo isso existe, porque a vida não basta. Escrever é a forma certa de não deixar tudo passar e basta.
VENDA
Flora Cafeteria, na Floricultura Flor de Algodão.
Av. Rodrigues Alves, 443 – A – Petrópolis.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, 12h às 19h;
sábados 9h às 15h.
Telefone para contato (84) 2030-4090
Livraria Cooperativa Cultura, UFRN.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, 9h às 16h.
Entrega pelo Delivery, telefone para contato e pedidos (84) 3211-9230
ou pelo WhatsApp (84)99864-1991.
O Prêmio Jabuti é das referências máximas no campo literário. Há três anos passou a premiar, também, escritores de histórias de quadrinhos. Essa inclusão se deu por insistência do potiguar Wagner Willian, radicado em São Paulo há umas décadas.
Semana passada o Jabuti divulgou os premiados e Wagner Willian recebeu o primeiríssimo lugar na categoria História em Quadrinhos pelo novo trabalho intitulado Silvestre, lançado pela DarkSide Books. Isso poucas horas depois de ser anunciado vencedor na categoria Melhor Colorista do Troféu HQMix 2020, outra premiação respeitada no meio da HQ.
Esse é o segundo Jabuti de Willian, que saiu vitorioso na categoria Ilustração há cinco anos. Em 2020, o quadrinista competia com nomes como Orlandeli, Clarice Hoffman, Yuri Andrey e Marcelo Costa
Wagner Willian, 42, é também pintor, desenhista e escultor, com formação em propaganda e marketing. Vive há uns 30 anos em São Paulo onde já realizou exposições de arte.
Tem também um livro intitulado Lobisomem Sem Barba, lançado em 2014 pela Balão Editorial. Este livro chegou à segunda colocação do Prêmio Jabuti como Melhor Ilustração.
Já como quadrinista, o primeiro trabalho, Bulldogma (2016) também foi destacado no Jabuti como uma das dez finalistas na categoria HQ.
Com informações do Omelete.
Ficcionista, poeta e ensaísta, José Bezerra Gomes (1911-1982) alcança os seus melhores momentos nesse que é o menos conhecido dos seus romances – “Por que não se casa, doutor?” (1). Sem dúvidas, trata-se de uma pequena obra-prima.
O enredo, muito simples, tchecoviano, não tem lances dramáticos, não tem suspense, nada de artifícios para impressionar o leitor; limita-se apenas a narrar, como num diário íntimo, fatos cotidianos, corriqueiros.
A ação romanesca transcorre em Belo Horizonte, por volta da terceira década do século XX. Flávio, principal protagonista e narrador, jovem recém-formado em Direito, não se anima a seguir a carreira jurídica, conforma-se com o emprego de amanuense em uma repartição pública.
Tímido, sem espírito de iniciativa, anseia por um amor, que lhe dê sentido à vida, mas vive a perambular pelos prostíbulos da cidade, gastando o seu parco salário em rodadas de chope, quando não está na pensão barata, onde mora, obrigado a conviver com uns tipos vulgares, pequeno-burgueses sem horizontes, que ele descreve com muito senso crítico.
“-Por que não se casa, doutor?” – costuma perguntar-lhe a dona da pensão, na esperança de lhe dar, em casamento, sua filha já um tanto “passada”. E por aí vai a narrativa, numa prosa fluente e clara, a linguagem calcada no linguajar nordestino, com a marca de um autêntico estilista.
Obra digna de situar-se entre os bons romances brasileiros da modernidade, “Porque não se casa, doutor?” ficou esquecido na modorrenta província literária, longe dos grandes polos culturais. Uma pena.
Afora o livro referido, José Bezerra Gomes tentou construir uma trilogia ficcional, cujo primeiro volume – “Os Brutos” – saiu em 1938, com o selo Irmãos Pongetti Editores, do Rio de Janeiro (2).
Romance ambientado no interior do Rio Grande do Norte, “Os Brutos” insere-se no Regionalismo Nordestino de 30, embora não seja sequer mencionado pelos críticos e pesquisadores que estudam esse movimento literário a nível nacional.
Com a pequena saga de “Os Brutos”, Bezerra Gomes pretendia iniciar o “Ciclo do Algodão”, a exemplo do que José Lins do Rego fizera em relação ao mundo dos engenhos de açúcar.
Lamentavelmente, seu projeto literário não se concretizou. A doença cortou a carreira de um promissor ficcionista, que ainda nos legou, além de vários contos, a novela “A Porta e o Vento” (3), obra fragmentária, que deixa a desejar, parecendo inacabada.
Vale dizer, ainda sobre o ficcionista, que o seu conto “João Arruma as Malas”, publicado, inicialmente, no Jornal do Commércio, do Recife, 1941, foi escolhido por Nei Leandro de Castro para a antologia “Contistas Norte-rio-grandenses” (1966).
José Bezerra Gomes escreveu contos, publicados nos jornais de Natal, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, “que dariam um volume” – afirma Nei Leandro de Castro, em nota bibliográfica. Infelizmente, tais contos ainda estão dispersos,
No campo do ensaio, José Bezerra Gomes é autor de dois livros: um elogiado estudo sobre a vida e a obra do maior poeta romântico norte-rio-grandense – “Retrato de Ferreira Itajubá” – (4) e uma monografia de interesse histórico e geográfico, trabalho de menor importância em sua obra, começado em 1951 e só terminado em 1975 – “Sinopse do Município de Currais Novos” – (5), e um livreto -“Teatro de João Redondo” (6) ,extrato, pelo autor, de sua tese “O Brinquedo de João Redondo”, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore (Rio de daneiro,1951).
O primeiro destes trabalhos, lançado em 1944, deveria ser reeditado, pois, embora sucinto, constitui-se em um dos melhores estudos, senão o melhor, sobre a vida e a obra de Itajubá.
Poeta, redescoberto na década de 1970, José Bezerra Gomes vem despertando crescente interesse, especialmente depois que as vanguardas mostraram afinidades com ele.
Parece-me que a simpatia que lhe dedicam esses movimentos antiliterários provém do que Luís Carlos Guimarães denominou de “anti-verso”, na introdução à “Antologia Poética” (7) do bardo currais-novense, seu conterrâneo, por sinal.
Bezerra Gomes desbasta de tal maneira o verso que, em sua obsessiva concisão, vai além do haicai. Tem poemas de uma só palavra: Quem assim prescinde das opulências do Verbo, não poderia deixar de agradar aos que renegam a palavra fluente, em especial os concretistas e o pessoal do poema-processo. Daí a reabilitação, que se fez, desse modernista não histórico.
Mas, à parte esses aspectos formais, o que importa, sobretudo, é a essência poética, valor intemporal – o apelo telúrico de poemas como “Mealheiro” e “O Cântico da Terra”; a indagação existencial presente em quase tudo; o senso profundo de humanidade.
José Bezerra Gomes nasceu no sítio Brejuí, município de Currais Novos (RN), a 9 de março de 1911. Pertencente à tradicional família, seu pai, Napoleão Bezerra de Araújo Galvão, era filho do Coronel José Bezerra de Araújo Galvão e cunhado do Desembargador Tomaz Salustino; sua mãe, D. Veneranda Bezerra de Melo, filha do Coronel Luiz Gomes de Melo Lula e D. Maria Idalina da Rocha.
Gomes, como era chamado em família, viveu a sua infância no sertão do Seridó, sua terra-berço, “cenário e drama de toda sua criação literária” (8).
Fez o curso primário no Grupo Escolar Capitão-mor Galvão, em Currais Novos, e o ginasial de madureza no Atheneu Norte-rio-grandense, Natal.
Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo colado grau no dia 7 de Setembro de 1936. Não sei por que motivo foi estudar em Minas, quando, naquela época, era a Faculdade de Direito do Recife a grande atração para os jovens nordestinos com aspirações ao bacharelato.
Dr. Gomes não quis seguir a carreira jurídica. Embora inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, quase não exerceu a advocacia. Há notícia de que viajou, por duas vezes, a Portugal, na defesa de uma causa.
Voltando a morar em Currais Novos (1941), fez uma incursão pela política partidária. Tinha, diga-se de passagem, ideias socialistas. Eleito vereador à Câmara Municipal de Currais Novos, apresentou projeto de lei, instituindo a Diretoria de Documentação e Cultura da Prefeitura de Currais Novos, “com a função de órgão destinado a zelar pelo patrimônio histórico e cultural do Município”. (9). Foi o primeiro diretor e organizador do referido órgão.
Ainda em Currais Novos, Dr. Gomes participou da elaboração do estatuto do Centro Esportivo Currais-Novense (Aero-clube de Currais Novos) e foi seu diretor cultural durante dez anos (1941/51).
Não consegui apurar em que ano veio para Natal. Viveu em companhia da mãe, numa casa modesta da rua dos Pajeús, no bairro do Alecrim.
Era frequentador habitual do Café São Luiz, no centro da cidade. Vi-o, muitas vezes, ali. Bati ligeiros papos com ele. Achava-o excêntrico. Parece que estou vendo: estatura mediana, troncudo, cabeça arredondada, imensa careca, vestia sempre um paletó surrado. Tinha nos lábios finos, permanentemente, um meio sorriso irônico. Os olhos, muito pequenos, soltavam chispas. O modo de andar chamava atenção. Andar de pato…
Ofereceu-me, certa vez, um exemplar do seu “Retrato de Ferreira Itajubá”, verdadeira raridade bibliográfica. Pela data da dedicatória verifico que ele tinha, então, 57 anos de idade. Aparentava mais.
Morreu em Natal, no dia 26 de maio de 1982.
Em homenagem ao poeta e escritor, instituiu-se, em Currais Novos, pela Lei Municipal nº 1191, de 1990, a Fundação Cultural José Bezerra Gomes, com sede naquela cidade, instalada a 17 de março de 1993.
Grande escritor, ainda sem o devido reconhecimento, dele se poderia dizer o que disse Andrade Muricy sobre Auta de Souza: “Eminente e humilde.”
Não podemos permitir que o ano de 2020 termine sem que haja o registro dos 50 anos de uma importante obra literária no solo potiguar. Refiro-me ao livro “A Biblioteca e seus habitantes” de Américo de Oliveira Costa (1910-1996).
A primeira edição foi lançada em 1970, pela Imprensa Universitária do Rio Grande do Norte, tendo o livro 258 páginas. A segunda edição, revista e ampliada, data de 1982, com os selos editoriais da Achiamé (RJ) e a Fundação José Augusto (RN), esta com 436 páginas.
A Biblioteca e seus habitantes é um livro que nos orgulha por ter como berço o Rio Grande do Norte e como autor um macauense. Qual o impacto que causou esse livro? Qual foi a receptividade da crítica? Luis da Câmara Cascudo escreveu:
“Foi possível realizar na província, nos intervalos das tarefas obrigatórias, essa longa, densa, penetrante visita de reaproximação, exposição e síntese, de tantos valores, pensamentos, mensagens, mundos que se reerguem na fascinação das horas sem rumor”
Cascudo foi professor do autor e amigo até o dia do seu encantamento, no ano de 1986. Feito na “província” de Tupi, o livro é universal. A grandeza dele é que o autor conseguiu reunir toda a biblioteca, como bem disse Dorian Jorge Freire.
Nilo Pereira também contribuiu para a fortuna crítica do seu amigo Américo de Oliveira Costa, quando entre tantas verdades escreveu:
“É preciso não apenas ler, mas saber ler. Só um leitor erudito com bom gosto literário e humanístico, pode saber o que vale um estudo da Biblioteca como esse escritor norte-riograndense, nacionalmente conhecido e festejado”.
Mário Moacyr Porto também não poupou aplausos ao livro, afirmando ser ele “uma síntese do pensamento universal, decantado com bom gosto e bom estilo”.
Racine Santos, por sua vez, afirmou: “Se a gente espremer sai a essência da literatura”. Adiante dirá que o autor teve como laboratório sua própria biblioteca particular (com cerca de dez mil volumes) e que é uma obra indispensável a toda biblioteca. E eu complemento: bem como nas mãos de todo bom leitor.
Para Sanderson Negreiros é um livro que vai além da sua originalidade, excepcionalidade e que pede continuação (isso em 1982, quando o autor estava com 72 anos).
Jaime Hipólito Dantas nos assegura que o autor tem domínio das grandes literaturas e que “tirou água das melhores fontes, ouro do melhor ouro e aí está o resultado”.
Até aqui tivemos declarações da prata da casa. Quem da presente geração já leu esse livro? Percebem quantos e importantes olhares recebeu o livro que estamos celebrando seu cinquentenário? E o livro do ensaísta potiguar foi recebendo louvores por este Brasil.
Nelson de Araújo (BA) enaltece a dignidade da obra: “Um livro, enfim, …, que convida a um retorno futuro às suas páginas e que se recomende a amigos, parentes e orientadores, de salas de aula”.
Homero Sena (RJ) gostou imensamente do livro, a ponto de escrever para o autor dando seu elogio: “Que livro admirável você soube fazer! Sozinho, vale uma biblioteca. Quanta leitura e quanta erudição!”.
Paulo Ronai (RJ), um homem que sempre viveu entre livros chegou a afirmar: “É uma obra sui generis”. Pedro Nava (RJ) externa em carta: “Há muito tempo não leio livro nacional com o encanto que o seu me trouxe e as companhias de todos os escritores que amamos”.
A segunda edição foi disponibilizada no mês em que se celebra o Dia dos Escritores, julho, por isso o crítico literário do jornal “O Globo”, Virgílio Moretzsohn (SP), escreveu: “O trabalho de Américo, lançado nesse mês, relaciona o que escritores de todo o mundo disseram a respeito dos livros, os próprios e os demais”.
José Heider (DF) garante ao leitor que ele vai se deparar com saborosos ensaios e que o autor extraiu o que há de melhor no acervo literário do Ocidente.
Luzilá Gonçalves Ferreira (PE) adverte que é um livro para ser degustado devagar.
Geraldina Porto Witter (SP) chama atenção para a forma como o autor soube, com rara maestria, fazer a tessitura do livro.
E para finalizar este rol de admiradores do livro “A Biblioteca e seus habitantes”, lembro ao leitor que até o poeta Carlos Drumonnd de Andrade chegou a escrever para o autor, elogiando o livro e a originalidade do trabalho nas duas edições.
Américo de Oliveira Costa coloca no final do livro, o conselho de Paul Guth, tão válido e atual:
“Antigamente era preciso ler para enriquecer a personalidade. Hoje não se trata mais desse refinamento. Trata-se de saber se pretendemos ou não, tornar-nos robôs, acionados por computadores ou permanecer homens. Leiamos, se quisermos continuar homens e mulheres”.
ARAÚJO, Nelson de. O livro em sua dignidade. Jornal da Bahia, 13 de janeiro 1983.
DANTAS, Jaime Hipólito. A Biblioteca e seus habitantes. Tribuna do Norte, 18 de julho 1982.
FERREIRA, Luzilá Gonçalves. Leitura e Leitores. Diário de Pernambuco, 13 de maio 1983.
FREIRE, Dorian Jorge. De assuntos. Tribuna do Norte, 12 de junho 1982.
HEIDER, José. Repercussão de “A Biblioteca”. Tribuna do Norte, 5 setembro 1982.
MADRUGA, Wodem. De livros. In: Jornal de WM, Tribuna do Norte, 8 de agosto 1982, 2ª página.
MORETZSOHN, Virgíio. Como os escritores veem as “máquinas de ler”. Diário de Natal, 3 de agosto 1982.
NEGREIROS, Sanderson. Escritores, livros e amigos. Tribuna do Norte, 1 de outubro 1982.
PEREIRA, Nilo. Notas sobre “Biblioteca”. Tribuna do Norte, 15 de agosto 1982.
RONAI, Paulo. O homem e o livro. Correio Braziliense, 19 de novembro 1971, 3ª página.
SANTOS, Racine. Viagem pelo mundo dos livros com Américo de Oliveira. O Poti, 19 de março 1989,2ª página.
WITTER, Geraldina Porto. Leitura para Todos. In: Revista Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Vlume 36, nº 3, março 1984.
Há 17 anos, o Prêmio Sesc de Literatura revela anualmente dois escritores, sempre nas categorias Romance e Conto. Hoje é considerado referência por críticos literários, escritores brasileiros e visto como porta de entrada para o mercado editorial no Brasil.
Neste ano foram inscritos 1358 livros, sendo 692 romances e 666 contos. O cronograma, por ser executado por trabalho remoto, não foi afetado pela pandemia, de modo que o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto.
Na edição de 2020, os selecionados foram o capixaba Caê Guimarães, na categoria Romance, por ‘Encontro você no oitavo round’, e Tônio Caetano, na categoria Conto, por ‘Terra nos Cabelos’, reafirmando o aspecto de diversidade do projeto.
Caê Guimarães nasceu em 1970 no Rio de Janeiro. Foi criado no Espírito Santo, onde vive atualmente. É poeta, escritor, jornalista, redator e roteirista.
Com “Encontro você no oitavo round”, apresenta uma narrativa que trata de redenção: um pugilista se debate entre um incômodo zumbido e a memória de outra ocupação antes de se dedicar ao boxe. Dias antes da sua última luta, ele conhece uma jornalista disposta a desvendar o que o fez tomar o caminho dos ringues.
“Eu recebi com muita alegria a notícia que o meu primeiro romance foi o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura. É uma oportunidade muito potente de levar meu trabalho pra outras praças, conhecer autores, públicos e outras formas de fazer literatura e estar no mundo”, afirma Caê.
Tônio Caetano nasceu em Porto Alegre, em 1982. Trabalha como servidor público municipal e é especialista em Literatura Brasileira pela PUC-RS. Já participou de várias antologias literárias.
No volume de contos “Terra nos cabelos”, são trilhados diferentes percursos da mulher na nossa sociedade, envolvendo questões que abordam o mundo do trabalho, o primeiro beijo, ritos de iniciação e as violências externas e internas submetidas ao sexo feminino.
“A literatura faz parte da minha vida desde a infância. Ganhar o Prêmio Sesc me faz a pessoa mais feliz e também me dá um baita frio na barriga. Eu ainda estou assimilando tudo o que representa este momento. A minha única certeza é que vai me tornar um escritor melhor.”, comenta Tônio.
Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, parceira do Sesc no projeto. A curadoria e seleção dos livros segue um padrão criterioso e democrático.
Os livros são inscritos gratuitamente pela internet e protegidos por anonimato. Em seguida, as obras são avaliadas por escritores profissionais renomados, cujos nomes mudam a cada edição, e escolhem os vencedores pelo critério da qualidade literária, legitimando o processo.
Esse ano as comissões foram comandadas por Renata Pimentel e Samarone Lima, na categoria Romance, e por Ana Paula Maia e Marcelo Moutinho, na categoria Conto.
Desde 2003, diversos autores foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, graças ao incentivo da Instituição, entre eles Juliana Leite, Rafael Gallo, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto e Lucia Bettencourt.
FOTO: Caê Guimarães. Crédito: Fabrício Zucoloco
E-mail: Sergiovilarjor@gmail.com
Celular / Zap: (84) 9 9929.6595 Fale Conosco Assessoria Papo Cultura