Mulherio das Letras Nísia Floresta integra e mobiliza cooperação feminina no Flipipa

Mulherio Nísia Floresta Rejane Souza e Carla Alves

PIX: 007.486.114-01

Colabore com o jornalismo independente

Coletivos femininos de literatura fortalecem a presença da mulher escritora no Festival Literário da Pipa, realizado em Tibau do Sul (RN)

Após três dias intensos de trocas, partilhas e diálogos, o encontro das escritoras na Praia da Pipa deverá resultar em contos, crônicas, poemas, cordéis e até romances, pois as vivências são essenciais para que as pessoas da escrita se inspirem e produzam seus textos. Formado por mulheres escritoras, o coletivo Mulherio das Letras Nísia Floresta participou intensamente do Festival Literário da Pipa (FLipipa), realizado no período de 30 de outubro a 1º de novembro de 2025, na praia mais conhecida do estado potiguar, situada no município de Tibau do Sul, litoral Sul do Rio Grande do Norte.

No dia de abertura do evento (30), a servidora pública da Educação e Conselheira Estadual de Cultura, Rejane Souza, idealizadora e fundadora do Mulherio Nísia, integrou a mesa “Lugares de fala: construção das mulheridades na literatura contemporânea”, que colocou no centro da discussão a escritora Maria Valéria Rezende. Fundadora do movimento nacional Mulherio das Letras, a autora paraibana é o elo entre os coletivos homônimos, à exemplo do Mulherio das Letras Zila Mamede, também presente à mesa com a participação de Carla Alves (na mediação) e do seu Corpo Lírico, que encerrou a atividade.

“Estou extremamente grata a cada uma das colegas pela valiosa participação nas atividades em mais uma edição do Flipipa. A presença, o envolvimento e o entusiasmo de cada mulher reafirmaram o espírito recíproco, solidário e proativo que caracteriza nosso coletivo. Foi inspirador ver o comprometimento coletivo e o sentimento de pertencimento que nos unem em torno da literatura, da arte e da força feminina”, agradeceu Rejane, servidora do Estado há 37 anos, lotada na 2ª Direc (Diretoria Regional de Educação e Cultura), cuja sede é localizada em Parnamirim.

Depois de idas e vindas, assistindo importantes apresentações, subindo e descendo ladeiras, curtindo as praias, apreciando as paisagens e descobrindo as atrações gastronômicas da Praia da Pipa, o mulherio de escritoras em sua maioria radicada no Rio Grande do Norte fez um belíssimo encerramento na Creperia Athenas, na noite do sábado (01). Na ocasião, o Mulherio das Letras Nísia Floresta coordenou o Sarau das Manas, que culminou com a participação ilustre da governadora do Estado.

“A professora Fátima Bezerra é a principal responsável por garantir a presença da mulher potiguar escritora no Flipipa. No Sarau das Manas, não contentes por sua presença na plateia, ainda tivemos a honra de contar com sua participação ao recitar Arado, um dos mais potentes poemas da literatura feminina do Rio Grande do Norte, de sua prima Zila Mamede”, contextualiza Rejane, que coordena o grupo com a maestria de uma grande liderança.

O grupo de escritoras levou seus títulos para venda e autógrafos, na Praça do Pescador, e outros ambientes que integram o circuito literário do Flipipa 2025. Rejane expôs seu mais novo trabalho, o infanto-juvenil A Lenda da Cobra Encantada, juntamente com Janaína Gonçalves, autora dos livros de poesia Versos Íntimos e Menina das Flores e o romance Dias Escuros, e de Eliete Mary, com seu livro Fadinha Lily. Entre autoras atuantes, estreantes e simpatizantes, o Mulherio Nísia é composto por cerca de 120 mulheres.

Educai as mulheres – O elemento surpresa do Sarau das Manas, coordenado pelo Mulherio das Letras Nísia Floresta, foi a aparição em carne e osso de sua inspiração maior, por meio da performance estrelada pela atriz Ana Leopoldina Guilherme. Em primeira pessoa, surge entre a plateia a famosa personagem que narra em primeira pessoa que nasceu Dionísia Gonçalves Pinto, em 1810, em Papary, depois adotou o nome Nísia Floresta Brasileira Augusto, tornando-se e sendo reconhecida como a primeira feminista do Brasil, simplesmente Nísia Floresta.

Além de Ana Leopoldina, Rejane Souza e da participação de Fátima Bezerra, integraram o Sarau das Manas as escritoras Beth Olegário, Deth Haak, Eliade Pimentel, Eliete Mary, Janaína Gonçalves e Viviany Santos. O encerramento do Sarau foi magistral, com a apresentação de Célia Bombom, da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins (SPVA), uma das mulheres que caminham com cordéis, responsáveis pelo manifesto Cordelutas, lançado durante a mesa literária que abriu a programação do sábado, na Praça do Pescador.

Ainda sobre o Mulherio Nísia, a referência da mulher considerada a primeira feminista do Brasil e uma das pioneiras na história do movimento no planeta, também está relacionada ao fato que a criadora do movimento també nasceu em Nisia Floresta. Rejane Souza é natural de Jenipapeiro, mora no município e atua fortemente para manter viva a história da escritora no lugar em que ela veio ao mundo.

“Cada gesto, palavra e partilha contribuíram para tornar o evento um espaço de afeto, resistência e celebração da escrita das mulheres. Seguimos juntas, fortalecendo nossa rede e semeando mais capítulos de potência e união. Com gratidão e admiração”, completa a líder e principal articuladora do Mulherio Nísia, que cita e reforça a importância da inclusão da atividade no festival. O Mulherio das Letras Nísia Floresta agradece a presença da plateia, representada por Odinélia Targino e Dácio Galvão, coordenadora e idealizadora do Flipipa, e a secretária de estado da cultura Maryland Brito.

Sobre o Mulherio Nísia – Criado em 27 de setembro de 2017, o Mulherio das Letras Nísia Floresta atualmente é Ponto de Cultura, reconhecido pelo Ministério da Cultura (MinC). A ideia de criar o coletivo surgiu após um convite feito pela amiga de Rejane, a editora, escritora e produtora cultural pernambucana, Patrícia Vasconcelos, para participar do I Encontro Nacional do Mulherio das Letras, que ocorreu na Paraíba em outubro de 2017.

Idealizados por escritoras brasileiras, os grupos chamados Mulherios das Letras constituídos no Brasil e em outros países, como Portugal e França, têm como maior inspiração e pioneirismo a premiada escritora Maria Valéria Rezende.

Siga @mulherionisiafloresta

Redação

Redação

Obrigado pela visita! O que achou do texto?

WhatsApp
Telegram
Facebook
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas da semana

Sergio Vilar
Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.