A cena da produção audiovisual potiguar tem ganhado força nos últimos anos com o crescimento no número de filmes produzidos por realizadores potiguares. Além disso, festivais de cinema começam a se espalhar pelo estado, inclusive em cidades do interior. Muito disso, através da força e dedicação de artistas e produtores independentes movidos por uma coisa em comum: a paixão pelo cinema.
É com essa energia e vontade de fazer que um grupo de profissionais mossoroenses construiu a ideia do I Festival de Cinema Alternativo de Mossoró (FACIM). O festival acontecerá entre os dias 26 a 28 de março de 2020, na Estação das Artes Elizeu Ventania.
Com uma programação totalmente gratuita, com mostras de filmes, workshops, oficinas e debates, o I FACIM constitui-se como um movimento alternativo e colaborativo que objetiva mobilizar a cena artístico-cultural regional.
“É a realização de um sonho coletivo que quer trazer para a juventude mossoroense um espaço cultural e artístico, fomentando nas pessoas o interesse e vontade de contar histórias através do cinema”, comenta Plínio Sá, idealizador e coordenador geral do festival.
As inscrições de filmes para participação nas mostras competitivas podem ser feitas clicando AQUI.
O I FACIM conta com apoio da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e Prefeitura Municipal de Mossoró.
A Caboré Audiovisual promove, nesta sexta-feira (14), no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, o pré-lançamento do curta-metragem “Dias Felizes”.
O novo filme do coletivo foi escrito e dirigido por André Santos, e filmado em Natal durante o mês de julho de 2019.
Na ocasião, haverá ainda a exibição dos curtas-metragens convidados: “Tingo Lingo” (dir. Wallace Santos), “Quando as Coisas se Desmancham” (dir. Aristeu Araújo) e “Em Reforma” (dir. Diana Coelho).
SOBRE OS FILMES:
Guilherme é uma criança de 11 anos que é constantemente lembrada pelos adultos ao seu redor de suas obrigações escolares. Com a presença da figura opressora do seu pai, Guilherme presencia situações indevidas para a sua idade. Ainda assim, ele mostra a sua força e encontra em amigos e brincadeiras uma forma de lidar com as adversidades da vida.
Vitôr, Eliélson e Valtinho são três vendedores de cavaco chinês que transitam separadamente entre os cenários rural, litorâneo e urbano, percorrendo distâncias a pé mas na companhia do característico triângulo, que anuncia com sonoridade inconfundível a chegada do biscoito doce. As longas andanças propiciam encontros, momentos de solidão e um contraste sonoro resultante destes. O ritmo dessas vidas é regido por Trindade, a serralheira que pressente nos noticiários a ameaça iminente aos direitos dos trabalhadores brasileiros.
Ana muda de cidade para morar com o pai que está com alzheimer. Ana estuda para o Enem e faz vídeos. Ana não quer esquecer.
Ao receber a notícia de que a filha vem passar uns dias em sua companhia, Bianca decide retomar a obra inacabada na laje de sua pequena casa. Os planos, contudo, não saem como o esperado.
Pré-lançamento do curta-metragem “Dias Felizes” + Curtas convidados
Data/Hora: 14 de fevereiro | 19h30
Local: Teatro de Cultura Popular Chico Daniel
Endereço: Rua Jundiaí, 641 – Tirol
ENTRADA GRATUITA
O que são filmes picantes? Seriam aqueles onde o sexo é, se não explícito, fortemente implícito na história? Seriam aqueles mais carnais mesmo, onde o sexo é o motor do roteiro e as imagens fazem o sangue ferver? Para mim, um filme picante é aquele que provoca os sentidos. Alguns deles, por exemplo, nem precisam ter cenas de sexo. Um olhar pode ser muito mais potente do que uma roupa sendo rasgada. Um toque nas mãos pode fazer mais estrago do que qualquer exposição de nudez – gratuita ou não.
Pensando nisso, listar os melhores filmes picantes disponíveis na grade da Netflix foi um trabalho ainda mais subjetivo do que qualquer outra lista. Isso porque é muito claro que aquilo que é picante para uma pessoa pode ser um balde de água gelada em outra… e justamente um balde de água gelada pode ser excitante para uma terceira pessoa. Somos todos muito diferentes e, não sendo a Netflix um streaming pornô, os filmes selecionados são completamente diferentes entre si. Um ou mais deles pode ter cenas mais explícitas, mas não é essa a questão… a intenção fala mais alto aqui.
Há um motivo sempre muito influente quando se tenta elencar filmes dessa forma: a identificação. Quando se trata de desejo, tudo ganha outras proporções, porque mexe com a imaginação… e isso é algo quase sagrado, além de ser, sobretudo, intransferível.
Pensando nisso, a ideia das minhas listas de cinema geralmente é indicar. Sem a menor pretensão de criar algo exato, definitivo ou qualquer coisa do tipo, os filmes citados e brevemente resenhados mais abaixo servem como indicações para quem não os assistiu ou para quem gostaria de reassisti-los. Para mim, é óbvio que, dentro do catálogo da Netflix, podem ser encontrados outros tão bons quanto, mais picantes – que seja –, mas, como dito, isso vai depender de questões subjetivas do imaginário e, claro, do gosto pessoal (até por isso a lista é, apesar de curta, bem diversa).
Sem mais demora e dentro dessa abordagem sem verdades absolutas, vamos à lista dos 10 melhores filmes de fantasia disponíveis na Netflix:
Dando a impressão de estar sempre buscando emular o cinema de Pedro Almodóvar, Kiki: Os Segredos do Desejo é um filme irreverente que conta com um elenco especialmente afiado. Muitos dos momentos mais engraçados chegam a ser ultrajantes (o que é um elogio aqui) e, quando as situações parecem passar do limite, há sempre uma certa empatia procurando envolver o espectador. Não consegue, de fato, copiar Almodóvar (e quem consegue?), mas é um exemplo de um filme picante com muito humor.
A picância desse filme é de uma maneira ampla: Ele enfrenta uma certa repressão sexual existente na Índia e traz quatro histórias íntimas de quatro mulheres diferentes. Todos vão além de uma simples contação, transformando seus objetos em seres humanos extremamente palpáveis. Há sempre um sentimento de compaixão exposto com muita maturidade. Quatro Histórias de Desejo é um filme (ou quatro) sensível e, ao seu modo, muito atraente.
Divertido – muito divertido – e com um conteúdo intensamente político, A Arte de Amar é um filme feminista que não deixa muito espaço para assexuais. A positividade sexual está no foco e ela é, inclusive, um motor instigante de risadas. Um filme que merece ser descoberto ou, pelo menos, muito mais visto no catálogo da Netflix.
A roteirista e diretora brasileira Fernanda Pessoa traz à tona o mundo da pornochanchada, com esse documentário fundamentalmente marcado pela montagem (de Luiz Cruz). Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava revela o lado humano do universo do soft porn brasileiro, misturado a humor e realizado em pleno período de ditadura militar. É interessante e fundamental perceber que o filme não explica absolutamente nada diretamente… porque deixa as imagens falarem por si. E elas (as imagens) conseguem.
Toda a picância de Carol está principalmente nos olhares. Basta perceber as vezes em que a personagem título (interpretada por Cate Blanchett) baixa a guarda com relação à Therese (Rooney Mara) para entender do que um olhar é capaz. Acima de tudo, Carol é um filme comovente, que usa da química entre as personagens para que o simples desejo de andar de mãos dadas em público seja cobiçado pelo espectador.
Agora, ficam aí os comentários. Como sempre, foi difícil fazer uma lista com um material tão subjetivo, mas tenho certeza que vocês podem complementar e enriquecer tudo. Ficaram filmes de fora, então vamos conversando, debatendo… de repente, aumentando a lista.
Texto originalmente publicado no Canaltech
O curta-metragem “A Parteira“, escrito e dirigido pela cineasta potiguar Catarina Doolan, foi eleito Melhor curta-metragem pelo Júri Popular na 23a Mostra de Cinema de Tiradentes, evento que movimentou a cidade histórica de 24 de janeiro a 01 de fevereiro.
O filme foi exibido no Cine Copasa na Praça, dia 27 de janeiro, cinema ao ar livre montado no Largo das Forras, principal praça da cidade histórica mineira.
Além do Troféu Barroco, a 23a Mostra Tiradentes premiou a produção com serviços oferecidos por parceiros do evento. Da Ciario: R$ 5 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar. Do CTav: 20 horas de mixagem e empréstimo de câmera por duas semanas. Da Mistika: R$ 6 mil em serviços de finalização.
Trecho do curta-metragem está disponível para download neste link AQUI.
Donana, parteira com mais de meio século de ofício, representa a resistência da tradição e humanização ao parto na região de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
Dona de uma personalidade forte, compartilha de sua sabedoria, adquirida ao longo de anos como parteira, mãe, mãe de santo, madrinha, mulher. Assim como a chanana, flor que brota em meio ao concreto e é subestimada por sua frágil aparência, Donana nos ensina a permanecer firmes apesar das adversidades da vida.
Direção e Roteiro: Catarina Doolan Fernandes
Produção Excutiva: Catarina Doolan, Assis Carlos Fernandes e Dênia Cruz
Assistente de Direção e Direção de Produção: Diana Coelho
Produção Logística: Kinohaus
Direção de Fotografia: Giovanna Hackradt Rêgo e Sarah Wollermann
Operadoras de Câmera: Giovanna Hackradt Rêgo, Sarah Wollermann e Catarina Doolan
Som Direto: Marina de Lourdes
Montagem e finalização: Camila Fernandes
Colorização: Bruno Sarmento
Mixagem: Ricardo Félix
Trilha Sonora: Joana Knobbe
Designer: Gabriela Barbalho
Social Media e Assessoria de Comunicação: Atena Marketing – Andressa Vieira
Assessoria jurídica: Ana Flávia Ferreira
Assessoria contábil: Maria Auxiliadora Barreto
Com o intuito de dar visibilidade e promover o debate de filmes dirigidos por mulheres, a Macambira – Mostra de Cinema de Realizadoras, é um evento gratuito e não-competitivo que abre espaço para a produção audiovisual potiguar e nacional. As inscrições estão abertas até o dia 16 de fevereiro de 2020 e o evento acontece no mês de março em Natal (RN).
Podem ser inscritos curtas-metragens finalizados a partir de janeiro de 2017, sem restrição de gênero, desde que dirigidos por mulheres realizadoras (cis, trans, travestis, não bináries) de nacionalidade brasileira. É permitida também a inscrição de obras que tenham sido co-dirigidas com homens.
O objetivo é dar visibilidade às obras, em formato de curta e longa-metragem, de diretoras e promover um espaço de diálogo sobre feminismo e cinema, trazendo pautas urgentes como representatividade no cinema, considerando recortes de raça, classe, identidade de gênero e identidade sexual, por exemplo.
Para se inscrever, é necessário preencher o formulário online que está disponível nas redes sociais e blog oficial da Mostra. A primeira edição da Mostra Macambira é promovida pela Mulungu Audiovisual e Salobra Filmes e conta com o patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura – FIC 2018, lançado pela Prefeitura do Natal através da Fundação Cultural Capitania das Artes.
Mais informações: AQUI
Vi O caso Richard Jewell (Richard Jewell – 2019), o último trabalho de Clint Eastwood. Sensação esquisita ver um filme sozinho no cinema. O caso de Richard Jewell começou e, em sala, estávamos sós: apenas eu e os meus botões e a história daquele sujeito, que Clint resgatou das entranhas da história americana contemporânea e jogou no turbilhão de uma trama cinebiográfica, familiar, cômica e trágica, anônima e pública.
Esperava que os fantasmas não aparecessem. E esperava ainda que O caso Richard Jewell fosse pelo menos próximo do último Eastwood e diferente do que vem apontando a crítica, que deseja sempre, em uma relação de amor e incompreensão, que o realizador prescinda das questões político-culturais que lhes são fundamentais, que se torne imune ou se distancie, assim, como quem troca de roupa, do seu mundo, cosmologia, imaginário, princípios.
Aliás, em relação ao cinema de Clint, a crítica se comporta como uma gangorra, ora elogiando os filmes, mas num esforço descomunal para separar o cinema da política ou de uma certa cultura republicana – e, então, as obras são incontornáveis, mas, politicamente, incorretas, ora recusando-as sob o pretexto de que sua ética está na ponta extrema do que deve ser politicamente aceitável.
Não teve jeito: os fantasmas apareceram ao longo da sessão e a crítica de cinema foi um deles. Eu sozinho ali, olhando para as imagens, prestando atenção aquele sujeito em um processo de formação e adensamento perceptivos do mundo, da vida, da lei e da ordem: autoproclamado agente da salvação pública – sob uma direção sem histeria, que elimina toda e qualquer atmosfera e encenação excedente, o que torna o desenvolvimento do personagem Richard algo mais brutal dada a inocência perigosa que conduz seus passos, comportamento, ações.
É justamente com a história de Richard Jewell que Clint promove esse encontro de forma mais brilhante, talvez, desde Gran Torino (2008), em que um certo mundo republicano estava em quadro como dimensão cultural marcante e dominava as imagens. O que torna esse enlace o fator das melhores sequências que vemos em O caso Richard Jewell ou, em outros termos, o desenvolvimento de personagem mais preciso.
Aquele conjunto de encenações – dentro da encenação clinteastwoodiana –, que envolve a chegada dos agentes do FBI a casa de Richard, a passagem deste em meio aos jornalistas e o seu depoimento no escritório policial americano, vale por uma centena de obras da década. Ali, com o sistema farsesco em quadro como numa comédia de horror, Clint expõe a farsa da lei e da ordem, a ilusão de um paranóico-patético e um sistema policial degenerado.
Em O caso de Richard Jewell, o estado de coisas que o diretor coloca em cena é confundido com apologia pelos seus leitores mais à esquerda. Sinceramente, não vejo aqui qualquer tom celebrativo de uma certo republicanismo/fascismo americano que desemboca num desenho positivo de Richard. E não sei também como é possível elogiar o filme destituindo das suas dimensões políticas ou culturais. Que não se concorde, equivocadamente, é uma questão diferente de tentar olhar para as imagens destituídas dessas dimensões. Não é possível no cinema de Clint, assim como não é no de Leni Riefenstahl – goste-se ou não dos lugares que ocupam/ocuparam na História –, ainda que a arte e o absurdo sejam um todo que, nesses casos e em outros similares, torne-se impossível de ser quebrado e separado.
E, ao contrário de trabalhos anteriores, Clint desenvolve aqui esse enlace sem perder o foco, pontuando o personagem, apresentando o contexto e desenrolando o drama pessoal e familiar, privado e público, com circunstâncias históricas e fílmicas que o envolvem, sem aquelas tramas secundárias como a dos irmãos que apaga pelo menos duas das cinco estrelas de As pontes de Madison (The bridges of Madison County – 1995). O foco em Jewell, na construção da sua personalidade, na sua imersão numa agencia da segurança, na ilusão de autoridade, não perde a força narrativa do início ao fim.
No primeiro bloco, da partida do game com o seu futuro advogado (a apologia as armas) à suspeita do cabeludo com uma mochila no show em Atlanta (o tipo criminoso inquestionável na cosmologia republicana de Richard), Clint desenvolve cada uma das fases da formação de Jewell rumo ao herói americano preso a um mundo doentio (o game, a sequência do tiro ao alvo, a coleção de armas sobre a cama), do autoritarismo (a batida na república de jovens em festa e as “blitz policiais” no College) e da paranoia da segurança (para garantir a lei e a ordem que, no documentário A 13ª Emenda (13th – 2016, de Ava DuVernay) tem a sua gênese e miséria registradas, do século XIX a atualidade, como um processo de regulação e encarceramento que se estende até o tempo de Richard). A progressão da construção da personalidade desse sujeito, nesse momento inicial, passa longe de tornar o último Clint Eastwood um evento de celebração a uma certa cultura republicana fascista.
Do início ao fim, não fica qualquer dúvida de que estamos diante de um paranoico, bobão, idealista (em seus próprios parâmetros), pateta ou, o que é pior, de um inocente perigoso. Se ao final esse sujeito ganha farda e distintivo não deixa de ser um sintoma de um modelo de sociedade que, em tela, Clint Eastwood registra sem disfarces. Uma sociedade com seus heróis de plásticos, enaltecidos e depois destruídos, postos em cena pela mesma mídia, eticamente, degenerada, colocada nas cordas por Eastwood n’O caso Richard Jewell sem qualquer concessão (o choro da jornalista ao final é igualmente patético, a força da nota do advogado de Richard na coletiva de imprensa empareda, sem lados, a mídia e o Estado, a chacota na sequência da oração depois do atentado não perdoa).
Se, por um lado, os casos que envolvem as táticas da jornalista que, sem pudor ou qualquer princípio, passa por cima de qualquer coisa para alcançar seus propósitos jornalísticos, são de fato os mais questionáveis, pois, como já comentaram, a jornalista em tela não é do mundo da ficção e sequer, já morta, tem como responder ao lugar que Eastwood lhe reservou na História; por outro lado, entretanto, são questões relacionadas a um personagem específico e não ao estado de coisas que constitui o que é central neste filme, que é mais uma crônica histórica cinebiográfica americana documentando mais um certo tipo de herói que brilha e se apaga.
Por fim, se a humanização do personagem é uma das linhas de força de O caso Richard Jewell, é porque Clint não filma um tijolo ou um pedaço de madeira, mas a complexidade humana e da vida – os indivíduos com seus anjos e demônios, contradições e sensibilidades específicas.
O Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol realizará a sua terceira edição na praia de Ponta Negra, um dos principais cartões postais da capital potiguar, nos dias 28 e 29 de janeiro. Com realização da Pinote Produções, o festival segue com o objetivo de contribuir com a difusão do audiovisual potiguar e nacional, dando grande visibilidade aos filmes apresentados.
O Festival recebeu aproximadamente 200 filmes inscritos nas duas mostras. Após a análise criteriosa da curadoria, foram selecionados 10 curtas potiguares e 9 curtas nacionais, o que totaliza 2 horas de exibição em cada mostra.
Os curadores convidados para a mostra local foram Andre Farkatt, Augusto Araujo e Izabelle Cabral, e Carito Cavalcanti, Raildon Lucena e Vanessa Trigueiro realizaram a curadoria da mostra nacional. Todos os profissionais atuam na área do audiovisual.
Para a Mostra Cine Verão Poti, com obras de realizadores potiguares e rodados no estado do RN, os selecionados foram:
– CODINOME BRENO | Direção: Manoel Batista – Natal – Doc;
– DISTORÇÃO | Direção: Paula Pardillos e Davi Revoredo – Natal – Fic;
– SALVE O REI QUE VAI CHEGAR | Direção: Rosália Figueirêdo – Serra de São Bento – Doc;
– BERRO | Direção: Alex Macedo & Riele Silva – Parelhas – Fic;
– CASA COM PAREDE | Direção: Dênia Cruz – Natal – Doc;
– A PROVÍNCIA MODERNA | Direção: Artemilson Lima e Raimundo Arrais – Natal – Doc;
– VILA DO SOSSEGO | Direção: Alex Macedo – Parelhas – Fic;
– JÚLIA PORRADA | Direção: Igor Ribeiro – São Miguel do Gostoso – Doc;
– EM REFORMA | Direção: Diana Coelho – Natal – Fic;
– BASCUIO | Direção: TupaN Diego – Natal – Doc.
E para a Mostra Cine Verão Brasil, formatada por obras realizadas e rodadas em diversos estados do país, os selecionados foram:
– RISCADOS PELA MEMÓRIA | Direção: Alex Vidigal – DF – Fic;
– PEGA-SE FACÇÃO | Direção: Thaís Braga – PE – Doc;
– VISTA PARA DIAS NUBLADOS | Direção: Ana Luísa Moura – RS – Fic;
– TRAVELLING ADIANTE | Direção: Lucio Branco – RJ – Doc;
– DRAGNOSTRA | Direção: PV Vidotti – MT – Fic;
– A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO | Direção: Zefel Coff e William Alves – DF – Doc;
– AS VIAJANTES | Direção: Davi Mello – SP – Fic;
– SOCCER BOYS | Direção: Carlos Guilherme Vogel – RJ – Doc;
– O GRANDE AMOR DE UM LOBO | Direção: Kennel Rogis e Adrianderson Barbosa – PB/RN – Fic.
O Cine Verão é uma realização da Pinote Produções, com o patrocínio da Prefeitura do Natal, Programa Djalma Maranhão e Coral Plaza Apart Hotel. Conta ainda com o apoio do XS Energético.
3º CINE VERÃO – Festival de Cinema da Cidade do Sol
Dias 28 e 29 de janeiro, terça e quarta-feira
Na Orla da praia de Ponta Negra – Natal/RN (Deck em frente ao Astral Sucos)
Acesso gratuito
Mais informações: clique AQUI.
A organização do Curta Caicó abriu inscrições para a sua terceira edição, que será realizada no mês de junho de 2020. Podem se inscrever curtas-metragens, de todas as regiões do Brasil, com duração máxima de 20 minutos e data de finalização a partir de janeiro de 2018.
Os realizadores interessados podem inscrever seus filmes em formulário virtual disponibilizado no website www.curtacaico.com.br, no período de 10 a 26 de janeiro de 2020.
Em apenas duas edições, o Curta Caicó acumula 950 curtas-metragens inscritos de todas as regiões do país; sete oficinas de linguagem e expressão audiovisual, com cerca de 200 pessoas capacitadas; além de formação de público e participação de cineastas de vários estados do país.
“Em duas edições, o Curta Caicó vem se consolidando como uma importante vitrine para a produção audiovisual nacional. Ano passado, inclusive, tivemos uma mostra só com filmes da nossa região Seridó. Cinema é sonho e hoje, sobretudo, cinema é resistência. Por isso, mesmo diante das dificuldades, lutamos para manter o festival ativo e atuante”, ressaltou o diretor do festival, Raildon Lucena.
O 3º Festival de Cinema Curta Caicó é uma realização da Referência Comunicação e acontecerá na primeira quinzena do mês de junho de 2020.
3º Festival de Cinema Curta Caicó
Inscrições: 10 a 26 de janeiro
Link: https://www.curtacaico.com.br/regulamento/
A segunda edição da Mostra Itinerante Gira Curta será realizada em Caicó neste sábado (14) na Casa de Cultura Popular Sobrado Padre Guerra, a partir das 19h30. O evento é uma iniciativa do 8º Curta Brasília que pretende levar aos espaços culturais e cineclubes de todo o Brasil uma programação de curtas-metragens nacionais, que foram destaque em outras edições do festival.
A Mostra Gira Curta “Tá esperando o que?” exibirá os seguintes filmes:
– Vidas Cinzas – Direção: Leonardo Martinelli., RJ, 2017 [12 anos]
– Mais triste que chuva em recreio de colégio – Direção: Lobo Mauro. Documentário, RJ, 2018 [Livre]
– Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados – Direção: Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito, MG/PE, 2018 [Livre]
– Entre parentes – Direção: Tiago Aragão. DF, 2018 [Livre]
A Mostra Itinerante Gira Curta tem acesso livre e é uma realização da Casa de Cultura Popular Sobrado Padre Guerra, 8º Curta Brasília, Curta Caicó e Referência Comunicação.
O curta-metragem ‘Codinome Breno’ foi selecionado para o 21º Festival do Rio de Cinema, um dos mais importantes e prestigiados festivais do Brasil. O festival ocorrerá de 9 a 19 de dezembro e Codinome Breno será o único filme que representará o Rio Grande do Norte neste evento.
O filme será exibido 3 vezes durante o festival, tendo uma sessão especial para convidados no dia 14/12 às 20h – sessão da Estação NET Gávea.
O curta já recebeu as seguintes premiações: Melhor Pesquisa e Melhor Roteiro no Curta Caicó – RN; Premiação de destaque e relevância pela ABDeC/APECI – Festival de Triunfo – PE; Melhor Roteiro de documentário – Júri Popular – III Rota – Festival de Roteiro Audiovisual – RJ; Melhor Filme de Arquivo – Cine Tornado Festival – PR.
Além disso, o filme foi selecionado para participar de festivais de destaque no país ao longo deste ano, como o 12º Festival de Cinema de Triunfo, em PE; O 30º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum; o 14º Festival Taguatinga de Cinema, no DF.
“A forma como o filme tem sido recebido nos festivais nos abre espaço importante de diálogo com o público de cada cidade sobre temas como ditadura, tortura e autoritarismo. Temas esses que vêm sofrendo ataques de vertentes conservadoras da sociedade e do governo, que tentam minimizar ou apagar esses eventos. Nesse ponto nos juntamos aos que abominam essas práticas e ajudamos manter forte a bandeira de que ‘Não é esquecer é resistir!'”, frisa o diretor do filme, Manoel Batista
Codinome Breno participará do Festival dentro da mostra Première Brasil, uma das mostras mais aguardadas e concorridas do Festival. A Mostra vai exibir produções de novos diretores e consagrados, com filmes dos mais variados enfoques e regiões do país.
Considerada como uma das principais janelas cinematográficas do país, a Première Brasil oferece ao público o privilégio de participar de debates com cineastas, produtores e atores e escolher o melhor filme nas categorias ficção, documentário e curta, através do voto popular e um júri oficial elege as demais categorias.
AFRONTE – Mostra de Cinema LGBTQI+ é uma realização da Caboré Audiovisual e acontecerá nos dias 18, 19 e 20 de dezembro de 2019 às 14h no Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, em Natal.
O evento terá em sua programação a exibição de filmes feitos por LGBTQI+’s e que tenham preferencialmente, mas não obrigatoriamente, em sua narrativa pautas LGBTQI+’s. A intenção é compor uma mostra com uma diversidade de realizadores e/ou temáticas que contemplem toda ou maior parte da sigla.
Buscando também representatividade racial, a curadoria terá um olhar para a seleção de filmes de realizadores LGBTQI+’s negros e indígenas.
A mostra terá um caráter não-competitivo e será formada por meio de uma seleção e curadoria de filmes, havendo também filmes convidados na programação.
Podem ser inscritos curtas-metragens brasileiros de todos os gêneros com duração de até 20 min, incluindo créditos, realizados a partir de janeiro de 2018. Os filmes devem ter a direção de um(a) LGBTQI+. Haverá preferência para filmes que destaquem o protagonismo LGBTQI+ em sua narrativa, no entanto, a mostra aceita filmes de temáticas diversas de diretores LGBTQI+.
As inscrições ocorrem no período de 30 de novembro a 06 de dezembro de 2019. A lista de selecionados será divulgada no dia 13 de dezembro, nas redes sociais da Caboré Audiovisual:
Link de acesso ao regulamento e formulário: AQUI.
Em 1972, quando Francis Ford Coppola lançou O Poderoso Chefão, o público foi convidado a sentar à mesa de Don Vito Corleone (Marlon Brando), um dos chefes da máfia mais respeitados criados pela literatura de Mario Puzo. Ao mesmo tempo em que aquele filme retrata um personagem tão ameaçador, faz também de suas ameaças algo emocionalmente convincente, admirável. A introdução, que contrasta Don Corleone em seu escritório discutindo os interesses de Bonasera (Salvatore Corsitto) com o casamento de sua filha, revela o equilíbrio do poder e do afeto, da importância da família, e como não é difícil cultuar um criminoso quando passa a se considerar tudo dentro dos seus termos.
Cuidado! Daqui em diante a crítica pode conter spoilers!
O Irlandês (disponível na Netflix), por sua vez, não está interessado na pompa do crime nem muito menos em provocar alguma espécie de reverência do público para com seus personagens – especialmente por Frank Sheeran (Robert De Niro). A direção de Martin Scorsese (de O Lobo de Wall Street, 2013), junto ao roteiro adaptado de Steven Zaillian (de A Lista de Schindler), prefere o lado mórbido de tudo, a parcela mais humana e menos permissiva dos atos. Nesse sentido, o plano-sequência inicial, que pacientemente sinaliza onde Sheeran está – em um abrigo para idosos –, não é somente eficiente para demonstrar a localização daquele homem, mas para contrastar o envolvimento nada solitário de cada hóspede de tal asilo com a solidão do protagonista. Esse contraste é reforçado pelo resgate da canção In the Still of the Night (I’ll Remember) – em tradução livre: Na Calada da Noite (Eu Me Lembrarei) –, de Fred Parris, que, na voz dos Five Santins, canta:
“Na calada da noite,
eu te segurei,
segurei apertado
porque eu te amo
Amo-te tanto…
Prometo que eu nunca
vou deixar você ir
na calada da noite.”
A solidão de Frank Sheeran (Robert De Niro). (Imagem: Captura de tela/Sihan Felix)
Ao passo que uma música que fala de amor de maneira inocente (infelizmente não traduzida pela legendagem) aqui é dura o suficiente para já ceder algumas camadas à personalidade de Sheeran, essa mesma letra provoca uma rima que pode ser de uma eficiência dolorida quando, mais à frente, a personagem de De Niro começa a sair na tal calada da noite e Peggy (sua filha – Lucy Gallina e Anna Paquin) apenas pergunta sobre o seu destino (“Ao trabalho.”, diz ele), sem forças para impedi-lo de sair e muito menos para dizer que o ama.
Scorsese, por sinal, está muito mais interessado em tornar seus criminosos interessantes sem que, para isso, seja necessário fomentar uma aura de deslumbramento. Isso faz com que O Irlandês não seja um filme que evoca o poder e as consequências diretas dele, mas uma ode ao tempo e, sobretudo, um tratado sobre lealdade, amizade e escolhas.
Não que tudo isso seja contornado por linhas retas, afinal há quem diga que a vida é escrita certa em linhas tortas mesmo. Por esse lado, relembrar dos trabalhos cineteológicos de Scorsese é quase como acrescentar interpretações aqui: se A Última Tentação de Cristo (1988) expõe um Jesus frágil e perturbado que reflete como seria sua vida se tivesse a levado de forma comum e Silêncio (2016) expõe a intolerância humana e justamente o silêncio de Deus – que talvez doa no filho (e nos filhos) muito mais do que pregos fincados no corpo e uma coroa de espinhos – O Irlandês pode ser visto como a comunhão dessas experiências.
Isso porque Sheeran – frágil e perturbado – acaba por se perceber sozinho, abandonado, sem a única voz que gostaria de ouvir (a de Peggy), até mesmo quando vai até ela. A resposta dela, de certo ponto ao final da vida é, então, o silêncio. Ainda assim, talvez fique claro que não é o silêncio do desprezo, mas é o de distanciamento por discordar inteiramente dos métodos do seu criador, como alguém que percebe o próprio pai como um deus, mas aquele do Velho Testamento, que prova o amor através da morte e que precisaria ceder seu filho ao mundo para aprender a dar a outra face.
Peggy é esse filho. A cena em que ela pergunta ao pai “Por quê?” (em uma das poucas falas da personagem) é, inclusive, das mais intensas de todo o filme. Paquin dá à pergunta de sua personagem uma força tão destruidora que, naquele momento, Sheeran vai para o inferno. Ele, que não consegue olhar para a filha, fomenta a fragilidade do seu poder. Ela, que não desvia os olhos dele, atesta o poder da dúvida e a força de não concordar com as atitudes do próprio pai, por mais que estas tenham sido a forma que ele, embrutecido, encontrou para dar proteção e demonstrar amor.
“Por quê?” (Imagem: Captura de tela/Sihan Felix)
Scorsese, obviamente, tem papel fundamental nessas questões: enquanto trata Sheeran e Russell Bufalino (Joe Pesci) com planos e contraplanos comuns e, muitas vezes, encaixando-os nos mesmos frames – algo que também faz com Sheeran e Jimmy Hoffa (Al Pacino) –, o tratamento que dá às cenas do protagonista com sua filha separa-os esteticamente de um jeito quase violento. Pela direção de fotografia de Rodrigo Prieto (do citado Silêncio), ora ele à sombra e ela à luz; ora ele de perfil e ela de frontal; ora ele em grande plongée e ela em close… a questão é que o diretor jamais idealiza pessoas tão próximas, mas com tanto entre elas, em união visual. Existe muito mais do que alguns centímetros ou poucos metros entre elas e a escolhas de Scorsese junto à luz de Prieto atestam esse distanciamento.
A visão de Scorsese, por sinal, faz de O Irlandês um contraponto exatamente para O Poderoso Chefão (com a música de Robbie Robertson – de Jimmy Hollywood – evocando a de Nino Rota de vez em quando). Em oposição ao filme de Coppola, o que se vê aqui não é a máfia como algo a ser temido-porém-respeitado, a prosperidade da família (Vito – De Niro no segundo filme) e a decadência da moral (Michael – Al Pacino) exercidas por homens; o que se apresenta é a máfia pela máfia aos olhos do público. No final das contas, Scorsese tem controle total do seu trabalho a ponto de se permitir deixá-lo inteiramente para as interpretações e para o ajuizamento de cada espectador.
Essa sensibilidade fica clara na última cena: construindo imageticamente algo semelhante ao final do filme de 1972 – quando Michael, enfim, assume a função de chefe de família e Coppola exclui Kay (Diane Keaton) ao fechar a porta entreaberta que a permitia ver os homens beijando a mão do então esposo –, Scorsese deixa a sua porta entreaberta a pedido do seu personagem: “Padre? Pode me fazer um favor? Não feche a porta completamente. Não gosto disso. Deixe-a entreaberta.”
Final de O Poderoso Chefão. (Imagem: Paramount Pictures)
Final de O Irlandês. (Imagem: Captura de tela/Sihan Felix)
A partir daí, as diferenças ficam claras: a visão de Scorsese é muito mais um julgamento, é mais dura (sem de modo algum invalidar o trabalho de Coppola). Sheeran – com o natal se aproximando, sozinho e sem ter para onde ir e muito menos com quem ficar – é entregue ao espectador, que o vê por alguns segundos pelo vão da porta entreaberta até que o corte seco para a tela escura traz de volta a mesma música do início.
“Então, antes da luz,
segure-me novamente,
com toda a sua força,
na calada da noite.”
Mas não tem ninguém para segurá-lo.
Resta imaginar se aquele homem se sente culpado pelas suas escolhas ou apenas quer conversar conosco sobre a lealdade que decidiu levar para o túmulo. Ou sobre o quanto o tempo é implacável… o fim, que sempre vence.
O Irlandês é uma obra-prima.
Post publicado originalmente no Canaltech
O Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol realizará a sua terceira edição na orla da praia de Ponta Negra, um dos principais cartões postais da cidade, nos dias 28 e 29 de janeiro. Idealizado pela produtora cultural Nathalia Santana, da Pinote Produções, o festival chega a sua terceira edição mantendo o objetivo de contribuir com a difusão do audiovisual potiguar e nacional, dando grande visibilidade aos filmes apresentados. Nos dois dias de evento, a praia será um espaço para receber os profissionais e amantes do cinema e pessoas dispostas a curtir um programa cultural gratuito.
As inscrições para filmes são gratuitas e estão abertas de 02 a 22 de dezembro através do formulário disponibilizado AQUI. Poderão se inscrever no 3º Cine Verão filmes com duração máxima de 20 minutos (incluindo os créditos), que possuam cópia de exibição em arquivo digital e que tenham sido finalizados a partir de janeiro de 2018. O resultado da seleção será divulgado no dia 13 de janeiro de 2020.
A Mostra Cine Verão Poti contará com obras de realizadores potiguares e rodados no estado do RN, e a Mostra Cine Verão Brasil, com obras realizadas por brasileiros de outros estados. Ambas as mostras são de caráter competitivo. E além das exibições dos curtas metragens o festival contará também com debates, apresentações musicais e encontros com profissionais do mercado audiovisual.
O projeto Cine Verão é uma realização da Pinote Produções, com o patrocínio da Prefeitura do Natal, Programa Djalma Maranhão e Coral Plaza Apart Hotel. Conta ainda com o apoio do Astral Sucos e XS Energético.
3º CINE VERÃO – Festival de Cinema da Cidade do Sol
Dias 28 e 29 de janeiro de 2020, a partir das 16h.
Orla da praia de Ponta Negra – Natal/RN (Deck em frente ao Astral Sucos)
Acesso gratuito
Inscrições e informações: AQUI
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O Filme “Quando o Vento Passar”, do mossoroense Plínio Sá foi o grande vencedor da 10ª edição do Festival Internacional de Cinema de Baia Formosa – FINC. O evento considerado um dos mais importantes do Nordeste, premiou na noite do último sábado (30/11), os melhores curtas metragens classificados nas três competitivas do Festival: Curtas de 1 minuto – Bons ventos, Perolas do RN e Mostra de Curtas Potiguares. Esse ano, o festival contou com 65 filmes inscritos e recebeu um público médio de 2.500 mil pessoas, durante os dois dias de festival.
Plínio Sá vai representar o Rio Grande do Norte, no maior festival de cinema independente da Europa, o Festival OFF Câmera que acontece anualmente na cidade da Cracóvia, na Polônia com tudo pago. Em segundo lugar ficou o curta “Para Respirar”, de Alamberg Smytth e em terceiro lugar “Sem sinal”, que contou com direção coletiva.
Na mostra de Curtas de 1 minuto – IFRN, voltado para estudantes dos Institutos Federais do estado, levou o prêmio de melhor curta metragem “Metade de Mim”, do Edmundo Duarte. O vencedor da Mostra de curtas do IFRN vai poder participar da Mostra de Curtas de São Paulo (kinoforum) do próximo ano.
As belezas do Rio Grande do Norte foram destaque na mostra Pérolas do RN. O primeiro lugar ficou com o curta “Parelhas”, de Gabriel Victor. Como parte da premiação, ele ganhou uma viagem para qualquer lugar do Brasil. Em segundo lugar ficou o filme “Registros Singulares”, de Alexandre Fonseca. Ele recebeu como prêmio, um passeio de Buggy pelas nas Dunas de Genipabu.
Já na Mostra Curtas Potiguares, o vencedor foi o filme “Madrigal”, do Felipe Silva de Oliveira e vai passar um final de semana, com direito a acompanhante no Hotel Serhs Natal.
Confira a lista dos vencedores:
1) Quando o Vento Passar – Plínio Sá;
2) Para Respirar – Alamberg Smytth
3) Sem Sinal – Direção Coletiva.
1º lugar: Metade de Mim – Edmundo Duarte;
1º lugar: Parelhas – Gabriel Victor;
2º lugar: Registro Singulares – Alexandre Fonseca.
1ª lugar: Madrigal – Felipe Silva de Oliveira
Chico de Cinema -Direção Coletiva
Ela, João – Sihan Félix
O audiovisual ganha vez nesta sexta e sábado na programação do Natal em Natal 2019 com a promoção da Mostra Cine Natal. A programação, toda gratuita, acontecerá toda na Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), na subida da Ribeira, por trás do Solar Bela Vista. Confira:
18H00 – Mostra de Curtas Cine Natal
🎬 “ Em Reforma” (2019) – Direção: Diana Coelho
🎬 “A Tradicional Família Brasileira – Katu” (2019) – Direção: Rodrigo Sena Sena
19H00 – Abertura oficial do Mostra Cine Natal
🗣Mesa com Bené Fonteles e Regina Jehá. Mediação:Sérgio Cezar
20H30 – Exibição do longa-metragem:
🎬 “ Frans Krajcberg: Manifesto” (2018) – Direção: Regina Jehá
……………………………………………
18H00 – Mostra de curtas Cine Natal
🎬 “Leningrado, Linha 41” (2017) – Direção: Dênia Cruz
🎬 “A Parteira” (2019) – Direção: Catarina Doolan
🗣19H00 – Encontros Agripínicos com Lucila Meirelles e Cid Campos. Mediação: Carito Cavalcanti
20H30 – Exibição do loga-metragem:
🎬 “Rito do Amor Selvagem” – Direção: Lucila Meirelles
21H30: Show de encerramento do Mostra Cine Natal
🎤Cid Campos: “Poesia é Risco Mix”
Se escrever uma lista já é uma tarefa pessoal e quase que totalmente subjetiva, taxar se um filme é superestimado eleva esse sintoma. Há quem diga, por exemplo, que Avatar (de James Cameron) e Gravidade (de Alfonso Cuarón) são superestimados. Para mim, se o primeiro tem um roteiro até certo ponto clichê, a direção de Cameron e o valor técnico da produção minimizam os deslizes, colocando-o como um marco da história do cinema a ser lembrado durante muitas gerações. Enquanto isso, o filme de Cuarón é – novamente para mim – uma obra-prima da ficção científica, um filme sobre renascer e sobre a importância da vida, um trabalho a ser descoberto e redescoberto do diretor de Roma.
Por outro lado, há filmes que não me descem. Seja por terem sido incensados a ponto de ofuscarem verdadeiros monumentos do cinema; seja por ser um trabalho engraçadinho e bem feito, mas de relevância perto de zero; seja por ser uma história até certo ponto bem dirigida, mas conduzida com falta de habilidade o suficiente para desviar a atenção do tema principal; seja por ser bonitinho, mas ordinário – e com força para que sua atriz protagonista seja alavancada até onde nunca deveria ter chegado (ao menos não quando chegou)…
Lembrando que o que é superestimado para mim pode não ser para você; o que é bom para mim, pode ser ruim para você. Não há regras. E a lista não é de filmes ruins, apenas de filmes que alcançaram um status que, em minha visão, estão longe de merecer.
Sem mais demora e dentro dessa abordagem subjetiva, sem verdades absolutas e pessoal, vamos à lista dos cinco filmes mais superestimados da história do cinema:
Começando de leve, com um filme baseado no livro do adulado Nicholas Sparks. Se Diário de uma Paixão tem química de sobra é porque Rachel McAdams e Ryan Gosling funcionam como um dos casais mais sincronizados do cinema. O problema é que o filme é extremamente simplista em sua abordagem sobre a paixão, como se esta fosse uma das únicas engrenagens que precisam funcionar para um relacionamento saudável ser eterno (ao menos enquanto dure). Assim, as personagens de McAdams e Gosling – apesar da química – são tratadas como meros clichês românticos e, para piorar, o filme reforça o estereótipo do homem atraente que recusa o não de uma mulher. Um filme que nasceu socialmente datado, foi alçado a um dos melhores romances já filmados e logo começou a perder para o tempo e para a verdade.
Para não sair dos romances, se existe um filme na década de 1990 que eu, pessoalmente, criei um distanciamento grande e um abuso ainda maior é Shakespeare Apaixonado. Dirigido por John Madden (do tosquíssimo O Capitão Corelli, 2001) como se fosse um episódio prolongado de uma novela, o filme trata do processo de escrita shakespereano com uma profunda necessidade de ressaltar uma jovialidade que parece ter saído da série Malhação (que já vai na 27ª temporada). Ainda levou Gwyneth Paltrow, que é uma boa atriz mesmo tendo expressões de pão murcho nas mãos de Madden, a usurpar o Oscar de Fernanda Montenegro por Central do Brasil (de Walter Salles, 1998) – em uma das maiores injustiças da categoria em toda a história.
Dirigido por Anthony Minghella (de Cold Mountain, 2003), O Paciente Inglês define a assinatura do seu diretor: lentidão sem qualquer benefício sensorial ou estético. Aqui, é como se houvesse uma força que segurasse a história em um limbo e obrigasse o espectador a ficar contemplando a beleza das imagens com Ralph Fiennes e Kristin Scott Thomas como quem contempla paisagens mortas. De quebra, o filme ainda levou o Oscar de 1997 (em nove categorias), desbancando os excelentes Fargo: Uma Comédia de Erros (de Joel Coen e Ethan Coen – este não creditado), O Povo Contra Larry Flint (de Milos Forman), Segredos e Mentiras (de Mike Leigh) e Shine: Brilhante (de Scott Hicks).
Certinho, multipremiado e querido por muitos, O Discurso do Rei é daqueles filmes muito fáceis de engolir. Isso não é ruim. A questão é que a direção de Tom Hopper parece quebrar o filme em vários momentos, mexendo na linguagem com planos que contradizem seus personagens e acabam intercedendo na percepção geral do público. Hopper transforma algo simples e até certo ponto simpático em uma gloriosa grandiosidade desmedida. Felizmente, as atuações de Colin Firth (como o Rei gago George VI) e Geoffrey Rush (como Lionel Logue) são bem atraentes e, no final das contas, pelo menos o todo diverte. Por outro lado – e obviamente em minha opinião – dos 10 concorrentes ao Oscar de 2011, O Discurso do Rei é o único que não conseguiria nem cheirar a estatueta principal, mas ganhou.
O interessante (no mau sentido) de Crash: No Limite é que ele camufla seu recheio de vento com uma atitude complexa de histórias emaranhadas e de cruzamentos inusitados. Toda a complexidade do roteiro é vazia a ponto de o discurso racial como retrato da vida em Los Angeles – que já é raso no texto – ser totalmente abafado pela idealização quase que arrogante da direção de Paul Haggis (que coescreveu o roteiro). Pior: o filme recebeu a estatueta principal do Oscar 2006, vencendo quatro filmes que são para lá de superiores (para mim): O Segredo de Brokeback Mountain (de Ang Lee), Munique (de Steven Spielberg), Capote (de Bennett Miller) e Boa Noite e Boa Sorte (de George Clooney). Uma pataquada inesquecível (ou que é melhor esquecer) da Academia.
Agora, ficam aí os comentários. Foi difícil fazer uma lista tão subjetiva, mas tenho certeza que vocês podem complementar e enriquecer tudo o que está aí. Vamos conversando, debatendo… E, de repente, aumentando a lista.
Justiça e oportunidades iguais para homens e mulheres são questões atuais que podem ser resumidas no termo Equidade de Gênero. Esse é o tema presente nos três filmes do Cinema em Movimento – Circuito Universitário, que será realizado em novembro e dezembro em universidades e salas de aulas do ensino médio de todo o país. Os responsáveis pela produção do Circuito em todas as capitais do Brasil e no Distrito Federal são 27 universitários selecionados e capacitados pela produtora carioca MPC Filmes.
No Rio Grande do Norte, o coletivo de cinema negro potiguar Mulungu Audiovisual é o responsável por promover a Mostra, tendo como agente mobilizadora local a graduanda em Audiovisual, Rosy Nascimento. Em Natal, a programação já contou com três exibições na UFRN nos dias 12, 13, 14 de novembro, e continua a partir desta quarta (27) no IFRN – Cidade Alta, das 13h às 14h20, contando coma presença do debatedor Erick Ruan. As sessões continuam em dezembro, na capital potiguar, nos dias 04 e 05/12, tendo como local de exibição a Escola Freinet. Todas as sessões são gratuitas e abertas ao público.
Entre os três filmes selecionados para o Cinema em Movimento – Circuito Universitário estão: ‘Lute como uma menina’, de Beatriz Alonso e Flávio Colombini, ‘Repense o Elogio’, de Estela Renner, e ‘O Silêncio dos Homens’, de Ian Leite e Luiza de Castro. Os filmes escolhidos fortalecem as discussões sobre o homem na sociedade, o feminismo na atualidade, o modelo educacional do nosso país e o poder popular. A curadoria ficou por conta de uma comissão formada por profissionais da MPC Filmes.
Criado em 2000 pela MPC Filmes o Cinema em Movimento – Circuito Universitário tem como objetivo principal fomentar, no ambiente acadêmico, o diálogo e a reflexão sobre questões de interesse nacional e histórico abordadas nas obras a serem exibidas. Mais do que uma simples exibição de filmes, a Mostra é um espaço de ampla comunicabilidade, constituindo-se um eficaz instrumento de divulgação e multiplicação de mensagens.
Sobre a MPC Filmes: produtora carioca com mais de 30 anos de experiência no mercado brasileiro e internacional. Fundada em 1982 pelo produtor e diretor Alberto Graça e tendo como sócia a produtora Luciana Boal Marinho, a MPC atua nas áreas de produção e difusão de conteúdo audiovisual.
O Cinema em Movimento – Circuito Universitário conta com o apoio financeiro do Instituto Caixa Seguradora.
Lute como uma menina (Documentário, 76 minutos, Livre, 2016)
Sinopse: O documentário conta a história das meninas que participaram do movimento secundarista que ocupou escolas e foi às ruas para lutar contra um projeto de reorganização escolar imposto pelo governador de São Paulo, que previa o fechamento de quase cem escolas. As meninas contam suas histórias enfrentando figuras de autoridade, desde a luta pela autogestão das escolas até a violência desenfreada da polícia militar. Uma importante reflexão sobre o feminismo, o atual modelo educacional e o poder popular.
Trailer:
Repense o Elogio (Documentário, 48 minutos, Livre, 2017)
Sinopse: O filme propõe uma conversa sobre a maneira que as crianças são elogiadas. Enquanto meninas muitas vezes são elogiadas apenas por sua aparência, meninos podem receber elogios ressaltando suas habilidades. Este é um filme que reflete sobre o poder das palavras e da cultura que trouxe um desequilíbrio na forma de elogiar nossos meninos e meninas.
Trailer:
O Silêncio dos Homens (Documentário, 60 minutos, Livre, 2019)
Sinopse: o filme é parte de um projeto que ouviu mais de 40 mil pessoas em questões a respeito das masculinidades e desembocou num documentário e num livro-ferramenta baseado nesse estudo com dados públicos por meio de um convênio com o Consórcio de informações Sociais (CiS) da USP.
Trailer:
Local: Sala 82 – IFRN Cidade Alta (Av. Rio Branco, 743 – Cidade Alta, Natal – RN)
Data: 27/11/2019
Filme: Silêncio dos Homens (dir. Ian Leite Luiza de Castro , Brasil, 2019, 60 minutos, livre)
Hora: 13h – 14h20
Local: Auditório da Escola Freinet (Av. Hermes da Fonseca, 1500 – Tirol, Natal – RN)
Datas: 04 e 05/12
Filmes: Silêncio dos Homens (dir. Ian Leite Luiza de Castro , Brasil, 2019, 60 minutos, livre); Repense o Elogio (dir. Estela Renner , Brasil, 2017, 48 minutos, livre)
Hora: 10h20 – 12h
A difusão e acesso facilitado aos filmes de produção nacional são alguns dos objetivos da Mostra Sesc de Cinema, que acontece em Natal, Mossoró e Caicó, a partir de 25 de novembro. As sessões ocorrem nas unidades do Sesc RN.
O ano de 2019 marca a 3ª edição do projeto nacional, que valoriza a produção audiovisual brasileira e conta com representantes de todas regiões, com intuito de ampliar o acesso da população a filmes que expressem a diversidade da produção contemporânea.
As inscrições ocorreram no primeiro semestre deste ano, quando foram recebidas cerca de 1.200 inscrições de filmes, entre curtas, medias e longas-metragens, provenientes de 210 cidades e divididos em categorias de acordo com o público ou região.
Do panorama nacional, foram selecionadas 42 produções, sendo 10 infanto-juvenis. Além desses, serão exibidos 12 filmes potiguares no panorama estadual.
A Mostra compõe um circuito nacional que percorrerá todo o país entre novembro e dezembro. No Rio Grande do Norte serão exibidos entre os dias 25/11 e 04/12. Confira a programação, com horário, local e classificação etária no site do Sesc RN
MATEUS, de Dea Ferraz
Doc, PE, 2017, 80’, Cor
P’S de Lourival Andrade
Ficção, RN, 2018, 13’09”
Classificação: Livre
Entrada franca
A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO, William Alves e ZefelColoff
Fic, DF, 2018, 27’, Cor
GUARÁ, de Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista
Fic, GO, 2019, 21’, Cor
MAJUR, de Rafael Irineu
Doc, MT, 2018, 20’, Cor
ENTRE PARENTES, de Tiago de Aragão
Doc, DF, 2018, 28’, p&B
Class: 12 anos
Entrada franca
NAVIOS DE TERRA, de Simone Cortezão
Fic, MG, 2018, 70’, Cor
Class: 12 anos
Entrada franca
EULLER MILER ENTRE DOIS MUNDOS, de Fernando Severo
Doc, PR, 2018, 76’, Cor
Class: Livre
Entrada franca
O CÉU DOS ÍNDIOS DESÂNIA E TUIUCA, de Flávia Abtibol e Chicco Moreira
Doc, AM, 2017, 26’, Cor
VOZES DA MEMÓRIA, de Raissa Dourado
Doc, RO, 2018, 33’, Cor
FRANCISCO, de Teddy Falcão
Fic, AC, 2018, 20’, Cor
CHAMADO DOS VENTOS: POR UMA CARTOGRAFIA DOS ASSOBIOS, de Marcelo Rodrigues
Doc, PA, 2018, 14’, Cor
Class: 12 anos
Entrada franca
VIVI LOBO E O QUARTO MÁGICO, de Isabelle Santos e Edu MZ Camargo
Anim, PR, 2019, 13’, Cor
ICAMIABAS, de Otoniel Oliveira
Anim, PA, 2017, 12’, Cor
HORNZZ, de Lena Franzz
Anim, RJ, 2019, 5’, Cor
LILY’S HAIR, de Raphael Gustavo da Silva
Fic, GO, 2019, 15’, Cor
Class: livre
Entrada Franca
PARA ONDE OS SONHOS VÃO de Nathalie Alves
Ficção, RN, 2018, 10’01’’
Classicação: 12 anos
NADA FOI EM VÃO de Sihan Felix
Documentário, RN, 2018 12’41”
Classificação: livre
A PARTEIRA de Catarina Doolan
Documentário, RN, 2018, 20’
Classificação: 10 anos
MADRIGAL: UM CONTO DE IMAGENS POR PALAVRAS de Felipe Oliveira e Gustavo Alcântara
Documentário, RN, 2018,13’12’’
Classificação: livre
TINGO LINGO de Wallace Santos
Documentário, RN, 2018, 17’43”
Classificação: livre
LENINGRADO, LINHA 41 de Dênia Cruz
Documentário, RN, 2017, 17’
Classificação: livre
AINDA QUE EU ANDE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE de Helio Ronyvon
Ficção, RN, 2018, 10’
Classificação: 14 anos
CLANDESTINO, de Barush Blumberg
Fic, SE, 2017, 24’, Cor
A CÂMERA DE JOÃO, de Tothi Cardoso
Fic, GO, 2017, 22’, Cor
O MALABARISTA, de Iuri Moreno
Anim, GO, 2018, 11’, Cor
Class: livre
Entrada Franca
ENQUANTO O SOL DE PõE de Márcia Lohss
Ficção, RN, 2018, 17’
Classificação: livre
CODINOME BRENO de Manoel Batista
Documentário, RN, 2018, 19’30”
Classificação: dez anos
O MORADOR DO 1101 de Carito Cavalcanti, Fernando Suassuna e Eli Santos
Ficção, RN, 2019, 17’43’
Classificação: doze anos
ENTRE O CALÇADÃO E O QUEBRA-MAR de Pedro Lucas da Silva Rebouças
Documentário, RN, 2019, 45’56”
Classificação: livre
A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO, William Alves e ZefelColff
Fic, DF, 2018, 27’, Cor
GUARÁ, de Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista
Fic, GO, 2019, 21’, Cor
MAJUR, de Rafael Irineu
Doc, MT, 2018, 20’, Cor
ENTRE PARENTES, de Tiago de Aragão
Doc, DF, 2018, 28’, p&B
Class: 12 anos
Entrada franca
O CÉU DOS ÍNDIOS DESÂNIA E TUIUCA, de Flávia Abtibol e Chicco Moreira
Doc, AM, 2017, 26’, Cor
VOZES DA MEMÓRIA, de Raissa Dourado
Doc, RO, 2018, 33’, Cor
FRANCISCO, de Teddy Falcão
Fic, AC, 2018, 20’, Cor
CHAMADO DOS VENTOS: POR UMA CARTOGRAFIA DOS ASSOBIOS, de Marcelo Rodrigues
Doc, PA, 2018, 14’, Cor
Class: 12 anos
ABRINDO AS JANELAS DO TEMPO, de Santiago José Asef
Fic, SC, 2017, 62’, Cor
ALMOFADA DE PENAS, de Joseph SpeckerNys
Fic, SC, 2018, 12’, Cor
Class: 12 anos
Entrada franca
ESTRANGEIRO, de Edson Lemos Akatoy
Fic, PB, 2018, 115’, p&B
Class: 14 anos
Entrada franca
POÉTICA DE BARRO, de GiulianaDanza
Fic, MG, animação, 2019, 6’, Cor
CRAVO, LÍRIO E ROSAS, de Maju de Paiva
Fic, RJ, 2018, 20’, Cor
PARDA, de Tai Linhares
Fic, RJ, 2019, 29’, Cor
Class: 14 anos
VIVI LOBO E O QUARTO MÁGICO, de Isabelle Santos e Edu MZ Camargo
Anim, PR, 2019, 13’, Cor
ICAMIABAS, de Otoniel Oliveira
Anim, PA, 2017, 12’, Cor
HORNZZ, de Lena Franzz
Anim, RJ, 2019, 5’, Cor
LILY’S HAIR, de Raphael Gustavo da Silva
Fic, GO, 2019, 15’, Cor
Class: livre
Entrada Franca
CATADORA DE GENTE, de Mirela Kruel
Doc, RS, 2018, 18’, Cor
ISSO ME FAZ PENSAR, de Hopi Chapman
Doc, RS, 2018, 25’, Cor
Class: Livre
QUANDO AS COISAS SE DESMANCHAM, de Aristeu Araújo
Doc, PR, 2018, 21’, Cor
TIPOIA, de Paulo Silver
Fic, AL, 2018, 17’, Cor
AQUELES DOIS, de Émerson Maranhão
Doc, CE, 2018, 15’, Cor
AURORA, de Everlane Moraes e Tatiana Monge
Doc, SE, 2017, 15’, p&B
RASGA MORTALHA, de Pattrícia de Aquino
Fic, PB, 2018, 15’, Cor
Class: 12 anos
Entrada franca
NAVIOS DE TERRA, de Simone Cortezão
Fic, MG, 2018, 70’, Cor
Class: 12 anos
Entrada franca
O CÉU DOS ÍNDIOS DESÂNIA E TUIUCA, de Flávia Abtibol e Chicco Moreira
Doc, AM, 2017, 26’, Cor
VOZES DA MEMÓRIA, de Raissa Dourado
Doc, RO, 2018, 33’, Cor
FRANCISCO, de Teddy Falcão
Fic, AC, 2018, 20’, Cor
CHAMADO DOS VENTOS: POR UMA CARTOGRAFIA DOS ASSOBIOS, de Marcelo Rodrigues
Doc, PA, 2018, 14’, Cor
Class: 12 anos
CLANDESTINO, de Barush Blumberg
Fic, SE, 2017, 24’, Cor
A CÂMERA DE JOÃO, de Tothi Cardoso
Fic, GO, 2017, 22’, Cor
O MALABARISTA, de Iuri Moreno
Anim, GO, 2018, 11’, Cor
Class: livre
Entrada Franca
QUILOMBO MATA CAVALO, de Jurandir Amaral
Doc, MT, 2018, 15’, Cor
PARQUE OESTE, de Fabiana Assis
Doc, GO, 2018, 70’, Cor
Class: 10 anos
Entrada franca
POÉTICA DE BARRO, de Giuliana Danza
Fic, MG, animação, 2019, 6’, Cor
CRAVO, LÍRIO E ROSAS, de Maju de Paiva
Fic, RJ, 2018, 20’, Cor
PARDA, de Tai Linhares
Fic, RJ, 2019, 29’, Cor
Class: 14 anos
Entrada franca.
AURORA, de Everlane Moraes e Tatiana Monge.
Doc, Sergipe, 2018, 15’, Cor
CHAMANDO OS VENTOS, de Marcelo Rodrigues
Doc, Pará, 2018, 14’, Cor
CATADORA DE GENTE, de Mirela Kruel
Doc, RS, 2018, 19’, Cor
GUARÁ, de Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista
Fic, GO, 2019, 21’, Cor
JÉSSIKA, de GalbaGogóia
Fic, RJ, 2019’, 19’, Cor
Classificação indicativa: 12 anos
PARA ONDE OS SONHOS VÃO de Nathalie Alves
Ficção, RN, 2018, 10’01’’
Classificação: 12 anos
NADA FOI EM VÃO de Sihan Felix
Documentário, RN, 2018 12’41”
Classificação: livre
A PARTEIRA de Catarina Doolan
Documentário, RN, 2018, 20’
Classificação: 10 anos
MADRIGAL: UM CONTO DE IMAGENS POR PALAVRAS de Felipe Oliveira e Gustavo Alcântara
Documentário, RN, 2018,13’12’’
Classificação: livre
P’S de Lourival Andrade
Ficção, RN, 2018, 13’09”
Classificação: Livre
TINGO LINGO de Wallace Santos
Documentário, RN, 2018, 17’43”
Classificação: livre
LENINGRADO, LINHA 41 de Dênia Cruz
Documentário, RN, 2017, 17’
Classificação: livre
AINDA QUE EU ANDE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE de Helio Ronyvon
Ficção, RN, 2018, 10’
Classificação: 14 anos
ENQUANTO O SOL DE PÕE de Márcia Lohss
Ficção, RN, 2018, 17’
Classificação: livre
CODINOME BRENO de Manoel Batista
Documentário, RN, 2018, 19’30”
Classificação: dez anos
O MORADOR DO 1101 de Carito Cavalcanti, Fernando Suassuna e Eli Santos
Ficção, RN, 2019, 17’43’
Classificação: doze anos
ENTRE O CALÇADÃO E O QUEBRA-MAR de Pedro Lucas da Silva Rebouças
Documentário, RN, 2019, 45’56”
Classificação: livre
ILHA, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
Fic, BA, 2018, 92’, Cor
Class: 14 anos
Entrada franca
A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO, William Alves e ZefelCo
Fic, DF, 2018, 27’, Cor
GUARÁ, de Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista
Fic, GO, 2019, 21’, Cor
MAJUR, de Rafael Irineu
Doc, MT, 2018, 20’, Cor
ENTRE PARENTES, de Tiago de Aragão
Doc, DF, 2018, 28’, p&B
Class: 12 anos
Entrada franca
NO RIO DAS BORBOLETAS, de Zeudi Souza
Fic, AM, 2017, 21’, Cor
A BESTA POP, Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues e Rafael B. Silva
Fic, PA, 2018, 81’, Cor
Class: 16 anos
Entrada franca
FABIANA, de Brunna Laboissière
Doc, SP, 2018, 89’, Cor
Class: 12 anos
Entrada franca
ORIN: A MÚSICA PARA OS ORIXÁS, de Henrique Duarte
Doc, BA, 2018, 73’, Cor
Class: Livre
Entrada franca
QUANDO AS COISAS SE DESMANCHAM, de Aristeu Araújo
Doc, PR, 2018, 21’, Cor
Class: Livre Entrada franca
III Mostra Sesc de Cinema
Onde? Unidades Sesc RN
Quando? 25 de novembro a 04 de dezembro
Entrada? Gratuita
Conferir classificação indicativa
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A Mostra Itinerante Gira Curta será realizada em Caicó neste sábado (16) na Casa de Cultura Popular Sobrado Padre Guerra, a partir das 19h30.
O evento é uma iniciativa do 8º Curta Brasília que pretende levar aos espaços culturais e cineclubes de todo o Brasil uma programação de curtas-metragens nacionais, que foram destaque em outras edições do festival. Caicó recebe uma segunda sessão do Gira Curta no dia 14 de dezembro.
A Mostra Gira Curta “Afrodite-se” exibirá os seguintes filmes:
· Não me calam. – Direção: Barbara Cunha., PE, 2018 [Livre]
· Majur – Direção: Rafael Irineu. Documentário, MT, 2018 [Livre]
· Estamos todos aqui – Direção: Coletivo Bodoque., SP, 2017 [14 anos]
· Catadora de gente – Direção: Mirela Kruel. 18 min, RS, 2018 [Livre]
A 8ª edição Curta Brasília acontece entre os dias 8 e 15 de dezembro. Para mais informações acesse: AQUI.
A Mostra Itinerante Gira Curta é uma realização da Casa de Cultura Popular Sobrado Padre Guerra, 8º Curta Brasília, Curta Caicó e Referência Comunicação.
Nascido e criado em cidade do interior, eu vim a conhecer o cinema quando já tinha uns dez anos de idade. Foi numa visita a Natal, em companhia dos meus pais, hospedado na casa do meu avô materno, em pleno centro do bairro do Alecrim. Bem perto ficava o Cine São Luiz (onde hoje se ergue uma agência do Banco do Brasil), e lá assisti, pela primeira vez a um filme. Era “Os Amores de Pandora”, com Ava Gardner e James Mason nos papéis principais.
Terminada a sessão, saí do cinema em estado de graça, se é que assim posso me expressar. Depois, muito depois, ficou-me na memória apenas uma cena do filme – aquela em que Ava Gardner, de pé, em meio a um amplo salão, ostenta a sua beleza exótica. Recentemente, pude rever, em DVD, esse filme, que é de primeira qualidade (Diretor: Albert Lewin). Comecei bem.
Anos após, já morando em Natal, não perdia as matinês do Rex e do Rio Grande. O cinema me fascinava. Virei um cinéfilo inveterado: colecionava as revistas “Cinelândia”, “Filmelândia” e as figurinhas do álbum “Ídolos da Tela”. Sabia de cor os nomes de quase todos os astros e estrelas de Hollywood. Dentre os mais famosos, Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Katharine Hepburn, James Stewart, Audrey Hepburn, Marlon Brando – insuperáveis tanto no drama quanto no romance; Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Ava Gardner, Elizabeth Taylor, Sophia Loren, deusas, símbolos sexuais; os galãs Clark Gable, Cary Grant, Tyrone Power, e, nos musicais, Fred Astaire, Gene Kelly, Cyd Charisse, Judy Garland e Frank Sinatra, este, também grande no drama e na comédia. Quem, hoje em dia, lembra-se deles?
Por volta de 1955, se não me engano, o Cine Rio Grande passou a exibir filmes em cinemascope, com som estereofônico, uma novidade sensacional; a tela enorme parecia levar o espectador para dentro dela. Foi um alumbramento. Tenho bem viva na memória a emoção que senti ao assistir ao primeiro filme em cinemascope – “O Manto Sagrado”, de Henry Koster, com Richard Burton e Jean Simmons.
Filas intermináveis se faziam diante do cinema. Sucederam-se outros sucessos de público: “Como Agarrar Um Milionário”, comédia romântica, de Jean Negulescu, com Marilyn Monroe, Lauren Bacall, Betty Grable; “Suplício de uma Saudade” de Henry King, com Jennifer Jones e William Holden, melodrama que fez ensopar de lágrimas muito lenço.
Era o tempo das chanchadas, toscas imitações dos musicais de Hollywood, com tempero carioca. Oscarito e Grande Otelo, dupla hilária, contracenavam com o indefectível par romântico, Eliana e Cyll Farney.
Inaugurado ainda na década de 1950, o Cine Nordeste, bem mais confortável que os demais cinemas existentes na cidade, com a novidade do ar condicionado, tornou-se o templo dos cinéfilos mais fervorosos, entre os quais eu me incluía, embora sem alardear essa qualidade. Não fiz parte do Cine-Clube Tirol, porque as sessões, ali, realizavam-se nas manhãs dos domingos, quando a prioridade para mim era a praia.
Nunca curti os cineastas então em moda, idolatrados por uma parcela da jovem intelectualidade natalense: Godard, Antonioni, Ingmar Bergman… Inovadores, herméticos. Mas, gostava imensamente, como ainda gosto, de outros mestres menos sofisticados: Billy Wilder, Hitchcock, Fellini (da primeira fase, especialmente), John Ford.
Passados 50 e poucos anos, continuo fã do cinema, só que prefiro curtir DVD, numa TV de 42 polegadas, com a sua telona, que me restitui um pouco da magia dos cinemas. A partir de 1982, habituei-me a anotar, num caderno, os títulos dos filmes vistos por mim, quase todos em video-cassete, a princípio, e DVD, especificando, de cada um, o diretor e o elenco.
Dia desses, revendo a relação, selecionei nada menos de 120 filmes, e, dentre estes, escolhi os melhores. Ai vão eles – memoráveis clássicos -, discriminados por gêneros.
Creio que a lista poderá servir como roteiro para quem desejar conhecer mais um pouco e curtir a chamada sétima arte.
– O Tesouro de Sierra Madre, de John Huston, com Humphrey Bogart, Walter Huston
– O Salário do Medo, de Henri-Georges Clouzot, com Yves Montand, Charles Vanel.
– Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder, com Gloria Swanson, William Holden.
– O Que Terá Acontecido a Baby Jane, de Robert Aldrich, com Joan Crawford e Bette Davis.
– Ladrão de Bicicletas, de Vittorio de Sica, com Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola,
– As Noites de Cabiria, de Federico Fellini, com Giulietta Masina, François Perier.
– Fedora, de Billy Wilder, com Marthe Keller, William Holden.
– Tempos Modernos, de Charles Chaplin, com Chaplin, Paulette Goddard.
– Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder, com Marilyn Monroe, Jack Lemmon, Tony Curtis.
– Meia Noite em Paris, de Woody Allen, com Adrien Brody, Kathy Bates Carla Brunni.
– Cantando na Chuva, de Stanley Donen/Gene Kelly, com Gene Kelly, Debbie Reynolds.
– Sinfonia em Paris, de Vincente Minnelli, com Gene Kelly, Leslie Caron.
– A Roda da Fortuna, de Vincente Minnelli, com Fred Astaire, Cyd Charisse
– Hair, de Milos Forman, com John Savage, Treat Williams, Beverly D’Angelo.
– Pacto Sinistro, de Alfred Hitchcock, com Farley Granger, Robert Walker.
– M, O Vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang, com Peter Lorre.
– Intriga Internacional, de Alfred Hitchcock, com Cary Grant, Eva Marie Saeint, James Mason.
– Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchcock, com James Stewart, Kim Novak.
– Rififi, de Jules Dassin, com Jean Servais, Magali Noel.
– Spartacus, de Stanley Kubrick, com Kirk Douglas, Laurence Olivier.
– Lawrence da Arábia, de David Lean, com Peter O‘Toole, Anthony Quinn.
– Os Brutos Também Amam, de George Stevens, com Alan Ladd, Jean Arthur.
– Paixão dos Fortes, de John Ford, com Henry Fonda, Linda Darnell.
– Casablanca, de Michael Curtiz, com Humphrey Bogart, Ingrid Bergman.
– E o Vento Levou, de Victor Fleming (co-diretor George Cukor), com Clark Gable, Vivien Leigh,
– Glória Feita de Sangue, de Stanley Kubrick, com Kirk Douglas, Ralph Meker.
– Inferno nº 17, de Billy Wilder, com William Holden, Don Taylor.
– Pacto de Sangue, de Billy Wilder, com Barbara Stanwick, Fred Mac Murray.
– O Falcão Maltês, de John Huston, com Humphrey Bogart, Mary Astor.
– A Vida por um Fio, de Anatole Litvak, com Barbara Stanwick, Burt Lancaster.
– Amarcord, de Federico Fellini, com Bruno Zanin, Magali Noel.
– Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore, com Philippe Noiret, Jacques Perrin.
– Testemunha de Acusação, de Billy Wilder, com Tyrone Power, Charles Laughton, Marlene Dietrich.
– Doze Homens e uma Sentença, de Sidney Lumet, com Henry Fonda, Lee J. Cob.
– Central do Brasil, de Walter Salles, com Fernanda Montenegro, Marília Pera.
– Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, com Atila Iório, Maria Ribeiro.
– Pixote, a Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco, com Fernando Ramos da Silva, Marília Pera.
Desta lista, quais os melhores filmes? Atrevo-me a selecionar os seguintes
– Uma sátira à modernidade, último filme mudo do criador de Carlitos. Literalmente genial.
-Sem dúvidas, o melhor filme que já se fez sobre o mundo do cinema, ou melhor, sobre Hollywood. Drama com profundo sentido humano. Dois dos atores principais – Gloria Swanson e Erich von Strohein – desempenham papéis que representam, de certo modo, o que eles eram na vida real, como atriz e diretor/ator, respectivamente.
-Dos filmes de Hitchcock é difícil dizer qual o melhor. São obras-primas, com o toque de suspense e humor, que só o mestre soube dar. Mas, este é o mais famoso.
-Musical antológico, cuja temática remete ao advento do cinema falado. Coreografias que ficaram na história. Gene Kelly, co-diretor e ator, na cena em que dança com um guarda-chuva, atinge o ponto mais alto de sua carreira.
-Excelente realizador de filmes dramáticos, o diretor Billy Wilder mostra sua versatilidade nesta comédia, considerada pelo American Film Institute a melhor de todos os tempos. Marilyn Monroe, inigualável.
Definir com exatidão o que é ou não cinema é muito mais uma tarefa dos teóricos do que daqueles que resolvem fazer, de fato, filmes. Da mesma forma, a crítica (e sempre que eu falar dela quero deixar claro que é na que acredito e não em uma verdade absoluta) existe para prolongar a experiência do espectador, ceder ferramentas para pensar e despertar o senso crítico em muitas camadas. Avaliar um filme, dizer se é bom ou ruim, é algo que existe no crítico enquanto ele é, no final das contas, um espectador. E, de fato, o crítico não é mais do que um espectador que, por algum encaminhamento da vida, por escolhas e até por sorte escreve sobre o tema que acredita lhe caber. Assim, para mim, imaginar a profissão de crítico como algo superior já é algo que desmerece o próprio profissional por ele não se enxergar enquanto espectador-que-escreve e, de algum modo, imaginar-se melhor do que aqueles que o lerão.
Nessa perspectiva, uma discussão que vinha sendo fermentada já algum tempo — dado o grau de dominação das salas de cinema pelos filmes de super-heróis — ganhou outros contornos com a declaração de Martin Scorsese sobre as produções da Marvel. O cineasta afirmou que a empresa subsidiária da Disney não faz cinema e que as produções iniciadas por Homem de Ferro (de Jon Favreau, 2008) são parques de diversão. Pode ser saudável respirar fundo e compreender o que levou um dos maiores diretores vivos a fazer uma declaração tão forte e, ao mesmo tempo, tão inconsistente. E não é difícil encontrar motivos.
As produções iniciadas por Homem de Ferro são parques de diversão? (Imagem: Marvel Studios)
Scorsese é um dos sujeitos, em Hollywood, que tem o conhecimento histórico mais vasto. Seus documentários sobre o cinema italiano e sobre o cinema americano são obras-primas necessárias para quem gostaria de entender o cinema desses países (e até do mundo) mais a fundo. A questão é que o fenômeno dos filmes produzidos pela mão controladora da Marvel parte do princípio do entretenimento. Por já estarem alicerçadas como arte — visto que o cinema é irrevogavelmente uma —, as produções se dão ao direito de, historicamente, darem um passo atrás. Isso porque o cinema, que ainda é muito recente, passou por duas etapas muito específicas antes de chegar ao status quo de arte: ciência — com Thomas Edison, William Kennedy Dickson, os irmãos Lumière, Louis Le Prince (e quem mais trabalhou nesse aspecto) — e entretenimento — com Alice Guy Blaché, Georges Méliès e tantos outros.
Mas isso não quer dizer que é um passo atrás inválido e nem que para ser arte o cinema tenha deixado de ser ciência e entretenimento. As esferas se misturam e podem se harmonizar. Nesse contexto, a segunda declaração de Scorsese, ao dizer que, na verdade, os filmes da Marvel são “uma nova forma de arte” me parece mais respeitosa e, talvez, ainda equivocada, visto que o que acontece, na opinião do crítico que aqui escreve, é o dito passo atrás histórico (não-qualitativo) aliado a algo muito mais profundo do que essa pontinha do iceberg tende a revelar.
Com o mundo sedento por atividades que façam o dia parecer mais leve, o cinema acabou por se encaminhar para ser uma válvula de escape. Isso não é de hoje. Quando os faroestes surgiram em peso, carregando um público considerável para os cinemas, a ideia era de que filmes, encabeçados por lendas como Sergio Leone, faziam um cinema menor ou um trabalho que não valorizava a arte a favor de uma distração superficial.
Por uns Dólares a Mais, de Sergio Leone, é (ou era) um cinema menor? (Imagem: Fox Films)
A história, por mais que os filmes de super-herói (aqueles produzidos pela Marvel no caso específico) não possam ser comparados aos faroestes de Leone, John Ford, Sam Peckinpah e companhia, vai se repetindo. E a questão da comparação não pode ser concebida por um detalhe: se os diretores citados tinham suas assinaturas bem claras, os filmes da Marvel têm o carimbo da empresa… e nisso está a Fórmula Marvel: uma forma segura de sedimentar as produções, de larga escala e que, no final das contas, possuam uma unidade estilística clara e que possam ser vistas dentro de um universo único sem muitos problemas.
Quando algum diretor, dentro dessa fórmula, consegue aplicar algo seu, diferente, ou o filme é mais elogiado do que de costume ou é tido como um erro de percurso — dificilmente havendo espaço para comentários mornos —, o que é bem claro em Thor: Ragnarok (de Taika Waititi, 2017). Esse, talvez, seja o exemplo mais explícito da incompatibilidade entre questões autorais e a pasteurização promovida pela empresa comandada por Kevin Feige. Já o trabalho dos irmãos Russo (Anthony e Joe) geralmente são vistos como os melhores do Universo Cinematográfico Marvel (UCM): Capitão América 2: O Soldado Invernal, Capitão América: Guerra Civil, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. Esses podem ser considerados bons filmes por uma maioria, mas isso se dá porque os diretores conseguem se entender com a fórmula e, de alguma maneira, estabelecer uma comunhão com a pretensão de Feige.
Chris Hemsworth em Thor: Ragnarok (Imagem: Marvel Studios)
Nada disso, ainda, é uma nova forma de arte. Os filmes do UCM são cinema e, por mais que tenham como prioridade o entretenimento, não são desmerecedores de serem o que são. E, no mesmo dito mundo onde a procura por diversão é uma necessidade até de saúde mental, esse ponto acaba por ser bem sensível: no momento em que o público alcançado é absurdamente mais elevado do que o de uma obra-prima contemporânea (em minha opinião – reitero) como A Árvore dos Frutos Selvagens (de Nuri Bilge Ceylan, 2018), filmes como Pantera Negra (de Ryan Coogler, 2018), por mais que estejam dentro desse espectro formulaico, dão voz e representação a minorias de uma maneira global que somente um blockbuster poderia fazer.
Mas Scorsese não foi tão insensato quanto seu colega Francis Ford Coppola. O diretor que, para mim, tem umas das décadas mais perfeitas da história do cinema (a de 1970, com as duas primeiras partes de O Poderoso Chefão, A Conversação e Apocalipse Now – 1972, 1974, 1974, 1979 respectivamente), desconsiderou toda a relevância social de sua própria arte ao afirmar que os filmes do UCM são desprezíveis. Do alto dos seus vinhedos, Coppola demonstrou não enxergar a força que tem uma criança negra de periferia se ver representada por um super-herói (escrevi sobre isso ao comentar sobre Os Guerreiros da Rua e o cinema como ferramenta social) ou uma mulher percebendo-se poderosa, após anos de submissão, com a Capitã Marvel (de Anna Boden e Ryan Fleck, 2019).
Brie Larson em Capitã Marvel (Imagem: Marvel Studios)
Em meio a tudo isso existe o fato claro do domínio das salas de cinema pelos filmes de super-herói e é nisso que reside o maior problema. Quando não há a chance de o público assistir a um filme como o citado A Árvore dos Frutos Selvagens; quando o espectador não tem uma mínima intimidade com questões autorais por falta de oportunidade… dificilmente haverá abertura para algo além do próprio domínio. É verdade que a facilidade para se encontrar todos os tipos de obras é muito maior do que na época dos faroestes de Ford — a internet esconde maravilhas —, mas também é factível que o peso dessa mesma facilidade, a força de ser soterrado pela mídia, pelo marketing duro e incessante e pela construção social da necessidade de assistir àquilo que todos assistem e comentam são os maiores formadores de opinião da nossa geração.
Em resumo, o cinema tem sofrido do mesmo que sofre a educação: a falta de um pensamento a longo prazo. E está tudo interligado. Porque pensar o futuro não dá lucro. Tolher uma sociedade a ponto de torná-la substancialmente mecânica, subjugando humanidades e o pensamento crítico é um problema estrutural. Está tudo tão emaranhado que não é culpa de uma decadência (inexistente) do cinema ou da Marvel o domínio dos filmes de super-herói e, ao mesmo tempo, Feige e companhia são cúmplices dessa estrutura esmagadora.
Gênios também falam besteiras, mas comentários como os de Scorsese e Coppola são pensamentos deles enquanto espectadores; são revelações de gostos pessoais formados por mentes individuais que jamais devem representar verdades absolutas (como minhas palavras também não representam). No meio disso tudo, é interessante como um expoente do cinema francês, da nouvelle vague — e também da crítica —, pode ser mais sensato. François Truffaut, em seu livro O Prazer dos Olhos: Escritos sobre Cinema, diz:
“Discute-se muito a propósito do que deve ser conteúdo de um filme: devemos nos ater ao divertimento ou informar o público sobre os grandes problemas sociais do momento? Fujo dessas discussões como o diabo da cruz. Acho que todas as individualidades devem se exprimir e que todos os filmes são úteis, sejam formalistas, barrocos ou engajados, trágicos ou ligeiros, modernos ou obsoletos, em cores ou em preto e branco, em 35mm ou em super-8, com estrelas ou desconhecidos, ambiciosos ou modestos…”
No final das contas, falta muita oportunidade para o contato com o cinema em sua totalidade. Falta espaço para o autoral — e os streamings têm sanado isso de algum modo. É o cinema se transformando sem deixar de ser cinema; é ciência sempre (Projeto Gemini – de Ang Lee, 2019 –, por exemplo, pode ser visto mais como ciência do que como outra coisa), é entretenimento também e é arte. Cinema é tudo isso e não deixa de ser a máquina de sonhos de Méliès.
Texto publicado originalmente no Canaltech
Nesta sexta-feira (08) começa a Mostra de Cinema de Gostoso, que mais uma vez vai movimentar culturalmente a cidade de São Miguel do Gostoso. O evento segue até o dia 12, terça-feira. O palco principal da 6ª edição da mostra é a sala ao ar livre, montada na Praia do Maceió, onde acontecem as sessões da Mostra Competitiva. Toda a programação é gratuita.
A estrutura comportará 650 cadeiras espreguiçadeiras, tela de 12m x 6,5m, projeção com resolução 2K e som 5.1. A sala oferece uma experiência imersiva como a de um cinema de alta tecnologia. São mais de 2 mil pessoas por noite. O premiado filme BACURAU, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, estará entre os filmes da sessão especial. Atores como Maria Flor, Karina Telles, Marcelia Cartaxo, Helena Ignez e Anderson Müller confirmaram presença na Mostra.
Os filmes da Mostra Competitiva concorrem ao Troféu Luís da Câmara Cascudo, concedido pelo voto popular ao melhor curta e longa-metragem. Também será concedido o Prêmio da Imprensa, a partir da votação de jornalistas e críticos de cinema presentes na Mostra. Os filmes da Mostra Competitiva concorrem também aos prêmios de finalização das empresas Mistika e DOT Cine; aos prêmios de recursos de acessibilidade das empresas ETC Filmes e Video Shack e de aquisição da distribuidora Elo Company.
O evento também promove debates com produtores, diretores e atores dos filmes exibidos e, um seminário sobre o mercado audiovisual. Inclusive, neste ano, a Mostra de Cinema de Gostoso, em parceria com o BrLab, criou a 1ª edição do Gostoso Lab, laboratório par a projetos de longa-metragem em fase de desenvolvimento, voltado aos realizadores do Rio Grande do Norte. O Gostoso Lab foi criado com o intuito de dinamizar a produção audiovisual do estado, buscando aproximá-la de novos colaboradores que darão suporte para o enriqueci mento do processo criativo de novos projetos.
A Mostra de Gostoso mobiliza os moradores da cidade, que participam ativamente do evento. A curadoria do evento leva em conta a realidade local e a eficácia dos filmes em dialogar com a população. A soma destes fatores faz com que as sessões estejam sempre lotadas por um público que até então mantinha um contato distante com a produção cultural de outras regiões do país. Com esse conjunto de ações, a Mostra de Cinema de Gostoso conquistou um espaço significativo no calendário cultural do Nordeste como uma importante referência de difusão audiovisual.
A 6ª Mostra de Cinema de Gostoso é uma realização da Heco Produções, do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC) e da Guajirú Produções. Apresentação: Ministério da Cidadania. Patrocínio: Grupo Banco Mundial, Governo Cidadão, Governo do Rio Grande do Norte – Secretaria de Turismo (SETUR), BRDE, FSA, ANCINE e Sprite. Apoio: Laces, Potiporã, SEBRAE RN, Itograss, Pousada dos Ponteiros, Serveng, Gol, Elo Company, DOT, ETC, Video Shack, Mistika, ON Projeções, BrLab, Marcenaria SMG, Fundação José Augusto e Lei Camara Cascudo. Apoio Institucional: Prefeitura Municipal de São Miguel do Gostoso.
CASA (Dir.: Letícia Simões, Documentário, 93MIN, PE, 2019)
FENDAS (Dir.: Carlos Segundo, Ficção, 80min, RN, 2019)
PACARRETE (Dir.: Allan Deberton, Ficção, 97min, CE, 2019)
VERMELHA (Dir.: Getúlio Ribeiro, Ficção, 78MIN, GO, 2019)
A PARTEIRA (Dir.: Catarina Doolan, Documentário, 20min, RN, 2018)
EM REFORMA (Dir.: Diana Coelho, Ficção, 20min, RN, 2019)
MARIE (Dir.: Leo Tabosa, Ficção, 25min, PE, 2019)
PLANO CONTROLE (Dir.: Juliana Antunes, Ficção, 15min, MG, 2018)
QUEBRAMAR (Dir.: Cris Lyra, Documentário, 27min, SP, 2019)
SETE ANOS EM MAIO (Dir.: Affonso Uchôa, Documentário, 42min, MG, 2019)
AMBIENTE FAMILIAR (Dir.: Torquato Joel, Ficção, 90min, PB, 2019)
CHÃO (Dir.: Camila Freitas, Documentário, 110min, DF, 2019)
DIZ A ELA QUE ME VIU CHORAR (Dir.: Maíra Bühler, Documentário, 86min, SP, 2019)
A MULHER DA LUZ PRÓPRIA (Dir.: Sinai Sganzerla, Documentário, 74min, SP, 2019)
CRUA (Dir.: Diego Lima, Ficção, 20min, PB, 2019)
IMAGENS DE UM SONHO (Dir.: Leandro Olimpio, Documentário, 20min, SP, 2019)
LOOPING (Dir.: Maick Hannder, Ficção, 12min, MG, 2019)
PRIMEIRO ATO (Dir.: Matheus Parizi, Ficção, 19min, SP, 2018)
BACURAU (Dir.: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Ficção, 131min, PE, 2019)
A NOITE AMARELA (Dir.: Ramon Porto Mota, Ficção, 102min, PB, 2019)
ANDO ME PERGUNTANDO (Dir.: Clara Leal, Ficção, 15min, RN, 2019)
CARTA BRANCA (Dir.: Rubens dos Anjos e Levi Jr., Ficção, 15min, RN, 2019)
JÚLIA PORRADA (Dir.: Igor Ribeiro, Documentário, 15min, RN, 2019)
LABIRINTEIRAS (Dir.: Renata Alves, Documentário, 15min, RN, 2019)
AS INVENÇÕES DE AKINS (Ulísver Silva, Ficção, 32min, MS, 2018)
CASCUDOS (Igor Barradas, Ficção, 18min, RJ, 2018)
LILY’S HAIR (Raphael Gustavo da Silva, Ficção, 15min, GO, 2019)
MACACO ALBINO: SISO (Leandro Robles, Animação, 6min, SP, 2019)
NÃO ACORDE (Roberto Rogato, Ficção, 2min, SP, 2018)
O VÉU DE AMANI (Renata Diniz, Ficção, 15min, DF, 2019)
OS CHOCOLIX (Elizabeth Mendes, Animação, 7min, SP, 2018)
OS DOIS LADOS DA MOEDA (Everton Pereira, Felipe Machado, Juliana Vieira, Nathalia Amorim, Rodrigo Xavier e Thais Fraga, ficção, 4min, RJ, 2006)
OS TRÊS PRIMOS (Bruno Pereira, Ficção, 11min, RJ, 2019)
PARABÉNS A VOCÊ (Andréia Kaláboa, Ficção, 20min, PR, 2019)
UM BEIJO PARA SOFIA (Calleb Jangrossi, Ficção, 16min, SP, 2018)
Maior e mais tradicional evento competitivo do cinema nacional em Pernambuco, o Cine PE | Festival Audiovisual está com inscrições abertas para as mostras competitivas da sua edição de número 24, que acontece 25 a 31 de maio de 2020. Para participar, os interessados devem submeter os seus filmes até o dia 31 de janeiro, respeitando as categorias de competição, através deste site AQUI onde estão disponíveis as fichas de inscrições e todo o regulamento da 24ª edição do Cine PE.
Como nos últimos anos, os realizadores poderão inscrever seus filmes nas Mostras de Curta-Metragem Pernambucano, Curta-Metragem Nacional e Longa-Metragem, nas categorias ficção, animação ou documentário. Os filmes das Mostras Competitivas de Curta-Metragens deverão ter até 22 minutos de duração (conteúdo e créditos) e em formato 35mm ou digital HD. Já os filmes Longas-Metragens, deverão ser brasileiros, podendo haver coprodução internacional, com duração acima de 70 minutos e que garantam oficialmente suas exibições na grade em formato 35mm ou digital HD.
As expectativas de Sandra Bertini, diretora e idealizadora do festival, para a edição de 2020 são as melhores possíveis. “Estamos muito empenhados para realizar mais uma edição do festival. É verdade que os tempos são de muitas dificuldades, mas são esses desafios profissionais que nos estimulam para empreender com mais perseverança e, sempre acreditando, que a credibilidade do CINE PE fará com que o evento seja realizado com forte maestria”.
O resultado da curadoria será divulgado até a segunda quinzena de abril. O XXIV CINE PE acontece de 25 a 31 de maio, no Cinema São Luiz, sendo a última noite reservada para a solenidade de premiação das Mostras Competitivas.
Em outra lista, escrevi: As expectativas raramente são benéficas quando se trata de cinema. Há, sempre, a necessidade se deixar levar por uma obra para que ela tenha a oportunidade de provar o seu valor. Preconceber julgamentos antes de ter contato real com o objeto pode ser um gesto que venha a desmerecer ou enaltecer o que, a partir de uma visão neutra, não passaria de merecedor de opiniões medianas, mornas.
Quando se trata de dramas, tudo ganha mais contornos. Isso porque um dos ganchos mais utilizados no cinema é a identificação – algo pensando já na escrita do roteiro. Se há o desejo de que o filme toque o público, é quase imprescindível que haja algum reconhecimento próprio no que se assiste. Não há, nesse sentido, imparcialidade. Todos temos histórias de vidas diferentes, particularidades intransferíveis… e tudo o que nos constrói acaba moldando essa assimilação.
É verdade que, para um julgamento crítico, é interessante que se faça o possível para que gostos pessoais não maculem o todo, mas jamais se pode deixar de lado o que se é. Se nos abrirmos para uma completa neutralidade, podemos nos tornar um tanto quanto robóticos e, no final das contas, acabamos criando a noção errada de que cinema – como arte que é – pode ser algo exato, quando, na verdade, é bem subjetivo.
Ao fazer uma lista, estamos invocando tanto aspectos objetivos e concretos (como a qualidade técnica, a competência da equipe) quanto os subjetivos (quem somos e o porquê de tais filmes serem marcantes em nós mesmos). E o drama tem uma carga enorme, visto que é, na prática, o gênero que mais diretamente reflete a vida como ela é – sempre tão dramática.
Ainda assim, para fazer a lista que exponho abaixo, procurei não ir aos filmes mais óbvios. A ideia foi trazer indicações que possam acrescentar. Então, dentro do catálogo da Netflix, podem ser encontrados outros tão bons quanto ou até objetivamente e particularmente melhores (como Um Sonho de Liberdade, O Pianista, A Lista de Schindler, Réquiem para um Sonho, Roma… e tantos outros). Isso só depende da observação individual de cada um de nós. Nada, aqui, tem a pretensão de ser uma verdade absoluta.
Dentro dessa abordagem, vamos à lista dos 5 melhores filmes de drama disponíveis na Netflix:
Desde sua idealização, Com Amor, Van Gogh é um filme inovador. Há quem diga que o roteiro é superficial e que o filme se vale da técnica – sendo, frame a frame, todo pintado a óleo. E pode ser verdade. Mas, simultaneamente, pode ser um dos maiores acertos. Isso porque me parece bastante complexo estar absorto na técnica de animação escolhida aqui e, ao mesmo tempo, conseguir se prender a qualquer história muito complexa.
Nesse sentido, a investigação de como se deu a morte de Van Gogh passa a ser um segundo plano. Pode ser um exagero (provavelmente é), mas como Fantasia o fez em 1940, trazendo a música como matéria-prima, aqui se trata da pintura muito mais do que da história contada. É um filme para apreciar a técnica, os traços, as pinceladas… com um roteiro que, se não fosse esses aparatos, poderia ser completamente descartável e banal.
Acima de tudo, ganha a história do cinema, ganha cada espectador apreciador de arte ao redor do planeta e ganha, com certeza, os amantes de Van Gogh.
Com a ajuda de um companheiro sobrevivente de Auschwitz e uma carta manuscrita, um homem idoso e machucado pela idade sai em busca da pessoa que ele acredita ser responsável pela morte de sua família… para se vingar com as próprias mãos.
Protagonizado pela lenda Christopher Plummer (entre tantos papéis memoráveis, é quem dá a voz a Charles Muntz em Up: Altas Aventuras na versão americana), Memórias Secretas é daqueles filmes que podem bater bem fundo na gente. Com o suspense bem construído pelo diretor egípcio Atom Egoyam (de À Procura, 2014), o filme toca em elementos fundamentais da existência humana – como a dúvida – e rebate nas únicas certezas sobre a vida: todos iremos morrer e, se tivermos sorte, envelhecer antes disso.
Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2015, Memórias Secretas ainda conta com o fantástico ator alemão Bruno Ganz (o Hitler de A Queda! As Últimas Horas de Hitler) e contorna todo o drama do protagonista com uma intrincada ação com pitadas de thriller.
Um pai dedicado a criar seus seis filhos com uma rigorosa educação é forçado a deixar seu paraíso – nas florestas do estado de Washington, nos EUA – e entrar no mundo dito civilizado, desafiando a ideia do que significa ser… pai.
Premiado ao redor do planeta, Capitão Fantástico traz reflexões sociais e religiosas de maneira muito aberta. Não é um filme que pretende abraçar a todos, podendo trazer algum desconforto em seus questionamentos para parte dos espectadores, mas, mesmo assim, talvez seja um tanto quanto impossível não estar acessível à sua qualidade geral. Permitir-se tocar pelo roteiro de Matt Ross (que também dirigiu o filme) e pelo seu conteúdo (às vezes bem ácido) é um caminho quase sem volta.
As atuações, por sinal – especialmente a de Viggo Mortensen (o Aragorn da trilogia O Senhor dos Anéis) – são um espetáculo à parte. E uma das mensagens que ficam é a da necessidade do amor, sendo o ódio relegado a uma função coadjuvante e totalmente antagônica.
Há dramas biográficos fantásticos na Netflix. Há dramas com um poder de identificação enorme para muitos e de alcance público imenso (como o recente O Menino que Descobriu o Vento). Há outros que, apesar de terem sido relativamente bem badalados, acabaram caindo a um segundo plano. Não nas malhas do esquecimento, mas foram apenas deixados um pouco de lado. Frida, então, está nesse segundo grupo e talvez seja uma injustiça enorme.
Dirigido pela fantástica Julie Taymor (que dirigiria ainda, no mínimo, mais um escanteado – o belíssimo Across the Universe), Frida é muito mais do que uma cinebiografia, é uma lição de vida, de amor, de fúria, de força. A história de uma mulher que canalizou a sua dor em seu trabalho e se transformou em um ícone. É a visão de uma mulher sofrida, mas livre e consciente através do olhar de uma diretora de muita competência.
Além disso, conta com uma atuação hipnótica de Salma Hayek (do recente Dupla Explosiva) que, por si só, vale cada minuto do filme.
Em 2001, o Afeganistão está sob o controle do Talibã. No meio desse contexto, uma jovem determinada se disfarça de menino para sustentar sua família quando seu pai é capturado.
A Ganha-Pão não é somente uma animação dolorosa e assustadoramente real. Ela é daquelas que tocam tão fundo na gente que, por mais de um motivo, podem despertar a nossa empatia – algo tão necessário nos dias de hoje.
Dirigido pela diretora Nora Twomey, que havia realizado antes os lindíssimos curtas-metragens From Darkness (de 2002) e Cúilín Dualach (de 2004), e com Angelina Jolie como produtora executiva, a história é, talvez, a que tem a maior possibilidade de fazer chorar dessa lista, tamanha a sensibilidade de Twomey e do roteiro da ucraniana Anita Doron (roteirista e diretora do ótimo The Lesser Blessed, de 2012)
Repleto de diálogos realistas e, ao mesmo tempo, estranhos, Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é de uma precisão cirúrgica na concepção da relação entre um pai e seus filhos. Muito bem alicerçado nas atuações de Dustin Hoffmann (Harold), Ben Stiller (Matthew) e Adam Sandler (Danny), o diretor e roteirista Noah Baumbach (indicado ao Oscar pelo roteiro de A Lula e a Baleia, em 2006) fundamenta um filme cheio de humanidade, capaz de causar confusão, felicidade, acessos de raiva… sempre de uma maneira muito genuína e por meio da criação de sintonia entre filme e espectador.
Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é, também, uma prova dupla: para os fãs e para os não-adeptos da carreira de Adam Sandler. Aqui, eles podem encontrar o ator em uma das suas atuações mais relevantes (ao lado de Reine Sobre Mim e Embriagado de Amor), tanto que o ator, merecidamente, foi ovacionado no Festival de Cannes. Apesar do humor meio amargo do personagem coincidir com muito do que Sandler já fez, há detalhes que o levam muito além, são camadas e mais camadas de um homem que jamais desistiu de ser feliz, mas, mesmo assim, sente-se fracassado.
ps: É a segunda vez que esse mesmo filme se encaixa no bônus Adam Sandler.
Devido ao grande número de dramas de altíssima qualidade no catálogo atual da Netflix, talvez seja injusto eu listar algumas menções honrosas de fato. Sendo assim, farei as menções a seguir em tom de indicação, do mesmo modo que fiz a lista principal:
1. Frances Ha:
Porque é dirigido lindamente por um dos diretores do momento (ele novamente – Noam Baumbach), é protagonizado por Greta Gerwig e é uma história sobre entrar de cabeça nos nossos sonhos.
2. Julieta:
Poderia ser, somente, porque é um Almodóvar, mas, para não cair em qualquer espécie de argumento de autoridade, é das histórias mais sensíveis (sem deixar de ser filmada com humor) do diretor e roteirista espanhol.
3. La Bamba:
Porque “para bailar La Bamba se necessita una poca de gracia”. É uma história biográfica de ascensão bombástica e queda trágica que merece ser conhecida.
4. Amor Além da Vida:
Porque o romantismo não pode morrer, porque tem abertura para questionamentos religiosos pouco comentados no cinema hollywoodiano (sendo a doutrina espírita o foco), porque é sensível, porque tem uma interação entre homem e arte lindíssima; e porque… Robin Williams.
5. Cinema, Aspirinas e Urubus:
Porque, além de ser um filme dos mais bem conceituados do cinema nacional no século XXI, coescrito pelo recém-premiado em Cannes Karim Aïnouz (por A Vida Invisível de Eurídice Gusmão), uma sinopse oficial (a que está no IMDb) diz (em tradução livre): “Um road movie sobre um alemão que foi para o Nordeste do Brasil em 1942 para vender aspirina.”
Ficam, então, as indicações e o espaço dos comentários para acréscimos e tudo o que desejarem. Sem dúvida, como sempre ao fazer uma lista, foi dolorido, mas tenho certeza que vocês conseguirão complementar e enriquecer tudo o que está aí.
Texto originalmente publicado no Canaltech
Pelo segundo ano consecutivo Caicó recebe o Dia Internacional da Animação. O evento é uma Mostra de curtas-metragens de desenhos animados nacionais e internacionais.
As exibições acontecem em cidades de todo o Brasil, simultaneamente, no dia 28 de outubro, próxima segunda-feira, com entrada franca. Em Caicó, o evento será realizado no Centro Cultural Adjuto Dias, a partir das 19h.
O evento é realizado nacionalmente pela Associação Brasileira de Cinema de Animação, desde 2004. Em 2019 será a 16ª edição contando com a parceria de realizadores locais, em mais de 150 cidades de todas as regiões do país. Em Caicó, o evento é uma realização da Referência Comunicação com apoio da Fundação José Augusto.
A data foi escolhida porque no dia 28 de outubro de 1892, Charles-Émile Reynaud realizou a primeira projeção pública de imagens animadas do mundo, exibindo o filme Pauvre Pierrot, no Museu Grévin, em Paris-França.
Inspirada nesse fato, em 2002 a Associação Internacional do Filme de Animação lançou a comemoração do Dia Internacional da Animação, contando com diferentes grupos internacionais filiados em mais de 30 países. Países como EUA, França, Portugal, Coreia do Sul, Egito, Austrália, Japão, entre outros, também celebram a data.
No Brasil, o evento gera a integração cultural em todas as regiões do país, mobilizando diversas comunidades e facilitando a inclusão e o acesso da população à cultura. Uma das grandes características do Dia Internacional da Animação é a exibição dos filmes em locais com realidades diversas. Os mesmos curtas são exibidos em grandes centros, e também em muitas cidades do interior onde não há salas de cinema.
Nesses 16 anos o DIA já teve a honra de exibir curtas de realizadores independentes, estudantes e obras premiadas no Brasil e no exterior, como Guida (Rosana Urbes), Viagem na chuva (Wesley Rodrigues), Dossiê RêBordosa (Cesar Cabral), O projeto do meu pai (Rosaria), Torre (Nádia Mangolini), entre outros.
Ampliar o acesso e fomentar o conhecimento do público em relação ao universo do cinema de animação produzida no Brasil é a missão do DIA. Enfim, mudar a ideia de que animação é algo restrito às crianças. Entretanto, vale reforçar que sempre haverá programação infantil que é também uma maneira de formar público adulto no futuro.
Classificação Indicativa:
Mostra Infantil: livre.
Mostra Nacional e Mostra Internacional: Não recomendado para menores de 14 anos.
O mais difícil quando o caminho da imparcialidade é escolhido e traçado por tanto tempo é se deparar com algo que é genuinamente bom por um lado e dolorosamente ruim por outro. Como pesar um contraste tão divisor? Se um filme é tão consciente do que é, com indícios de que sabe de sua completa falta de profundidade, qual seria o melhor caminho?
Cuidado! Daqui em diante a crítica pode conter spoilers!
A verdade é que a história de Projeto Gemini, que levou mais de 20 anos para encontrar a melhor forma de ser trabalhada para o cinema, parece entregue a um tom que apela para uma cafonice típica dos clichês de ação mais rasos e com um prólogo tão extenso e vazio que se salva somente pelo magnetismo do protagonista e pela utilização da tecnologia promovida por Ang Lee (de As Aventuras de Pi, 2012). Como se não bastasse, essa mesma introdução – que dura por quase toda a primeira hora de filme – ganha contornos ainda mais bregas, como a lamentação de Henry Brogan (Smith) ao dizer que não consegue se olhar no espelho e a interação mezzo romântica entre ele e Danny (a sempre carismática Mary Elizabeth Winstead).
“O casal mezzo romântico.” (Imagem: Paramount Pictures)
Obviamente, essa questão de se ver passa a ser central no filme a partir do aparecimento de Junior (o Smith mais novo), mas nada se aprofunda nesse sentido. O roteiro de David Benioff (de X-Men Origens: Wolverine), Billy Ray (de Operação Overlord) e Darren Lemke (de Goosebumps: Monstros e Arrepios), inclusive, pode dar a impressão de se acreditar denso demais com suas incursões melodramáticas que forçam uma carga emotiva praticamente inexistente. Parece que nada fecha: as situações, os diálogos e as reviravoltas tão previsíveis. O discurso paternal de Clay Verris (Clive Owen), por exemplo, assim como toda a situação que o envolve, pode ser capaz de causar vergonha alheia até no espectador mais resistente – tanto que sua morte rápida em nada é sentida.
Em contrapartida, Projeto Gemini dá a entender que existe mais para o propósito da inovação visual do que para uma imersão de melhor qualidade narrativa. Nesse ponto, a competência de Lee como diretor é fundamental, dada a influência da tecnologia na dita imersão. Isso porque existe uma busca incessante por fluidez, seja ela durante uma mudança comum de planos e ou de ângulos ou na dissolução da própria linguagem do cinema. Neste último caso, podem ficar muito claras – muito mais para gamers – que a base das incursões na ação e, especialmente, nas aparições em primeira pessoa são os jogos que buscam a realidade como aliada.
Nesse aspecto, a primeira aparição de Junior pode ser tão intensa quanto estranha. Enquanto a tecnologia inovadora consegue conceber um Will Smith muito mais novo e com aparência real, a ação, ao procurar justamente a realidade, esbarra numa estética de game. E há uma explicação: mesmo que Lee tenha realizado o filme em 120 frames por segundo e em 4K – ou seja: para o olho humano captar 120 quadros estáticos por segundo e ter a ilusão de movimento mais ágil –, o cinema tem convencionado como padrão os 24 frames por segundo ––; já em um game, o padrão tem sido o de 60 fps, que é a taxa exata em que Projeto Gemini consegue ter exibição em algumas salas de cinema no Brasil.
Há, de fato, cenas tão bem realizadas que são quase sufocantes de tão intensas. Uma delas se dá na finalização da dita apresentação de Junior, com uma perseguição de motos que flui entre a tentativa de realidade e uma caracterização mais digital – e não por isso menos empolgante. A utilização da moto como prolongamento do próprio corpo durante uma luta é das peripécias mais interessantes do filme e pode ser até utilizada como paralelo metalinguístico: a máquina à frente do homem.
“A máquina à frente do homem.” (Imagem: Paramount Pictures)
Aliás, por mais que Projeto Gemini seja, óbvio, o trabalho de uma equipe humana, falta tanta alma a tudo que é visto que os feitos mais bonitos da tecnologia utilizada por Lee podem passar despercebidos. A direção de fotografia de Dion Beeb (de O Retorno de Mary Poppins), que é um dos profissionais do cinema mais engajados na estética digital, é de uma precisão assustadora ao aproximar o que é visto da forma de o olho humano enxergar no dia a dia. Ao reproduzir as imagens com uma profundidade de campo muito mais verídica, Beeb faz com que a atenção do espectador – mesmo direcionada a alguém ou a algo – consiga perceber detalhes no entorno. Junto a isso, a gama de cores parece mais ampla e a iluminação que experimenta o alto alcance dinâmico (o famigerado HDR) com muita competência faz tudo ficar mais texturizado e, por isso, real.
O problema, afinal, é que não há tecnologia que supere uma boa história – não por enquanto. A incursão desenfreada do cinema na busca por imersão e interatividade tem ido por caminhos onde os games já passaram ou já estão (vide Black Mirror: Bandersnatch). Ao mesmo tempo, a busca pela realidade nos games tem levado estes a uma estética bem cinematográfica. Não dá para saber ao certo se existirá um momento onde ambas as artes acabarão se tornando uma só para alguns nichos. De fato, a mistura entre cinema e jogos pode ser bem interessante, mas pode ser ainda bem perigoso fundamentar um no outro: porque o cinema – focando no que me diz respeito – ainda necessita de sua aparência de sonho.
“Não há tecnologia que supere uma boa história.” (Imagem: Paramount Pictures)
Projeto Gemini pode vir a ser um divisor de águas e, por isso, causar algum desconforto ao ser pensado no presente. Como Lee, responsável por filmes tão narrativamente intensos, embarcou nessa história? Talvez o futuro responda e, enfim, esse filme em questão possa ceder ao seu diretor um adjetivo tão mal usado ultimamente, mas que caberia bem a depender do tempo: visionário.
Texto originalmente publicado no Canaltech
Areia, brisa, praia e uma tela de cinema gigante. A Mostra de Cinema de Gostoso vai, mais uma vez, movimentar culturalmente a cidade de São Miguel do Gostoso. O evento tem início no dia 8 de novembro e segue até o dia 12.
O palco principal da 6ª edição da mostra é a sala ao ar livre, montada na Praia do Maceió, onde acontecem as sessões da Mostra Competitiva. Com 600 cadeiras espreguiçadeiras, tela de 12m x 6,5m, projeção com resolução 2K e som 5.1, a sala oferece uma experiência imersiva como a de um cinema de alta tecnologia.
São mais de 2 mil pessoas por noite. Todas as cadeiras e parte da faixa de areia ficam ocupadas pelo público. Além disso, o público tem a disposição uma área de convivência montada antes do acesso à sala, com praça de alimentação e espaço para comerciantes locais.
Os filmes da Mostra Competitiva concorrem ao Troféu Luís da Câmara Cascudo, concedido pelo voto popular ao melhor curta e longa-metragem. Também será concedido o Prêmio da Imprensa, a partir da votação de jornalistas e críticos de cinema presentes na Mostra.
Os filmes da Mostra Competitiva concorrem também aos prêmios de finalização das empresas Mistika e DOT Cine; aos prêmios de recursos de acessibilidade das empresas ETC Filmes e Video Shack e de aquisição da distribuidora Elo Company.
O evento também promove debates com produtores, diretores e atores dos filmes exibidos e, um seminário sobre o mercado audiovisual. Inclusive, neste ano, a Mostra de Cinema de Gostoso, em parceria com o BrLab, criou a 1ª edição do Gostoso Lab, laboratório para projetos de longa-metragem em fase de desenvolvimento, voltado aos realizadores do Rio Grande do Norte.
O Gostoso Lab foi criado com o intuito de dinamizar a produção audiovisual do estado, buscando aproximá-la de novos colaboradores que darão suporte para o enriquecimento do processo criativo de novos projetos. Toda a programação é gratuita.
A 6ª Mostra de Cinema de Gostoso é uma realização da Heco Produções, do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC) e da Guajirú Produções.
Apresentação: Ministério da Cidadania. Patrocínio: Grupo Banco Mundial, Governo Cidadão, Governo do Rio Grande do Norte – Secretaria de Turismo (SETUR), BRDE, FSA, ANCINE e Sprite.
Apoio: Laces, Potiporã, SEBRAE RN, Itograss, Pousada dos Ponteiros, Serveng, Gol, Elo Company, DOT, ETC, Video Shack, Mistika, ON Projeções, BrLab, Marcenaria SMG, Fundação José Augusto e Lei Camara Cascudo. Apoio Institucional: Prefeitura Municipal de São Miguel do Gostoso.
LONGAS-METRAGENS
CASA (Dir.: Letícia Simões, Documentário, 93MIN, PE, 2019)
FENDAS (Dir.: Carlos Segundo, Ficção, 80min, RN, 2019)
PACARRETE (Dir.: Allan Deberton, Ficção, 97min, CE, 2019)
VERMELHA (Dir.: Getúlio Ribeiro, Ficção, 78MIN, GO, 2019)
CURTAS-METRAGENS
A PARTEIRA (Dir.: Catarina Doolan, Documentário, 20min, RN, 2018)
EM REFORMA (Dir.: Diana Coelho, Ficção, 20min, RN, 2019)
MARIE (Dir.: Leo Tabosa, Ficção, 25min, PE, 2019)
PLANO CONTROLE (Dir.: Juliana Antunes, Ficção, 15min, MG, 2018)
QUEBRAMAR (Dir.: Cris Lyra, Documentário, 27min, SP, 2019)
SETE ANOS EM MAIO (Dir.: Affonso Uchôa, Documentário, 42min, MG, 2019)
LONGAS-METRAGENS
AMBIENTE FAMILIAR (Dir.: Torquato Joel, Ficção, 90min, PB, 2019)
CHÃO (Dir.: Camila Freitas, Documentário, 110min, DF, 2019)
DIZ A ELA QUE ME VIU CHORAR (Dir.: Maíra Bühler, Documentário, 86min, SP, 2019)
A MULHER DA LUZ PRÓPRIA (Dir.: Sinai Sganzerla, Documentário, 74min, SP, 2019)
CURTAS-METRAGENS
CRUA (Dir.: Diego Lima, Ficção, 20min, PB, 2019)
IMAGENS DE UM SONHO (Dir.: Leandro Olimpio, Documentário, 20min, SP, 2019)
LOOPING (Dir.: Maick Hannder, Ficção, 12min, MG, 2019)
PRIMEIRO ATO (Dir.: Matheus Parizi, Ficção, 19min, SP, 2018)
BACURAU (Dir.: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Ficção, 131min, PE, 2019)
A NOITE AMARELA (Dir.: Ramon Porto Mota, Ficção, 102min, PB, 2019)
ANDO ME PERGUNTANDO (Dir.: Clara Leal, Ficção, 15min, RN, 2019)
CARTA BRANCA (Dir.: Rubens dos Anjos e Levi Jr., Ficção, 15min, RN, 2019)
JÚLIA PORRADA (Dir.: Igor Ribeiro, Documentário, 15min, RN, 2019)
LABIRINTEIRAS (Dir.: Renata Alves, Documentário, 15min, RN, 2019)
AS INVENÇÕES DE AKINS (Ulísver Silva, Ficção, 32min, MS, 2018)
CASCUDOS (Igor Barradas, Ficção, 18min, RJ, 2018)
LILY’S HAIR (Raphael Gustavo da Silva, Ficção, 15min, GO, 2019)
MACACO ALBINO: SISO (Leandro Robles, Animação, 6min, SP, 2019)
NÃO ACORDE (Roberto Rogato, Ficção, 2min, SP, 2018)
O VÉU DE AMANI (Renata Diniz, Ficção, 15min, DF, 2019)
OS CHOCOLIX (Elizabeth Mendes, Animação, 7min, SP, 2018)
OS DOIS LADOS DA MOEDA (Everton Pereira, Felipe Machado, Juliana Vieira, Nathalia Amorim, Rodrigo Xavier e Thais Fraga, Ficção, 4min, RJ, 2006)
OS TRÊS PRIMOS (Bruno Pereira, Ficção, 11min, RJ, 2019)
PARABÉNS A VOCÊ (Andréia Kaláboa, Ficção, 20min, PR, 2019)
UM BEIJO PARA SOFIA (Calleb Jangrossi, Ficção, 16min, SP, 2018)
Em 2013, Breaking Bad chegava ao fim após cinco temporadas. O episódio Felina findava uma série que, se antes já era considerada uma das melhores produções para televisão já realizadas, acabava com tudo concretizado. Ali a produção criada e guiada por Vince Gilligan entrava, para muitos, no grupo de outros marcos para TV, como The Sopranos e The Wire.
É interessante perceber como a tensão e o drama, mantidos até as cenas finais, não se apegam às resoluções de pontas. Por que resolver algo que pode ficar em aberto como conclusão? Por outro lado, com o lançamento de El Camino: A Breaking Bad Film, isso dá margem para reviver questões que ficaram lá em 2013. Será que o filme irá expandir a criação de Gilligan como fez (e faz) tão bem a série derivada Better Call Saul? Como estarão as pontas soltas? Será que vão resolver ou elas permanecerão no imaginário?
Cuidado! Daqui em diante o texto pode conter spoilers de Breaking Bad!
Pelos trailers de El Camino: A Breaking Bad Film, dá para entender que teremos a resposta desse primeiro ponto. Até porque é óbvio que Jesse (Aaron Paul) não poderia retornar para uma vida comum. Procurado e provavelmente com um famigerado vídeo feito por Hank sob posse da D.E.A. (a Administração de Repressão às Drogas), o parceiro de Walter White (Bryan Cranston) deve ainda estar fugindo e tentando sobreviver de alguma forma. Se ele permanece no mesmo ramo… é possível. It’s science, bitch!
“O que aconteceu com Jesse?” (Imagem: Netflix)
A última vez em que Skyler (Anna Gunn) é vista na série é quando Walter confessa seus piores crimes a ela. Cedendo as localizações de corpos com o intuito de livrar a esposa de ser processada – caso ela aproveite as informações da melhor forma –, Walter (ou seria Heisenberg?) parece ceder um testamento. E isso dá margem para que o desenrolar de Skyler possa ganhar um desenvolvimento no filme.
“Como ficou Skyler?” (Imagem: AMC)
A irmã de Skyler, Marie (Betsy Brandt), tem um telefonema como sua cena final na série. Ela, assustada, avisa à irmã sobre o retorno de Walter à cidade. Mas ele, já na cozinha com a esposa, cede margem para que Marie deduza que o envolvimento de Skyler em toda a trama esteja muito além da inocência. Dado o papel de Heisenberg no desfecho de Hank (o esposo de Marie interpretado por Dean Norris), o relacionamento entre as irmãs pode ter ficado muito abalado (no mínimo). É mais tempero dramático e de tensão para El Camino: A Breaking Bad Film.
“Marie em sua cena final na série.” (Imagem: AMC)
Jack (Michael Bowen), o tio neonazista de Todd (Jesse Plemons), roubou um bocado do dinheiro de Walter com sua gangue. Com Jack sendo apagado por Walter antes de revelar o paradeiro do valor, é possível que Jesse esteja voltando para resgatar esse dinheiro… o que o faria ir atrás de pistas até encontrar el camino.
“Onde está todo o dinheiro de Walter?” (Imagem: AMC)
A última cena de Breaking Bad parece deixar bem claro que Walter e Heisenberg estão ali, sem vida, onde tudo começou: em um laboratório. É o encerramento mais digno para um personagem tão controverso, um anti-herói (ou herói e vilão ao mesmo tempo) tão icônico. Ainda assim, os olhos sem vida e a hemorragia podem não ter sido um fim. Existe a possibilidade remota da chegada de paramédicos e, com isso, a manutenção da vida da personagem de Cranston.
Nesse sentido, dá para ir além. Caso ele esteja vivo, estaria fazendo experiências científicas em uma prisão especial? Teria conseguido fugir e retomado a parceria com Jesse para um último trabalho (que pode ser o do ponto anterior – resgatar todo o dinheiro)?
Outra indicação da existência dessa possibilidade remota é o trailer divulgado recentemente (este mais abaixo). No final, escuta-se a voz de alguém perguntando para Jesse: Are you ready? (Você está pronto?). A voz, mesmo permanecendo incógnita, tem um timbre muito parecido com o de Cranston. Então… será que veremos Heisenberg de volta à ativa uma última vez?
Essas são algumas das questões que El Camino: A Breaking Bad Film pode responder (ou não). A verdade é que Breaking Bad ficou no imaginário de muita gente e conquistou fãs tanto pela sua qualidade de roteiro e sua proximidade à linguagem de cinema quanto pela sua facilidade de segurar a atenção.
Tudo poderia ter sido finalizado ali, em 2013, mas, mesmo que esse retorno escancare o sentido comercial dada a popularidade da série, é possível que o trailer esteja muito certo quando diz que o filme não se trata somente de uma obra isolada, trata-se de um evento, capaz de reunir fãs, conquistar novos adeptos e, de quebra, fazer um trabalho de excelência ser revisitado.
Aguardemos para descobrir se essa estreia responderá questões (sem ter a obrigação disso), desenvolverá outro caminho (um mais independente – o que deve ser difícil) e, acima de tudo, se fará jus a uma das melhores produções televisivas da história. É uma posição bem delicada, mas, como é escrita e dirigida pelo próprio Gilligan, dá para plantar uma sementinha de confiança.
Texto originalmente publicado no Canaltech
“Na quarta-feira à noite, participei do Festival de Cinema de Nova York e assisti a uma obra-prima cinematográfica, o filme que no mês passado ganhou o prêmio de melhor filme do Festival de Veneza. É chamado Coringa – e tudo o que ouvimos sobre esse filme é que devemos temer e ficar longe dele. Nos disseram que é violento, doente e moralmente corrupto. Fomos informados de que a polícia estará presente em todas as sessões neste fim de semana em caso de ‘problemas’. Nosso país está em profundo desespero, nossa constituição está em pedaços, um maníaco desonesto do Queens tem acesso aos códigos nucleares – mas por algum motivo, é de um filme que devemos ter medo.
Eu sugeriria o contrário: o maior perigo para a sociedade pode ser se você não for ver este filme. A história que conta e as questões que ela suscita são tão profundas, tão necessárias, que se você desviar o olhar da genialidade dessa obra de arte, perderá o que ela está nos oferecendo. Sim, há um palhaço perturbado, mas ele não está sozinho – estamos de pé ao lado dele. Coringa não é um filme de quadrinhos. O filme se passa em algum lugar da década de 70 em Gotham/Nova York, a sede de todo o mal: os ricos que nos governam, os bancos e corporações a quem servimos, a mídia que nos alimenta com as notícias diárias que pensam que devemos absorver.
Mas este filme não é sobre Trump. É sobre a América que nos deu Trump – a América que não sente necessidade de ajudar os marginalizados, os necessitados. A América, onde os ricos imundos ficam cada vez mais ricos e sujos. Obrigado Joaquin Phoenix, Todd Phillips, Warner Bros. e todos que fizeram este filme importante para este período importante. Quanto tempo se passou desde que vimos um filme aspirar ao nível de Stanley Kubrick? Vá ver este filme.”
Para acontecer, precisa começar. E o começo pode ser modesto. Os sonhos, as metas, estes sim, precisam ganhar o mundo; migrar da imaginação à realidade. E foi nessa toada que o festival de cinema Curta Caicó se fez, mesmo com poucos tijolos. Uma construção em andamento, mas já morada ao audiovisual de uma região. E não só residência de uns poucos. Com a primeira casinha, logo veio um assentamento. Hoje, o festival influencia o Seridó inteiro. E as produções, cursos e concursos pipocam sob o sol sertanejo.
O Curta Caicó surgiu em 2018. Iniciativa de Raildon Lucena e Diego Vale, comandantes da Referência Comunicação, empresa de publicidade e produtora audiovisual. Raildon eu conheço desde muito. Foi meu vizinho de blog desde o saudoso Diário do Tempo, década passada ainda. E ele escrevia sobre cinema também em revistas e jornais. Mas das resenhas à produção. ou seja, da teoria à prática, precisou de um empurrãozinho, mas desses pequenos, porque a paixão pelo audiovisual já estava lá.
Em 2017, Raildon e Jefferson Dutra, filmmaker da agência, participaram de uma oficina de documentário promovida pelo Sesc Seridó. A professora Dênia Cruz os incentivou a inscrever um curta no Festival Internacional de Baía Formosa. Eles filmaram “Domerina”, a história de uma senhora cega que vagueia pela rodoviária de Caicó. E o curta foi selecionado pelo FINC para o Festival Off Camera na Polônia. Esse contato com um festival de cinema foi o passo inicial para realizar um festival de cinema em Caicó. Antes disso, eles fizeram laboratório passando por outros festivais, como Cajazeiras (PB) e Triunfo (PE).
Em janeiro de 2018 foram lançadas as inscrições para o Curta Caicó, que recebeu 415 curtas metragens em sua primeira edição. O evento foi realizado em junho, com recursos de uma associação cultural e apoios do Sesc RN e de empresas da cidade. Além da mostra de filmes, o festival realizou duas oficinas de cinema, debate sobre o papel da mulher no audiovisual e apresentações culturais.
O evento movimentou a cidade, por ser algo inovador, desde a exibição de curtas-metragens, ao contato com realizadores e artistas de vários estados (RN, PB, PE, SP) e pelas oficinas que resultaram em um curta-metragem local: “Nomofobia”.
Em junho de 2019, foi realizada a 2ª edição do Curta Caicó que dessa vez não teve apoio financeiro de edital cultural. O evento foi viabilizado com apoio do Sesc RN (oficina e projetor), Governo do RN (pauta do centro cultural, impresso e transporte para convidados), Prefeitura de Caicó (som) e vários empresários da cidade.
Mesmo assim, os recursos foram insuficientes e foi preciso criar uma campanha virtual na internet para viabilizar os custos do festival. Muitas pessoas ajudaram. Algumas pessoas afirmando a importância do evento para a cidade e a região.
Em números, o Curta Caicó 2019 recebeu 535 curtas-metragens de todas as regiões do Brasil, totalizando 950 em duas edições. Realizou quatro oficinas com apoio do Sesc RN, Governo do RN e Canal Futura, que trouxe dois profissionais para conhecer o festival. Uma das oficinas resultou no curta-metragem “Chico do Cinema” que homenageou um antigo diretor dos antigos cinemas da cidade.
O Festival promoveu mostras competitivas nacional, potiguar e três mostras paralelas. Mas uma das novidades foi a Mostra Seridó com filmes de Caicó, Jardim do Seridó, Currais Novos, Florânia, Lagoa Nova, São João do Sabugi e Parelhas.
O Curta Caicó foi destaque no site “Não Óbvio” como um dos 6 festivais do Nordeste que você deve conhecer:
– O IFRN Caicó criou um curso de Produção Audiovisual e, a partir de convênio com a Referência Comunicação, estendeu para uma escola estadual da cidade: EECCAM;
– O colégio estadual EETIJA hoje conta com uma disciplina eletiva que tem como objetivo a produção de documentários;
– Em Jardim do Seridó, após um dos curtas de uma escola ser selecionado para a Mostra Seridó, hoje já são três escolas produzindo curtas no município;
– Em São João do Sabugi, há uma disciplina de artes que estimula a produção audiovisual e realiza mostra de filmes na escola;
– Florânia, Parelhas, Currais Novos e Lagoa Nova há produtores independentes realizando curtas-metragens, e em Cruzeta há uma professora que está querendo incentivar seus alunos;
“Ou seja, a impressão que temos é que o cenário audiovisual na região está se movimentando. E um dos nossos objetivos com o Curta Caicó é promover a interiorização do audiovisual, estimular a produção de filmes (sobretudo nas escolas), estimular a formação de público, sobretudo de cinema potiguar e nacional”.
Não é impressão, amigo Raildon. É realidade!
A terceira edição do Curta Caicó já teve seu projeto aprovado na Lei Câmara Cascudo. Agora é buscar recursos para viabilizar o evento com mais tranquilidade. O evento deve ser realizado na primeira quinzena de junho e, segundo Raildon, as expectativas são grandes, pois o evento está se consolidando no calendário de eventos do Rio Grande do Norte.
E-mail: Sergiovilarjor@gmail.com
Celular / Zap: (84) 9 9929.6595 Fale Conosco Assessoria Papo Cultura