De cores, holofote e auto-estima de um Beco renovado, mas ainda carente

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Faz tempo não assistia uma ação do poder público ganhar tanta simpatia. E uma iniciativa simples, prática e barata que deu cor e vida ao renegado Beco da Lama.

Com 20 latas de tinta látex de 18 litros, 25 latas de spray, andaimes, plataformas, escadas e 40 grafiteiros, o prefeito Álvaro Dias ganhou o maior holofote de sua curta administração.

Uma enxurrada de fotos espalhadas nas redes sociais, cobertura maciça da imprensa e elogios dos próprios comerciantes ganharam Natal nos últimos dias.

E nem foi preciso a estampa de um Banksy para a arte do grafite aproveitar a onda “publicitária” da Prefeitura e também ganhar espaço na mídia. Ganharam todos.

É certo que o beco mais atrevido do mundo carece de muito mais. Mas há que se louvar o feito. A auto-estima é cara, valiosa. E o Beco cinza, depressivo, agora sai à rua maquiado, alegre.

Mas por trás da maquiagem do palhaço, há sempre solidão e angústia. E assim é o Beco. Ainda inseguro, ainda carente e amparado na resistência de alguns comerciantes e entusiastas.

Que o Centro Histórico, como um todo, seja reavaliado, revisitado, resgatado. A boemia é tradição, é história e atrativo turístico, também. E em Natal, ela reside ali, no beco da alma da cidade.

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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