#CaminhosdeNatal: Rua da Ribeira homenageia ex-governador e primeiro a celebrar casamento em Natal

rua ferreira chaves

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A atual Rua Ferreira Chaves está localizada no bairro da Ribeira, entre as ruas 15 de novembro e Nísia Floresta, no trecho compreendido entre as ruas Frei Miguelinho e Almino Afonso.

Um antigo mapa de Natal, datado de 1864, apresenta a Ribeira, que se estendia até a atual rua Ferreira Chaves e Beco da Quarentena. Daí por diante existiam apenas sítios.

A rua Ferreira Chaves surgiu sob a denominação de rua de João Guedes, topônimo que sobreviveu por pouco tempo. O decreto municipal de 13 de fevereiro de 1888 mudou-lhe o nome para Rua Formosa.

Em 1897, a Intendência Municipal realizou um censo na Cidade. Os recenseadores Francisco Palma e Carvalho Rios registraram 50 casas com 239 habitantes, na Rua Formosa.

Em 22 de março de 1899, a resolução municipal nº 35 mudou a denominação da rua para Ferreira Chaves, permanecendo ela com esta designação até os dias atuais.

Ferreira Chaves

A mudança do topônimo representou uma homenagem prestada ao então presidente do Estado do Rio Grande do Norte, Joaquim Ferreira Chaves, eleito para o cargo através do voto popular e direto, pela primeira vez no regime republicano.

Joaquim Ferreira Chaves era pernambucano, radicado no Rio Grande do Norte. Bacharelado em Direito, seguiu carreira na magistratura do nosso Estado.

Quando ocorreu a proclamação da República, Ferreira Chaves era juiz no município de Trairi, atual Santa Cruz. Posteriormente, exerceu o cargo de juiz de casamentos em Natal.

O primeiro casamento civil realizado no Rio Grande do Norte, foi celebrado pelo juiz Joaquim Ferreira Chaves, em Natal no dia 9 de julho de 1890. Os noivos eram Felipe Pereira do Lago e Maximina Sinforosa de Castro Barroca. Serviram de testemunhas, Joaquim Xavier da Silva Júnior, então governador do Estado e João Avelino Pereira de Vasconcelos.

Ferreira Chaves também foi juiz seccional, posteriormente demitido pelo Barão de Lucena. Além de membro da Junta Governativa e Desembargador, por ocasião da instalação do Superior Tribunal, em 1892.

Na eleição governamental marcada para 14 de junho de 1895, Ferreira Chaves foi lançado candidato pelo então governador Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, tendo como vice Francisco de Sales Meira e Sá.

A 14 de junho daquele ano, Ferreira Chaves foi eleito, quarenta e oito horas depois, falecia Moreira Brandão, candidato da oposição. Ferreira Chaves assumiu a administração do Rio Grande do Norte em 25 de março de 1896, governando o Estado até 25 de março de 1900, quando foi substituído por Alberto Maranhão.

O Senador Francisco Gomes da Rocha Fagundes, eleito em 1900 renunciou ao mandato em 10 de julho do mesmo ano, tendo sido substituído por Ferreira Chaves, em 4 de outubro.

Em 1903, Ferreira Chaves foi eleito para renovação de um terço do Senado, tendo sido reeleito em 1906, 1909 e 1912, permanecendo assim no Senado Federal durante 15 anos.

Em 1º de janeiro de 1914, Ferreira Chaves assumiu novamente a administração do Rio Grande do Norte, após sair vencedor nas eleições ocorridas no ano anterior. Permaneceu no poder até 1920.

Joaquim Ferreira Chaves faleceu no Rio de Janeiro a 12 de março de 1937.


ILUSTRAÇÃO: Renata Freire Costa

Jeanne Nesi

Jeanne Nesi

Superintendente do IPHAN-RN, Sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do RN, e Sócia correspondente do Instituto Histórico Geográfico e Arqueológico de PE. Fundou a Folha da Memória, com periodicidade mensal. Publicou cinco livros, sendo dois como co-autora. Publicou folhetos, folders e cordéis e mais de 300 artigos sobre o assunto em uma coluna semanal no jornal Poti, na Folha da Memória e em revistas do IHGRN.
Atualmente aposentada, mas sempre em defesa do patrimônio histórico.

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