O cantor e compositor potiguar Alan Persa lança nesta sexta-feira, dia 15, a canção “Comedor de Camarão”, que traz na letra o orgulho de ser potiguar.
A música foi composta pelo próprio artista e destaca bairros de Natal, cidades do Rio Grande do Norte e também cita outros artistas potiguares como a atriz Titina Medeiros e os cantores e compositores Babal e Dorgival Dantas.
“Eu sentia falta de uma música que tivesse como temática principal o Rio Grande do Norte como um todo, falando não só dos locais mais conhecidos e turísticos, mas também valorizando o interior do nosso estado .O RN também é recheado de municípios com nomes curiosos, e eu quis fazer uma brincadeira com esses nomes, usando trocadilhos e construindo uma história descontraída e leve, passeando pelos 4 cantos do território potiguar”, disse Alan.
Alan de Melo Trindade, de 33 anos, é potiguar nascido em Natal e desde 2015 vive exclusivamente da música. Esse foi o ano em que o artista começou a carreira solo, depois de ter atuado como guitarrista da banda de rock “2Polos”.
Alan é formado em arquitetura, mas foi a música que virou a carreira do artista, que é conhecido por realizar shows com hits do pop rock, reggae e MPB, além de trabalhar também o lado autoral, apresentando músicas escritas e produzidas por ele.
Em 2016, o grande público potiguar passou a conhecer Alan Persa depois que a foto de uma criança atenta ao artista se apresentando em frente ao maior shopping de Natal viralizou nas redes sociais.
As apresentações gratuitas em frente ao Midway e aos domingos no deck da Praia de Ponta Negra se tornaram marca do cantor.
A música “Comedor de Camarão” será lançada na plataforma Spotfy, Deezer e outras plataformas digitais de música nesta sexta.
“Comedor de Camarão” cita 36 destinos potiguares, entre bairros de Natal e cidades do Rio Grande do Norte, além de fazer referência ao estilo de vida do natalense, como as idas à Praia da Redinha para saborear a ginga e a tapioca, o tradicional banho de mar, os passeios pelo litoral, o suco de caju e o cuscuz com carne de charque.
Um clipe para a canção já está nos planos do cantor. “Agora que lançamos “Comedor de Camarão” em todas as plataformas de música, o próximo passo é começar a trabalhar na produção do clipe dela, mostrando toda a beleza e costumes que o RN tem a oferecer.”, afirma Alan.
“Hoje acordei na REDINHA
Comendo ginga e tapioca
A praia toda só minha
Eu sou roqueiro das ROCAS
Me deu uma dor em COTOVELO ter te visto partir
Agora tá feito PIPA, voando solta por aí
Não existiu meio termo, fomos a EXTREMOZ
Você aí em GOIANINHA e eu aqui pensando em nós
Eu sou do Rio Grande do Norte
Sou potiguar de coração
Eu sou da terra de Babal, Titina e Dorgival
Sou comedor de camarão
Hoje você vai ser minha
Tenho um convite PATU
Te pego em PIRANGI
E levo a GENIPABU
A gente PASSA E FICA um pouco, toma um banho de mar
Com MÃE LUÍZA joga BÚZIOS, presenteia Iemanjá
E na BARREIRA DO INFERNO vou te levar pro céu
Dar rolé de PONTA NEGRA até a PONTA DO MEL
Eu sou do Rio Grande do Norte
Sou potiguar de coração
Eu sou da terra de Babal, Titina e Dorgival
Sou comedor de camarão
VENHA-VER que maravilha
Vai rolar chuva de bala no país de MOSSORÓ
Chama o TENENTE ANANIAS
Lampião foi se esconder no carnaval de CAICÓ
E tava só de PASSAGEM
Foi tomar um sol na LAJES e pegou insolação
Mas tinha BOA SAÚDE
Agradeceu a BOM JESUS e seguiu sua procissão
No Rio Grande do Norte
Conheceu o nosso FORTE e seguiu para CURRAIS
A vaca foi pro BREJINHO
Quando chegou em MOSSORÓ ele pra cá não voltou mais
TRIUNFO POTIGUAR
E o povo do RN ficou um MONTE ALEGRE
Porque ele só quer paz, FELIPE GUERRA
Te trago café na cama
Bolacha JUCURUTU
Cuscuz com carne de charque
E um suquin de cajú
E quem precisa ir pra fora se já temos aqui
PARANÁ e PORTALEGRE, SÃO PAULO DO POTENGI
E quando chega o mês de junho é festa no exterior
Vamo dançar um forrozin em BARCELONA e EQUADOR
Eu sou do Rio Grande do Norte
Sou potiguar de coração
Eu sou da terra de Babal, Titina e Dorgival
Sou comedor de camarão”
Pelo menos oito artistas da cidade lançaram músicas no último mês e apostam em um conteúdo educativo e transformador
A cultura hip-hop em Mossoró está em constante crescimento. Alguns artistas novatos somam-se a outros já veteranos na cena e, com isso, são lançadas várias músicas e clipes na cidade.
Ao contrário de uma tendência mainstream e voltada para industrialização que acompanha essa cultura a nível global, os artistas de Mossoró têm apostado nas raízes do movimento.
O hip-hop surgiu na década de 1970 no bairro do Bronx, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, local que vivia momento de grande crise social e constantes casos de violência.
O movimento surgiu com o tema “Paz, Amor, União e Diversão” colocando as disputas entre grupos apenas para o campo artístico, reconfigurando o bairro e promovendo rap, grafite, break dance, com festas promovidas pelos DJ´s, os criadores da cena.
Em Mossoró, uma das cidades mais violentas do Brasil, os rappers locais também buscam contrapor as estatísticas sociais e promover a união, levando reflexões às pessoas da periferia de que o crime não compensa.
“Respeito muito os princípios dessa cultura. Procuro mostrar que o crime, a violência e as rixas não são caminhos para nós. Temos que acreditar nos elementos fundacionais do hip-hop. O meu intuito é educar através do rap”, disse Prisma MC, artista selecionado para realizar uma live promovida pelo Sindicato dos Profissionais de Educação (Sinte/RN), com data ainda não definida.
Além dos clipes e músicas, os artistas de Mossoró também participaram do desafios Barras Maning Arretadas, em que foram desafiados a rimarem em um mesmo instrumental, com rimas improvisadas ou pré-produzidas.
O desafio chegou a 10 países e o artista Caboco foi um dos selecionados para apresentar um dos instrumentais. Na batida produzida por ele, foi colocado o tema “Como ajudar alguém?”.
Bebéquera MC
– Em seu primeiro clipe, denominado “Saudade Ficou”, Bebéquera MC faz uma mensagem direta na luta contra a criminalidade, apontando a educação como a solução: “Mais escola pra ensinar pro menor que bala mata e crime não compensa”.
Prisma MC
– Com um histórico de bullying sofrido, Prisma MC aposta em mensagens motivacionais como caminho para que as pessoas sigam acreditando em seus sonhos: “Disseram que tem que ter calma pra se aprender a viver, que o foco te faz ter respeito para assim sonhar e fazer tudo que você quis um dia”, disse na música Objetive 2, que tem parceria com Anderson Gabriel.
Cabocla de Jurema
– Eva Rocha, a Cabocla de Jurema, é uma artista que compõe o grupo Soul Negra e tem produções em vários gêneros musicais dentro da cultura negra, como soul, reggae e projetos de percussão.
Ela fez a estreia no rap com a música “Guerreira de Dandara”, que enfatiza o combate ao racismo e ao machismo: “Canto a voz dos meus irmãos, canto a voz das minhas irmãs. E ainda vejo a escravidão no racismo estruturado. É, nós vai derrubar, é. Não vou aceitar, não vou aturar. Não vou suportar, não vou silenciar. Minha arma é minha luta, luto pela minha vida. Aqui quem fala pra tú é uma preta feminista”.
Caboco
– O rapper Caboco atua como produtor cultural, beatmaker (criador de instrumentais de rap), rapper e dançarino. Na música “O Século do Ego”, ele foca sobre a prioridade dada ao tempo em nossas ações: “O tempo é uma escolha e eu acho que o tempo está correndo”.
Comedor de Camarão
– Comedor de Camarão lançou um EP com quatro músicas chamado de Resistência, em que realiza críticas ao racismo e à política mossoroense. Na música Mossoró 40 graus, ele faz um trocadilho entre a alta temperatura da cidade e a passividade do povo, acostumado a se calar diante das dificuldades: “Mossoró 40 graus, a gente é acostumado ao calor (calou), mas a realidade despertador (desperta a dor).
@vittopoeta e Jongozú
– @vittopoeta e Jongozú lançaram o EP “AfroPotyguar” com sete músicas. Uma delas é a música ‘Maracatu de Camarão’, em que Jongo afirma “Eu serei resistência” e faz referências ao legado da cultura negra, linkando a cidade de Areia Branca, no Rio Grande do Norte à Luanda, capital de Angola.
Enquanto isso, @vittopoeta afirma que a sua música é uma mistura entre a cultura potiguar e o hip-hop, fazendo uma interação única dessa identidade: “Eu vim do mato do Rio Grande do Norte, fazendo maracatu, embolada com hip-hop. Mando a rima rasteira, capoeira na levada. Comprei macaxeira na feira pra vender na estrada”.
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