Patrícia Leal lança álbum Música Autoral Brasileira nesta sexta

Patrícia Leal

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Nesta sexta-feira (16) tem lançamento do álbum de Música Autoral Brasileira “Continua…”, de Patrícia Leal, acompanhada pelos instrumentistas Eduardo Taufic, Ezequias Lira Ramon Gabriel, Eli Cavalcante, Fábio Presgrave e Anderson Pessoa. O material estará disponível em todas as plataformas digitais. Abaixo, a própria autora comenta mais a respeito.

Por Patrícia Leal

Para quem acompanha meu trabalho há mais tempo sabe que a música sempre teve lugar de destaque em minha trajetória. Em todos os meus espetáculos de Dança Contemporânea, sempre criei composições musicais, algumas em subtextos para outros instrumentistas criarem a trilha, outras que cantava em cena, em diálogo com músicos talentosos como Euclídes Marques, Cláudio Soares, Divanir Gatamorta, Adriano Dias, Marcelo Martinez Vieira.

Mais recentemente, comecei a me arriscar mais no canto, a partir de um espetáculo piano e voz, “Ponto Móvel” (FIC 2015/2016) com Eduardo Taufic e, pouco tempo depois, no show “Menina dos olhos” (2018/2019), já com uma formação maior entre violão, percussão e piano, com Ezequias Lira, Ramon Gabriel e Eli Cavalcante. A partir desses trabalhos e da amizade com estes novos artistas, investi em minhas composições musicais e, dessas criações, nascidas em corpo e perfume, resolvi gravar um CD autoral: “Continua…”

Durante a quarentena, senti uma necessidade vital de continuar criando e me expressando com a minha arte, de alguma maneira, mesmo com o isolamento social. Comecei experimentando pequenos vídeos, em linguagens diferentes entre dança, música, performance, poesia, em uma série divulgada nas mídias sociais que intitulei: a arte continua…

Dessa necessidade e do reconhecimento da continuidade da criação, na maneira que escolhi para existir, nasce a gravação desse CD, meu primeiro, dedicado à Música Autoral Brasileira, uma continuidade em relação à minha trajetória artística múltipla, onde a transversalidade de linguagens entre a dança, a música, a poesia, o perfume mora. Um desnudar-se, revelar-se, a partir das notas de topo, até as mais profundas.

Continua… traz sonoridades bem brasileiras que me aparecem em momentos de presença no cotidiano, principalmente aqueles momentos em que paramos para ouvir, perceber… e nos conectamos com as coisas mais simples como uma pedrinha na mão do seu filho, a luz entrando na janela em azul, a sensação da brisa do mar, uma lua cheia… pequenos momentos onde a melodia balança os quadris, a poesia sopra os ouvidos, o perfume cria-se em acorde.

A concepção do Álbum aconteceu em três partes:

A primeira parte do Álbum abre em sol aberto, nascer claro e iluminado, dedica-se às melodias mais leves, fluidas em sorriso aberto em cirandas, valsas, samba de roda, convidando o ouvinte a entrar. Sinto aromas mais cítricos, notas de saída efêmeras e vibrantes como a bergamota, a lavanda, o petit-grain, a hortelã. Nos ritmos, trabalho bastante com o crescer, um ritmo que começa aos poucos, mais lento, aprofunda-se em pausas e depois acelera, intensifica, ampliando as dinâmicas. Um trabalho desafiante que sugeri aos instrumentistas a partir de notas e acordes aromáticos que levei aos ensaios e fui costurando a dramaturgia sonora.

Multiplicidade é uma das características fundamentais de meus processos criativos contemporâneos.

A segunda parte do Álbum traz minha parte mais lírica, aonde minha tessitura fica à vontade e aproxima-se dos sentimentos mais profundos, minha poesia pode trazer as contradições do ser humano. O perfume mais importante e fio condutor a partir do coração do Álbum aqui é a Mirra. Resinosa, transparente, aquosa, doce, feminina… um leito de rio em promessa de vida!

Na terceira parte do CD, me dediquei à síntese, à complexidade, à integridade. Pensando em uma composição em perfumaria, aqui não sobressaem as notas, mas a composição como um todo, não apenas os acordes, mas também todas as nuances, mais intensas ou sutis. Claro e escuro, breve e longo, sim e não, fluido e pausa, sombra e luz. Aqui o samba aberto, ganha sutileza, bossa, jazz. O lírico invade a marcação da cuíca, abrindo espaços. O sorriso chora em baunilha, a bergamota permite a confiança do feminino ferido, o jasmim traz o masculino em suavidade. As madeiras não são mais tão óbvias e sóbrias, trazem transparência e continuidade, como nossa querida copaíba, alma brasileira.

Continua… Do momento de presença, a memória articula-se no agora e, depois, ao gesto, à fragrância, à poesia e no encontro com o outro em cordas, percussão… Cirandas, valsas, sambas, bossas, jazz… abrimos para você entrar.

Redação

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