O filme brasileiro “Big Bang” teve seu lançamento no 75º Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, e saiu consagrado como o Melhor Filme na categoria “Corti d’autore”, no programa “Pardi di domani”, voltado para curtas que fazem sua estreia mundial. O diretor Carlos Segundo retorna ao Brasil com o famoso Leopardo de Ouro (Pardino D’Oro).
Carlos Segundo já havia tido boa repercussão no circuito internacional de cinema com seu curta “Sideral”, que em 2021 concorreu à Palma de Ouro no 74º Festival de Cannes. Sobre sua nova conquista, o diretor afirma a importância do prêmio para o Brasil num momento de dificuldades políticas e econômicas. “Essa vitória nos faz acreditar que a arte pode e deve resistir a esses momentos de intempéries”, diz Carlos.
Sobre o processo de criação, o diretor também ressalta a forte relação construída com o ator protagonista do filme: Giovanni Venturini. “Eu fico muito feliz pela conquista do prêmio e principalmente em como ele pode ecoar na carreira do Giovanni, que tem um trabalho brilhante”.
Giovanni Venturini foi quem recebeu o Pardino D’Oro na cerimônia de premiação e fez um discurso potente. “Estar aqui é significativo para mim, talvez essa seja a primeira vez que uma pessoa com deficiência está recebendo esse prêmio”, declarou o ator.
Segundo o ator, que tem uma carreira de 15 anos, ele vinha fugindo há anos de personagens estereotipadas devido ao seu nanismo. “Eu estava num momento bastante desmotivado com a indústria brasileira de cinema quando veio o convite para protagonizar “Big Bang” e me encheu de esperança novamente”, afirmou Giovanni.
Conclui seu discurso afirmando: “Esse prêmio não é apenas nosso, mas para todos os corpos invisíveis na sociedade. Que “Big Bang” cause uma grande explosão e revolução de ideias na criação de protagonistas de filmes, dando voz a diversidade que existe na nossa sociedade”.
Sobre Big Bang
“Big Bang” narra a história de Chico (Giovanni Venturini), um homem com nanismo que trabalha consertando fornos. Solitário, ele vive um conflito interno contínuo, resultado do sentimento do abandono familiar – principalmente o paterno – e da exclusão social que normalmente o persegue. Mas Chico irá pouco a pouco descobrir uma forma de resistência e, por que não, de vingança.
O curta foi filmado em Uberlândia (MG), e idealizado e montado em Natal (RN). Ele é uma produção de O Sopro do Tempo e Les Valseurs e será distribuído no Brasil pela empresa potiguar Casa da Praia Filmes.
Sobre a premiação, Pedro Fiuza, da Casa da Praia Filmes, afirmou: “Estamos felizes de continuar a parceria com Carlos. ‘Big Bang’ começa sua história em Natal, onde a Casa da Praia participou da fase de desenvolvimento e agora da distribuição. Ganhar um Leopardo de Ouro é histórico e mostra a importância do Rio Grande do Norte para a história do cinema brasileiro!”.
Brasil em Locarno
Locarno acontece desde 1956. É considerado um dos quatro mais importantes festivais de cinema do mundo – ao lado de Cannes, Berlim e Veneza. O festival apresenta anualmente uma seleção pautada pela busca de filmes que se colocam em um território da criação autoral e do risco.
Em sua 75ª edição teve uma forte presença de produções brasileiras. Além da vitória de “Big Bang” na categoria “Corti d’autore”, o longa-metragem “Regra 34”, da brasileira Julia Murat, ganhou o principal prêmio do festival, conquistando Leopardo de Ouro. O documentário “É noite na América”, de Ana Vaz, levou menção especial na competição Leopardo Verde WWF.
Carlos Segundo
Doutor em cinema pela Unicamp, Carlos Segundo é atualmente docente do curso de Comunicação Social Audiovisual da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Diretor, fotógrafo, roteirista e montador, realizou mais de 15 obras que, ao todo, circularam em mais de 250 festivais nacionais e internacionais. É também coordenador e curador de festivais, mostras e oficinas de formação. Além de sócio diretor da produtora O Sopro do Tempo.
Carlos Segundo já havia participado do Festival de Cannes com seu curta “Sideral”, concorrendo à Palma de Ouro. Desde o seu lançamento, “Sideral” já participou de mais de 80 festivais, conquistando 35 prêmios.
Ficha Técnica de “Big Bang”
Direção e Roteiro
CARLOS SEGUNDO
com
GIOVANNI VENTURINI
ARYADNE AMANCIO
Produção
CRISTIANO BARBOSA
DAMIEN MEGHERBI
JUSTIN PECHBERTY
Direção de produção
CRISTIANO BARBOSA
As. direção
CAUÊ PEREIRA
Direção de fotografia
ROBERTO CHACUR
As. fotografia
RAFES CHACUR
Direção de arte
NARA SBREEBOW
Figurino e objetos
SOFIA BENETTI
NARA SBREEBOW
Maquiagem e efeitos
FERNANDA FELICE
Plateau e contra-regra
MARCO PARANÁ
Montagem
CARLOS SEGUNDO
JÉRÔME BREAU
Som direto
NEMER CASTRO
Som montagem
ANTOINE BERTUCCI
Bruiteur
ANDRE FRÈVE
Mixagem
VINCENT ARNARDI
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