Olha o monstro!

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Impossível não temer esse monstro. Impossível esquecer o que ele fez no reino das imagens e das emoções humanas. Sua obra atravessa todos os nomes relevantes do cinema, da literatura e da música nos últimos 50 anos.

O conteúdo do livro que venho lançar em Natal está expresso no título: “Stanley Kubrick: o monstro de coração mole”. Monstro porque é um gênio e coração mole porque ao contrário do alardeado o diretor aspira por uma lei que estabeleça uma ordem no universo. Ao todo foram 8 anos de leituras, cursos, pesquisas, entrevistas, longas horas diante dos filmes e viagens pelo mundo afora, Estados Unidos, Europa, Ásia.

Kubrick personifica renovação e perfeccionismo. Há na filmografia desse monstro sagrado uma interioridade alternativa fundamentada por uma visão original. Trabalhou com ideias e roteiros dos outros, mas colou em todos eles o deslumbre de sua arquitetura, a marca de sua fatura.

Apesar de retratar a desumanização das pessoas e o mundo em estado de penúria, revelou-se esperançoso, daí porque é um equívoco taxá-lo de pessimista. Visto como profissional polivalente e mestre da técnica cinematográfica, o diretor, o roteirista, o fotógrafo, o editor, o publicitário, o financista, o produtor Stanley Kubrick nos deixou uma obra que se pauta pela grandeza d’alma.

Foi um gênio do cinema? Qual o significado de sua obra? Qual a sua contribuição para a história do cinema? Ninguém duvida que ele criou um modo próprio de narrar. Nenhum outro diretor foi capaz de nos legar uma filmografia tão surpreendente quanto esse camaleão amigo de Spielberg. Muitos cineastas geniais morrem e se apagam. Outros não. Outros resistem, protagonizando uma atualidade que tem a ver com o nascimento diário da arte e da beleza.

 

Programação em Natal

São esses os temas que estou trazendo para conversar com os kubrickianos natalenses. Nesta sexta-feira (27), participo do evento promovido pelo Cineclube Natal no Nalva Melo Café Salão, pegado ao prédio da Tribuna, na Ribeira, a partir das 19 horas. A programação consiste na exibição do making of de ‘O Iluminado’, uma obra genial da filha caçula Vivian Kubrick e do “The Visions of Stanley Kubrick” assinado por Gary Leva.

Na sequência autografarei para os admiradores do diretor o meu livro recém lançado em São Paulo, “Stanley Kubrick: o monstro de coração mole” (Editora Perspectiva). Programe-se também para ouvir o poeta Paulo de Tarso Correia de Melo e eu falando sobre cinema na segunda-feira, dia 30, na Livraria Saraiva do Shopping Midway Mall por ocasião do lançamento da obra em Natal.

Minha intenção não é outra senão a de prestar uma homenagem à memória do poeta e jornalista Berilo Wanderley. O trio inseparável, Moacy Cirne, Paulo de Tarso Correia de Melo e eu já havíamos visto ”A Morte passou por perto” e quando a gente se preparava para ver seu segundo filme, “O Grande Golpe”, Berilo nos chamou e sapecou: “Meninos, prestem atenção no Kubrick, esse cara ainda vai ser um dos maiores gênios do cinema”. Portanto, a culpa da nossa paixão por SK se chama BW, que cantou a bola no pré-histórico ano de 1955.

Marcius Cortez

Marcius Cortez

Cinco livros publicados e o jogo ainda não acabou. Escrever é um embate que resulta em vitórias, derrotas e empates. O primeiro livro de Borges vendeu apenas 37 exemplares. O gol é quando encontramos um significado que melhore a realidade.

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