LINHAS E VÃOS
A minha pequena amiga cresceu.,
tornou-se esposa e mãe
com açúcar e radiância.
Entre o destino e a arte
há um vão – observe –
como entre as linhas, mesmo as da mão.
A minha pequena amiga me escreve
linhas e vãos, em papel com adereço.
Amoleço. Do mar que habito eu invento
a seca praça da Sé, onde mora a sua casa.
Lá, o amor é porto para nenhuma nau.
A minha pequena amiga não navega.
Tem os pés no chão e um automóvel.