platô: vida, paixão e ouro

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transgressor libertário se foi. pêsames em todos nós. muito a dizer dele. na Seara dessa arte cine. desbravador como solar soldado de imagens, paisagens. incomodado: desde anos 70, a câmera de Augusto nessa sua expedição, mergulho profundo dos seus olhos. intensa, abrangente lupa. como emissor de raros ângulos. belos, tenebrosos, exemplarmente inquietantes. esse caminhante caatinga. pulsante memória do que o tempo com suas ampulhetas registra. reencontro da cidade com suas luzes, obstáculos, usina de binóculos. tudo tão combustível de uma oração contemporânea revestida de enorme envergadura. um arco-íris roteiro. essa poltrona incursional, pétalas de suor, imensidão do mar que nos acalma. protetor dessa floração do que nos sobrevive. vastidão de ideias desse cineasta potiguar/planetário com garras, incontidas garras. adentrando lares, luas, letras. bólide de brochuras litorâneas. imenso, caudaloso trilho, tripé de angústia, estonteante beleza, a armadura do amor. essa levada, de nós. moldura de uma vida sofrida. porta entreaberta de farturas. o sol queimando, bronzeando nossos juízos. gentleman do oasis, tão profundo das desconhecidas anunciações desse povo, dessa terra. um ourives. por onde toca a oração de um espaço/tempo profundamente integrante da expansão da vida, fundamento essência do que seus olhos, verdejantes e videntes, criadores de um portal plural. experimental, óticas trêmulas. como divinas mãos acompanhando o périplo, desse seu intocável desejo dos sabores, odores, gigantes arados desse chão. assim Augusto Lula é: deixando entre nós, essa sua seara vestida da cor da eterna busca pelo triunfo do seu sangue, líquido ouro. artífice da embocadura do seu talento. como obra que se espalha e engrandece nossa terra, esse vulcão.

Carlos Gurgel

Carlos Gurgel

Poeta que vive da poeira do tempo e se lambuza de paisagens e silêncios. Fabrica sua própria urdidura, metamorfoseando-se na nomenclatura da rua. Poesia só serve se servida for sangue. De Natal. Um poeta de Natal, sentindo a agonia do mundo.

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