Está aberta na Pinacoteca do Estado a exposição ENTRE LUGARES, de Jéssica Bittencourt. A obra retrata de forma artística contradições do desenvolvimento urbano da cidade de Natal, a partir de dois ícones arquitetônicos e urbanísticos bem conhecidos dos natalenses: a Ponte Newton Navarro, inaugurada em 2007, e o Hotel Reis Magos, demolido em 2020. A exposição faz parte da programação da Pinacoteca na 21ª Semana Nacional de Museus.
Ao retratar estes espaços da capital, ENTRE LUGARES apresenta ao público temas ambíguos como memória e esquecimento, progresso e abandono. Além disso, traz também uma importante discussão sobre o direito à cidade, ao mostrar formas como o espaço urbano é apropriado, valorizado e vivido pelos natalenses.
O primeiro ambiente da exposição, com o curioso título 1’50’’ sob ruínas, memórias, é uma proposta de imersão no cenário da demolição do Hotel Reis Magos, através de fotografias e de uma instalação. Completando a imersão, um panorama sonoro condensa em apenas 1’50’’ a história do conhecido hotel, inaugurado em 1965, desde o apogeu até o seu fim, em 2020.
Na segunda sala, Pilares Vivos, uma série de fotografias retrata o cotidiano e os modos de vida de pessoas que, incrivelmente, vivem dentro dos pilares da ponte Newton Navarro. As estruturas, ocas, que sustentam a ponte, símbolo de desenvolvimento da cidade, foram ocupadas e se transformaram em moradia, em uma reconfiguração rebelde do espaço urbano, conduzida pela necessidade.
Além de artista visual, Jéssica Bittencourt é arquiteta e urbanista formada pela UFRN, por onde também é mestra em Habitação Social e Cidadania, e pesquisa práticas urbanas e intervenção no espaço.
ENTRE LUGARES traz uma junção destes dois universos, dando continuidade à trajetória da artista, que já desenvolveu projetos no SESC RN (2019), UFRN (2019), Feira do Empreendedor – SEBRAE RN (2023) e na 13 Bienal Internacional de Arquitetura de SP, no SESC Av. Paulista (2022).
A exposição ENTRE LUGARES, de Jéssica Bittencourt, fica em cartaz na Pinacoteca até o dia 20 de julho, e tem curadoria de Sânzia Pinheiro; produção e projeto expográfico de Jéssica Bittencourt; trilha sonora de Mateus Tinoco e Arthuri, concebida pela própria artista.