A noite em mim
A noite me consome;
A noite me redime.
Quantas noites acordei sem olhares;
Acordei sem nortes, sem ordens, sem distinções!?
Quantas noites me mantive assim…
Longe das coisas que me maldiziam,
Longe das minhas multidões…
Longe dos meus algozes – misturando – no eu estralhaçado –
Meus nadas que se diluíam…
Minha vida que se balançava
Na corda bamba de meu fim!
Custa-me crer que serei um dia, apenas,
Extensa linha no chão, apagada –
Espelho e nada!
(Mário Gerson)