LUA
Contei pra lua alguns traços teus
A mesma disse:
– “cuidado! assim morreu Romeu.”
Contei minhas juras
Ela riu, pois não entende a ilusão do poeta.
Contei meus medo e ela entendeu.
São Jorge enciumado encarou eu.
De cabeça baixa desviei o olhar.
A mesma continuou a conversar.
Contei pra ela
O quanto te olho!
O quanto te admiro!
O quanto sinto.
Falei dos dias de falta, dos dias sem brilho.
Disse o quanto fico bobo feito menino
Quando ela aparece grande e bela iluminando as noites, enquanto a observo da minha janela.
Falei da companhia dela na praia, toda cheia de luz e manias, me encarando lá do alto.
A mesma disse:
– o amor não é para os fracos.
E ela se rendeu.
Perguntando, por que tu não mora dentro deu?
Assim como São Jorge, fazendo morada dentro dela, admirando pela janela os olhos da singela moça tão bela.
(Bárbara Maria)