Por Lenilton Lima
Nos últimos dias, tenho refletido sobre nossos grupos e artistas nesses novos tempos, onde a informação foi democratizada de forma que não há responsabilidade, apenas a transmissão de ideias e pensamentos sem compromisso com a veracidade dos fatos.
Hoje, qualquer pessoa ou grupo pode avaliar seu próprio trabalho, deixando de lado os profissionais de jornalismo e os veículos de comunicação. Isso faz com que grupos sem muita expressão se destaquem, enquanto grupos organizados e com história, que não têm articulação nas mídias sociais, acabam esquecidos.
Como pesquisador de cultura popular e profissional na área de jornalismo, fui atraído para São Gonçalo do Amarante pelas danças, cantos e toques dos grupos de folclore. Fico entristecido ao ver grupos de folclore tocando com tantã, como se fossem apenas um grupo de piquenique. Os grupos folclóricos precisam de um olhar diferenciado. E o Boi Calemba Pintadinho, com seus 121 anos, por que não se apresenta mais em São Gonçalo do Amarante? O secretário não aprecia o Boi de Reis? Mesmo sabendo que seu avô foi o mestre Pedro Guajiru do Boi Calemba Pintadinho.
Sinceramente, não consigo compreender como uma cidade com folclore tão rico não investe em seu patrimônio. O Boi Calemba Pintadinho não tem mais espaço na gestão atual, e nem vou falar no centenário de Dona Militana, que aqui não teve uma homenagem merecida à nossa romanceira.
Eu acreditei que, com uma secretaria de cultura ativa, teríamos boas novidades, mas as atividades culturais diminuíram. As próprias postagens da secretaria de cultura revelam essa realidade: o texto nunca bate com as imagens dos eventos.