Curraisnovense resolve cantar suas poesias em CD e o resultado surpreende

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Da caatinga do sertão do Seridó emana a poesia da escritora e poeta Maria Maria Gomes, que reúne no CD “O Ciclo das Coisas” dez dos seus textos musicados em parceria com os amigos Adelson Filgueira e Biruca Melo.

O Ciclo das Coisas expressa o mais profundo sentimento de pertença dos autores – todos curraisnovenses – em relação à existência sertaneja, desde o contato na infância com a literatura de cordel – dos cantadores de viola e emboladores de côco nas feiras livres – às influências poéticas e musicais dos mestres nordestinos Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Anastácia, João Cabral de Melo Neto, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Marinês, Elomar, entre tantos.

As letras fazem referência ao cotidiano da vivência do sertanejo; remetem-nos a um sertão que, como diz Guimarães Rosa “…é dentro da gente” – “O sertão é sem lugar” –, ele é a própria travessia da existência.

Sonoridade

A sonoridade das canções preza pelo que há de mais original no cancioneiro popular nordestino: a sanfona, o zabumba, o triângulo, o violão e mais um tanto de instrumentos. Os ritmos vão do xote ao xaxado, do baião à ciranda, passando ainda pela balada e pelo samba.

A música sertaneja de raiz nordestina dá o tom deste trabalho.

O primeiro videoclipe gravado captou a singeleza do sertão. É simples como a canção, como a letra e a poesia de Maria Maria, e ao mesmo tempo tem a complexidade que só as coisas puramente simples possuem.

O CD e o vídeo foram lançados semana passada. Um trabalho bonito tão adaptado à época junina quanto um cacto no sertão.

Já temos a referência do trabalho poéticomusical do também curraisnovense Wescley Gama, já com três álbuns lançados.

E agora esta surpresa da poesia de Maria Maria, tão reverenciada no início deste século pelo mestre Moacy Cirne, agora musicada. Se Wescley é músico profissional, Maria Maria é aprendiz na seara, mas já com uma canção que joga julgamentos tecnicistas ao alto e provoca aquela vontade de chamego numa rede de alpendre.

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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