POETA DA SEMANA: Drika Duarte

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Drika Duarte é poeta natalense. É também professora da Rede Estadual de Ensino. Publicou o seu primeiro livro de poemas “Almas Brancas” em 2008, obra adotada em algumas escolas de Natal tendo um expressivo retorno do leitor. Em 2010 publicou seu segundo livro “70 vezes 7”, obra que ficou fortemente conhecida como um retrato de amor sobre o perdão. Em 2012, juntamente com a médica Carolina Damásio, publicou “ A arte de nascer – para mães e bebes”.

Em 2014, publicou “Negra Onawale”, obra que é uma homenagem a a cultura Afro Brasileira e também aborda temas como racismo e intolerância. Em 2016 publica seu primeiro trabalho infantil “Guerreiros do Planeta – os elementos”, pela CJA edições, o livro contempla temas como a educação ambiental, os valores humanos e a relação amorosa da criança com os elementos da natureza.

Drika também é artista voluntária do projeto “A Arte de Nascer” e faz parte da Associação A Arte de Nascer. A poeta participa de eventos em escola públicas e privadas divulgando e recitando seus trabalhos. E está sempre circulando pelo Estado com os projetos literários Caravana de Escritores Potiguares, Casa das Palavras e Carrossel da Leitura.

Drika Duarte é nossa POETA DA SEMANA:

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VI

Vê… Minhas mãos estão marcadas
Pelo exercício diário de compor sentimentos,
Ergui a lápide com a inscrição sagrada:
Pela intuição desvenda-se o conhecimento…

Para sentir a filosofia do invisível
É preciso ter na amplidão do ser sensível
Uma lágrima adornando a face do imprevisível.

(70 vezes 7, 2010)

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XXXVIII

Um dia a pele enruga, a mão envelhece,
O impulso jovial não mais se reconhece
Nos cabelos brancos em que a sabedoria se ergue…

Os anos angariados trouxeram solidão
E a simples alegria da doce sensação
Que a vida faz chorar ensinando a sorrir
E a amar todos aqueles que não te querem aqui.

(70 vezes 7, 2010)

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Paraíso na Terra

No dia
Em que cada ser
Olhar para a humanidade
Com o amor
E a verdadeira entrega
Que uma mãe
Olha para o filho
Nesse dia como quem
Não se espera
Estaremos vivendo
O paraíso na Terra.

(A arte de nascer – para mães e bebes, 2012)

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Esperança

Olha, o sol clareou
Aquele tempo sem vida
Olha, a paz acordou
E hoje a esperança avisa:

No meu solo só pisa
Quem trouxer puro o coração
Quem tirar a camisa
Da separação!

Quem se souber mestiço,
Maduro, caído do pólen da flor,
Quem se achar pequeno, impreciso,
Menor que a poeira que voou.

Hoje, a esperança enfatiza,
Só estarei com quem deseja a verdade,
Com os que clamam por justiça,
Com os que lutam por dignidade.

Hoje, estarei apenas,
Com quem tem tido rude pena,
E tem chorado escondido,
Aguentando forte o peito sofrido!

Para esses, hoje profetizo,
Trago o sabor da felicidade
Deixo a simples cura de um sorriso
E todas as misérias da humanidade
Estarei levando comigo.

E quem achar pouco, eu aviso:
O meu hoje, dura a eternidade,
Só isso.

(Negra Onawale, 2014)

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Árida

Teu sorriso:
O abrigo
Que preciso
Para me exilar
Desse mundo
De desencontros
E ao meu encontro
Te encontrar.

Sendo assim,
A alegria
Reside em mim
E o teu olhar
Adorna a festa…
Coisa boa
Não tem fim
E o que é bom
Sempre regressa.

(poema inédito, 2016)

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Transversa

O obliquo do verso
É acertar na incerta
Linha do coração

Do simples ao complexo
Onde a veia aperta
O cerne da razão

No caminho do reflexo
Da solitária reta
Refletida na multidão

O orgasmo do universo
é a desmedida meta
do amor em explosão

(poema inédito, 2017)

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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1 Comment

  • Sobre a poesia e o poema de Drika Duarte:
    Poesia lírica e singela, de mansinho, verdadeira, úmida, com travos de ervas fortes, lindamente dita. Bravo!

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