No dia 14 de novembro passado, a Academia Norte-rio-grandense de Letras comemorou seus 88 anos de existência com uma bonita festa, sob a presidência do acadêmico Diógenes da Cunha Lima. Na ocasião, vários acadêmicos, eleitos durante o período da pandemia covid 19, foram, devidamente, diplomados. Em seguida, procedeu-se a entrega do troféu Mecenas Potiguar ao advogado e professor Robson Maia. Por último, exibiu-se em vídeo, um breve documentário sobre a história da instituição, fundada em 1936, pelo Mestre Câmara Cascudo. Infelizmente, tal documentário tirou um pouco do brilho da noite festiva, tantas as falhas que contém, uma delas a omissão de qualquer referência à revista da ANRL, principal órgão de divulgação cultural da entidade.
Apesar de tudo, parabéns e votos de longa vida à Casa de Manoel Rodrigues de Melo.
Da biblioteca da ANLR
Por falar em Academia, é preciso que se reorganize, com urgência, a sua biblioteca, que tem o nome do Cônego Luiz Monte, um dos acadêmicos fundadores, autor de legenda Ad Iucem Versus (“Em busca da luz” – tradução livre, do latim).
Não se concebe que uma instituição literária, como a ANRL, tenha, em vez de biblioteca, um depósito caótico de livros.
Louváveis os esforços (espinhosos esforços, diga-se de passagem) da atual diretora do órgão, Isaura Rosado, no sentido de recuperar e dar vida àquele mundo de livros e publicações outras.
Memória de arquivos
Em retoques finais, a tese do doutorando Thiago Gonzaga, na pós-graduação, da UFRN, intitulada “Memória de arquivos: Formação e literatura potiguar nos primeiros discursos de acadêmicos publicados na Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras.”
Trata-se de estudo pioneiro
Novos membros honorários
Ainda sobre Academia de Letras: 4 personalidades passaram a integrar o quadro de sócios honorários, da ANRL, por decisão da Assembleia Geral, em recente escolha: a professora Constância Lima Duarte; Joventina Simões, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte; o escritor Rostand Medeiros; e o procurador de Justiça e colecionador de artes visuais, Manoel Onofre Neto.
Volontê – PULSAR DE SAUDADE
A paisagem humana de Natal ficou mais pobre com a morte de Volontê (Pseudônimo de Manoel Fernandes de Souza Júnior – 1956-2024). Conhecia-o desde a década de 1970, tempo das “Cocadas”, roda de conversa, no Grande Ponto, no centro da cidade, que frequentávamos, quase todas as tardes. Figura humana fora de série, Volontê tornou-se poeta outsider, autor de vários livros. “Pulsar de saudade” é o título de um destes, no qual consta – definidor – o seguinte poema:
Sou
Um cronista
Provinciano
E nado
Contra a maré.
Volontê foi se juntar, no Outro Lado, a tantos intelectuais egressos das “Cocadas”: Inácio Magalhães, Nelson Patriota, Pedro Vicente, Bosco Lopes, Eduardo Gosson, Marcos Silva, Luiz Gonzaga Cortez, Moacy Cirne, Otacílio Lopes Cardoso, Emanuel Bezerra, Luiz Damasceno, Paulo Rocha (Palocha), Cada nome, uma saudade.
Luiz Carlos: 90 anos
Em maio deste ano comemorou-se o nonagésimo aniversário de nascimento de Luís Carlos Guimarães (1934-2001), um dos maiores poetas potiguares, em todos os tempos, contista e ensaísta, ocupou a cadeira n° 37 da Academia Norte-rio-grandense de Letras. Sobre a sua obra literária, a Revista da ANRL publicará, na próxima edição, artigo do escritor Tarcísio Gurgel, sob o título “Sertanejo lírico quase flâneur.”