Cia. A Máscara de Teatro celebra 20 anos com circulação de espetáculo pelo Nordeste

a máscara de teatro

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Em tempos de comemoração, nada melhor que celebrar com o público as alegrias de uma jornada artística com mais de duas décadas de contribuição para a arte potiguar e brasileira. Com este sentimento, a companhia A Máscara de Teatro pega a estrada, em fevereiro e março, para celebrar seus vinte anos de história. Contemplada com a Bolsa Funarte de Teatro Myrian Muniz, o projeto “Cortejo de Celebração: A Máscara de Teatro – 20 anos” estará presente nas cidades de Mossoró/RN, Fortaleza/CE e São Luís/MA, no período de 10 de fevereiro a 15 de março, com apresentações gratuitas do espetáculo “Desassossego”, sessões de bate-papos com o público e oficinas de dramaturgia com Marcelo Flecha, diretor do espetáculo.

A circulação será também uma oportunidade de intercâmbio entre grupos de teatro do Nordeste, como a Pequena Companhia de Teatro (São Luís/Maranhão) e o Pavilhão da Magnólia (Fortaleza/CE). O “Cortejo de Celebração” foi pensado como forma de democratizar o acesso à cultura, por meio das artes cênicas, levando uma programação diversificada para jovens artistas, coletivos artísticos, alunos e professores da rede pública de ensino.

“Esse cortejo é também um reencontro com os amigos, com o público, com o palco. Vamos celebrar as novas conexões! A Máscara de Teatro sai de Mossoró com a missão de levar seu teatro para o mundo e trazer o mundo para Mossoró, para o nosso Teatro de Tenda, para dentro da Casa Máscara”, comenta Jeyzon Leonardo, ator e integrante da companhia.

A Máscara de Teatro foi uma das companhias premiadas no RN pelo edital da Funarte. Por meio deste apoio, será possível levar a celebração de aniversário para públicos de outras localidades do Nordeste. “A bolsa Funarte de Teatro Myriam Muniz chega para oxigenar este momento especial da companhia, que é a comemoração dos seus 20 anos. É o momento de voltar à cena Nordeste. Um momento muito desejado e que se torna realidade, um pulsar fora da caixa. O que nos espera? Sei lá! Eu quero sonhar e viver desassossegada”, brinca a atriz e integrante da companhia, Luciana Duarte.

Oficinas de teatro

Oficinas teatrais possuem um papel muito importante na formação do ator partindo do ponto de vista profissional, mas não somente isto, serve também como ferramenta de expansão das capacidades do indivíduo, seja lá qual for o seu objetivo. Tendo a escrita como um dos eixos centrais da arte e da comunicação em geral, a Cia decidiu oferecer uma oficina de escrita dramatúrgica, explorando a transposição de gêneros como instrumento de confecção de dramaturgia, para se chegar a adaptação textual através de uma transposição minuciosa de textos de outros gêneros.

A chave do sistema é a palavra “transposição”, pois é a partir desse passo que o participante preservará todo o potencial conteúdo dramático do texto narrativo que dá origem ao exercício. É uma metodologia que vem sendo pesquisada pelo dramaturgo Marcelo Flecha durante a última década, quando o conteúdo de dizeres para a encenação teatral encontra-se disponível em um texto que não é do gênero dramático, seja ele de qualquer outro gênero textual. Desta forma, o participante da oficina terá contato com o exercício da produção de textos teatrais a partir de uma escrita focada na ação das personagens e no desenvolvimento do conflito através dessas ações.

O mecanismo problematiza a atual “narrativização” do teatro contemporâneo, onde a escrita dramatúrgica vem sendo relegada, e a narração assume o papel principal da linguagem teatral, que se diferencia exatamente pela presença da ação em detrimento da narração. O exercício de transposição proposto pela oficina exige do participante a construção de personagens dramáticos, como salientados por Aristóteles, no livro III da sua Poética, “seja deixando as personagens imitadas tudo fazer, agindo”.

Redação

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