CAMARÃO STREET: Por uma poética de novos espaços

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Natal é cidade de rio e mar, dunas, sol, ar aprazível. Belezas naturais arquitetadas e esculpidas como dádiva. Mas o que torna Natal singular e senhora de si é sua arquitetura – reflexo vivo de sua história e de seu povo.

Um passeio pelas ruas e avenidas em observância minuciosa do patrimônio histórico, cultural e artístico pode nos revelar segredos escondidos em edificações. E descobrir o significado de traços e formas de monumentos arquitetônicos é materializar a ideia de tempo.

E o tempo-hoje tem assistido novos ditames paisagísticos. Traços para além da arquitetura, mas revestido de cores, texturas, ideologias. Arte para quebrar a fumaça, os ruídos e os tons cinzentos das pauliceias desvairadas.

Arte urbana, arte sustentável, arte poética – carências de um mundo globalizado, cada vez mais uniforme e pasteurizado. Elementos de conexão e conforto visual, de empatia e identificação cultural. Arte como essência e voz da poética marginal e comunitária.

E a quarta edição da revista Camarão Street vem amplificar essa necessidade de novos olhares, novas experiências e significados das práticas e dos desenhos urbanos.

A equipe é formada não exatamente por arquitetos, mas por artistas e cientistas das formas que alimentam o elo entre pessoas e lugares, que reforçam o compromisso entre você e o que é público. E isso para além da economia de espaços, mas uma economia criativa que gira e gera, que empreende e agrega.

LEIA AQUI a Camarão Street #4

Nessa nova Era urbana as possibilidades abrem espaço às técnicas do grafite, do grapixo, de intervenções e ocupações artísticas, e calcado na urgência sustentável do planeta, também na bioarquitetura, no urbanismo tático, na arte ambiental.

E mergulhado nesse prisma está o destaque desta edição, o “poeta dos espaços” Gigio Almeida, que junto com os outros Natalquimistas, Augusto Furtado (Arbus), Christel Angelina, Darlan Félix (Sto), Paulo Victor (PazCiência) e Vinícius Lima (Thug) tem colaborado no novo pensar da urbe natalense há quase duas décadas.

Se a arquitetura é uma arte perfumada pelo tempo, da representação humana de uma época, a Natal contemporânea tem recebido a linguagem artística desses alquimistas das formas e traços. Como citou o filósofo grego Sócrates, “é trabalhar a pedra até que a fachada cante”.

Mas cante para todos, com a criatividade individual que une, com materiais biossustentáveis que representem não apenas tendência, mas filosofia, com a poética e a criatividade para fazer dos espaços urbanos não apenas um local de vivência, mas de morada acolhedora e democrática. Uma fachada que cante a melodia de um novo tempo.

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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