A tirania dos modismos

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Ao longo dos anos sempre ocorrem alterações nos costumes. Disso, todos nós sabemos. Mas o que é impressionante mesmo é que nos últimos anos, com o surgimento da Internet e o avanço das redes sociais, os acontecimentos, os comportamentos e as alterações em todos os segmentos da sociedade sofrem mudanças cada vez mais profundas numa rapidez cada vez menor. E com isso, todos nós somos obrigados a nos submetermos  a essas mudanças.

As novas tendências de comportamentos atualmente são ditados pela Internet, que tem um papel fundamental na disseminação cada vez mais rápida de conteúdos nas mídias sociais.

O finado Orkut, –  cujo nome era originado do seu criador, o turco Orkut Büyükkökten – , foi criado em 2004 e desativado em 2014. Tinha como meta inicial os Estados Unidos, mas aos poucos se espalhou e a maioria dos seus usuários passaram a ser da Índia e do Brasil. No nosso país, o Orkut teve mais de 30 milhões de usuários, mas foi ultrapassado pelo Facebook, fundado também em 2004 por Mark Zuckerberg e por seus colegas de quarto de faculdade, na Califórnia, na região que ficou mundialmente conhecida como Vale do Silício. 

 Hoje, as plataformas redes sociais como Instagram, TikTok e Facebook alcançam milhões de pessoas em questão de horas. Isso faz com que pessoas comuns tenham acesso a um número ilimitado de informações, inclusive dando a personalidades do mundo digital e celebridades o poder de influenciar essas pessoas – para o bem e para o mal – nas suas escolhas de hábitos, moda, e gostos.

Inegavelmente, embora os modismos influenciem as pessoas em todos os ramos de atividade, não há como negar que em dois campos mais visíveis a tirania dos modismos se manifesta de forma mais contundente: nas roupas e na música. No primeiro caso, a cada temporada novas coleções são lançadas, ditando o que é “in” (moderno) e “out” (careta, ou cafona). A mudança constante da moda pressiona as pessoas a atualizarem seus guarda-roupas, embora o guarda-roupa do ano anterior ainda esteja em perfeita condição de uso. Ao meu ver (falo apenas como observador, não como expert), o público-alvo das empresas desse segmento, pode ser dividido em três categorias: as mulheres, os jovens e aqueles que, independente do gênero, são vaidosos.

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmou que sem a música a vida seria um erro. Tinha razão: imaginem a vida sem canções de amor, canções folclóricas, músicas de protesto, músicas regionais, músicas infantis, músicas religiosas, músicas eróticas, música de vanguarda, música experimental, músicas…

É preciso resistir à tirania dos modismos. É difícil, é desafiador, parece impossível, mas não é; exige um esforço contínuo, permanente, mas sobretudo consciente. Antes de tudo, é necessário desenvolver um senso crítico para distinguir o que é permanente do que é passageiro; depois,  discernir entre o que é benéfico e o que não é. Aliado a isto, é indispensável compreender que só uma boa Educação pode nos ensinar que certos modismos podem nos levar a fazer a escolha certa na moda, na música e em todas as outras áreas do conhecimento.

Instagram: @fernandoluizcantor

Fernando Luiz

Fernando Luiz

Cantor, compositor, produtor cultural e apresentador do programa Talento Potiguar, que é exibido aos sábados, às 8 horas pela TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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