Poemeto da Burakera #6
Que essa mulher permaneça en mi vida
como o sol permanece em certas manhãs de inverno
Que sua combustão interna transborde em mim
como chamas de todos os apocalipses now-and-never
e que no último passo da manhã
ainda sejamos carne-e-sonho
tempestade e nuvem mansa
caos e paraíso
desespero e riso
Que venha com todas as suas lágrimas
e mistérios de bolsa de mulher
na magia irresolvida de coisas nervosas
na fraqueza poderosa de vulcão em férias
Que venha com seu olhar-fascínio
e deixe nele deslizar minhas ilusões perdidas e achadas
Que venha naquele andar vaginal
que se alonga na música antiga
e faz estancar a vida
Que venha leve louca nua
com seus mil braços de deusa e bacante
e dance comigo o último bolero
Que venha inesperada e definitiva
fazendo de cada momento
um voo de gaivotas no infinito
Pois é absolutamente preciso que
o encantamento nunca morra
e que a paixão ainda mova
tempos e emoções