Saudações, cervejeiros!
Dando sequência ao último texto da tríade sobre a viagem ao Chile, hoje, falarei sobre os locais mais indicados para se beber uma boa cerveja no outro lado da cordilheira!
Os moldes de análise serão bem similares aos do texto anterior, e acabei por selecionar os 3 bares que eu acho mais interessantes (e que também pude visitar nessa última visita que fiz ao Chile).
Há de se advertir, adiantadamente, que não são locais (necessariamente) baratos. Essa perspectiva ainda sofre um decréscimo maior quando se faz o comparativo (instintivo) entre o valor pago nos deliveries mostrados no texto pretérito e o valor de cada pint ou caneca nos bares indicados.
De toda maneira, tendo-se em conta, como já falei e reprisei anteriormente, que o Chile é um país deveras caro, o preço pago nas cervejas, mesmo nos bares, acaba sendo “aceitável” eu diria. Certamente, sai mais barato que beber nos bares cervejeiros mais hypados das capitais brasileiras, como Rio, São Paulo ou Belo Horizonte.
Então, dada a variedade e principalmente a oferta de cervejas importadas que não chegam aqui, a ser bebida nos taps chilenos, eu acabo tendo a impressão que vale a pena sim, beber cervejas nos bares de lá.
Assim, sem muitas delongas, vamos ao que interessa: os melhores bares e brewpubs do Chile.
Saúde!
El Honesto Mike
Essencialmente, o El Honesto Mike é uma hamburgueria que conta com um tap fenomenal de cervejas, tanto chilenas quanto importadas. Assim sendo, por ser, prioritariamente, um local para comer hambúrguer, seu público não é exclusivamente de beer geeks.
Não raro você vai ver uma senhorinha comendo um dos ótimos burgers da casa, como também não vai ser difícil avistar aquele hipster característico degustando um flight com várias cervejas diversas no happy hour. Eu diria que o local é democrático.
Além disso, conta com três locais espalhados por Santiago (das quais eu conheço duas). A primeira, a matriz, fica localizada ao lado do Beervana (clique aqui para ler sobre esse estabelecimento no texto da semana passada), um posicionamento estratégico, já que agrega a viagem dos clientes cervejeiros que por lá passam diuturnamente.
As duas outras ficam uma no bairro central de Lastarria, bem próximo ao Cerro Santa Lucia, um importante ponto turístico; e a outra em Vitacura, um dos bairros mais chiques de Santiago, ou como dizem os locais: um bairro “pituco”.
Os taps variam um pouco de unidade para unidade, mas o certo é encontrar uma lista com vários estilos cervejeiros, contendo aproximadamente 70% do tap apenas com cervejas chilenas. As demais cervejas da listagem, as importadas, costumam ser bem selecionadas e variadas também.
Assim, acaba sendo um bom local para beber principalmente as locais, mas sem deixar de conferir o que há de melhor na importação que o Chile provém.
Far Away
O Far Away é um dos bares mais hypados atualmente da cena cervejeira do Chile. É um dos mais recentes também. Possui algumas cervejas disponíveis de forma exclusiva do catálogo do Coastal Hops (clique aqui para saber mais sobre esse local, explorado no texto anterior), a cervejaria que mais me chamou atenção e que com certeza chamaria de qualquer um que goste de uma boa IPA, são os rótulos da Other Half.
Quando tive o prazer de conhecer o Far Away, haviam dois barris de Other Half plugados e mais duas outras opções em lata (todas elas constavam no menu do Coastal Hops, em lata). No decorrer da minha estadia, mais dois outros barris foram plugados, totalizando 4 barris de Other Half disponíveis. Ademais, mais algumas outras opções em lata também foram ofertadas no Far Away.
No Brasil, nunca houve importação regular da Other Half, de modo que apenas quem viajou para os Estados Unidos ou para alguns seletos locais na Europa, teria a oportunidade de degustar essas cervejas maravilhosas. E mesmo nos EUA, ela não é tão acessível assim, principalmente para quem visita apenas a parte mais turística da Flórida, por exemplo.
Por causa disso, é um prazer inenarrável poder degustar as ótimas cervejas da Other Half no Far Away. Os preços, certamente, são bem mais salgados do que os demais locais (que não vendem Other Half, saliente-se), mas a oferta e a disponibilidade amenizam um pouco o impacto no bolso.
Além dos ícones da Other Half, lá também se encontram outras cervejas importadas, com destaque para um bom catálogo de cervejas alemãs. Em termos de ofertas de cervejas chilenas, eu acredito que esse não seja o enfoque do bar, ficando um pouco mais restrito que os demais locais citados no texto de hoje.
Quercus
Eu sei que o espírito da quinta série sopra na mente de todos os brasileiros quando se deparam com o letreiro do melhor bar de cervejas artesanais do Chile: Quercus! Claro, a primeira reação é rir solitariamente pensando como alguém daria um nome desse a um estabelecimento cervejeiro, embora a resposta seja um tanto quanto óbvia: Quercus é o nome científico da árvore conhecida vulgarmente por “Carvalho”.
O nome do bar já remete um pouco a sua especialidade, um cardápio repleto de cervejas complexas e feito na medida para o público cervejeiro mais exigente. Apesar de não ser um bar novo, ele já existia nas outras ocasiões que visitei o Chile, a sua matriz não fica em Santiago, e sim em Viña del Mar (como das outras vezes fiz apenas um bate e volta, não tive como conhecer).
Na verdade, conheci, dessa vez, a matriz na cidade litorânea, já que a filial em Santiago só foi inaugurada pouco depois que voltei.
Indo direto ao ponto que interessa, o Quercus, indubitavelmente, tem as melhores ofertas de cervejas do Chile, principalmente nos seus taps. Há umas variedade absurda de estilos e de cervejas importadas de vários países. Seu catálogo é muito similar ao do Cask (local que também abordei no texto anterior), embora algumas cervejas que tenham esgotadas lá ainda possam ser encontradas perambulando nas geladeiras do Quercus ou até mesmo em suas torneiras.
Portanto, no geral, eu acredito que o Quercus é o bar no Chile que consegue oferecer uma maior variedade de rótulos e de estilos, com preços bastante competitivos e com um ótimo atendimento (algo um tanto quanto raro naquele país).
Saideira
O guia cervejeiro de hoje, tanto quanto o anterior, não tem a mínima pretensão de ser exaustivo. Ele é mais um relato de experiências cervejeiras bem sucedidas que podem ser úteis a outros viajantes que se aventurem a beber cerveja no Chile, conhecendo seus bares e brewpubs.
Assim, finalizo a tríade de textos que tem como central beber cervejas no Chile. Apenas, deixo mais uma sugestão de bar a ser visitado. Contudo, ainda ativo atualmente, saliento que o visitei há 5 anos.
Trata-se do Pepperland. É um bar localizado em uma região não tão turística de Santiago, ainda que seja relativamente central: o bairro Itália. O bairro, por si só, já vale a visita, se puder visitar o Pepperland também, melhor ainda.
O grande diferencial desse bar é a maior oferta de cervejas locais, sendo a sua oferta de taps quase que inteiramente dedicada às cervejas chilena. Não espere muito requinte ou hype, ainda assim, é um local icônico da capital chilena quando se fala em cervejas artesanais.
Derradeiramente, sou assertivo em dizer que vale muito a pena visitar o Chile, e, principalmente, degustar ótimas cervejas durante a viagem!
Recomendação Musical
Quando chega o mês de dezembro, todas as postagens e textos acabam sendo mais reflexivos. A reflexão fundamental a ser extraída dos últimos três textos é uníssona em recair no entendimento que: viajar é bom demais.
Nesse passo, a recomendação musical segue essa toada, com a icônica canção oitentista da cantora de New Wave/Synthpop Desireless, com sua canção chiclete: Voyage, Voyage.
Saúde!