Ouçam o presidente

PIX: 007.486.114-01

Colabore com o jornalismo independente

David Letterman, comediante e um dos mais importantes apresentadores de talkshows da TV americana, certa vez disse que seu pai lhe ensinara que é preciso sempre respeitar o cargo de presidente, não importa quem o esteja ocupando, mas que Barack Obama era o primeiro presidente a quem ele admirava também como pessoa.

Compreendo bem o sentimento de Letterman por Obama quando penso em meus sentimentos pelos presidentes brasileiros.

E acho importantíssimo que possamos ouvir o presidente do país sem esquecer que o cargo não é quem o ocupa. Por isso, além de escutar, é necessário também que saibamos avaliar e ponderar discursos e ações.

Na última semana, o Jornal Nacional, transmitido pela Rede Globo, propôs uma sabatina com os candidatos que aparecem nas primeiras colocações na corrida pela presidência do Brasil. Obviamente, as entrevistas mais esperadas eram as de Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Luiz Inácio Lula da Silva.

Os 40 minutos de duração de cada sabatina no telejornal mais importante e influente do país, mesmo diante de todas as controvérsias ao longo dos anos, têm nos permitido analisar posturas, ideias, discursos, comportamentos, níveis de preparação para o cargo, capacidade de comunicação das ideias e tantos outros elementos fundamentais nesse processo de escolha.

Foi possível perceber como há candidatos capazes de gerar insegurança, medo e vergonha em seus discursos. Assim como há quem saiba falar tecnicamente para quem não entende tecnicamente de assuntos importantes. Também há os que conseguem estabelecer uma conexão evidente com o público e expor ideias e valores sem parecer um burocrata engravatado.

No fim das contas, o telespectador/eleitor tem a chance de poder ver e rever as sabatinas para se dar conta de como é absolutamente necessário ouvir o que o presidente deste país tem a dizer sobre o que e como fará por uma nação sofrida e acuada como a nossa, especialmente nos últimos anos.

Ao ver os três principais candidatos nessa disputa, não me restou dúvidas de que respeitar o cargo de presidente é uma condição básica para que saibamos escolher de maneira responsável e compromissada.

Assim, em nome da democracia e de uma esperança de futuro digno, repito: ouçam o presidente. E a ele digo: seja bem-vindo de volta.

Theo Alves

Theo Alves

Theo G. Alves nasceu em dezembro de 1980, em Natal, mas cresceu em Currais Novos e é radicado em Santa Cruz, cidades do interior potiguar. Escritor e fotógrafo, publicou os livros artesanais Loa de Pedra (poesia) e A Casa Miúda (contos), além de ter participado das coletâneas Tamborete (poesia) e Triacanto: Trilogia da Dor e Outras Mazelas. Em 2009 lançou seu Pequeno Manual Prático de Coisas Inúteis (poesia e contos); em 2015, A Máquina de Avessar os Dias (poesia), ambos pela Editora Flor do Sal. Em 2018, através da Editora Moinhos, publicou Doce Azedo Amaro (poesia).

Como fotógrafo, dedica-se em especial à fotografia documental e de rua, tendo participado de exposições que discutiam relações de trabalho e a vida em comunidades das regiões Trairi e Seridó. Também ministra aulas de fotografia digital com aparelhos celulares em projetos de extensão do IFRN, onde é servidor.

WhatsApp
Telegram
Facebook
Twitter
LinkedIn

2 Comments

  • Theo Alves
    Theo Alves

    Muito obrigado, meu querido!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas da semana