Peça potiguar vence premiação nacional de teatro; confira todos os vencedores

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O ator potiguar José Neto Barbosa​ dividiu a indicação na categoria Melhor Monólogo do Teatro Nacional com nomes como Álamo Facó (RJ), Marcos Veras (RJ), Marcos Caruso (SP) e Leonardo Fernandes (MG) no Prêmio Anual Cenym da Academia de Artes no Teatro do Brasil.

Só a indicação, como o próprio ator comentou, já seria por si só um reconhecimento ao trabalho realizado. Mas a peça
“A Mulher Monstro” da S.E.M. Cia. de Teatro (Sentimento, Estéticas e Movimento), com direção do próprio José Neto, venceu e trouxe a premiação ao nosso Rio Grande do Norte.

A companhia também conta com a equipe composta por Diógenes, Mylena Sousa e Sérgio Gurgel Filho. O espetáculo surgiu de forma itinerante entre Natal e Recife. Estreado em 2016, circulou em relevantes festivais nacionais e internacionais nos estados de São Paulo, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Neste ano, o monólogo foi um dos destaques do Festival de Curitiba.

Os famosos “prints” de postagens e publicações das redes sociais foram partida para a construção do texto, uma colagem de falas reais de figuras públicas e de anônimos, atualizando o conto “Creme de Alface” de Caio Fernando Abreu. “No espetáculo falamos da falta de amor no mundo, da intolerância. Também exponho fatos íntimos que vivi até hoje. Como disse a atriz Meryl Streep: ‘Pegue seu coração partido e o transforme em arte'”, destaca José Neto.

A 17ª edição do Prêmio Cenym teve 39 espetáculos nacionais indicados, com mais de 150 profissionais nomeados. O Cenym funciona como uma plataforma on-line, onde apenas artistas vencedores das edições passadas e profissionais convidados podem votar.

A cerimônia foi sediada em um hotel de Aracajú/SE na última terça-feira (14 de novembro). Os destaques da noite foram para os espetáculos cariocas “Tom Na Fazenda” e “Yank! O Musical”. O Rio de Janeiro venceu 23 das 30 categorias existentes. Do nordeste, também foi agraciado o músico pernambucano Juliano Holanda como Melhor Trilha por “Ossos”, do Coletivo Angu.

Em seu breve discurso, o ator José Neto revelou ter tido uma grande surpresa:

“Não, eu não preparei discurso. Eu não esperava isso. Só em ser indicado já era um prêmio. Dedico à minha equipe e a todos os que lutam contra a intolerância, seja ela de gênero e sua diversidade, acerca das sexualidades, racista ou religiosa. Dedico aos mortos diários por crimes de ódio, nessa guerra fria, obscura e sangrenta que passa o Brasil. Somos um país que (segundo pesquisas) tem 92% de sua população sem frequentar equipamentos culturais, mas que se coloca em censurar a arte. Por último, dedico principalmente aos que tem depressão e ansiedade, também para todas as mulheres imersas nesse universo machista.”

O artista potiguar é o atual assessor de teatro e ópera do Governo de Pernambuco, onde reside há três anos. Já havia sido premiado como Melhor Ator do Teatro Nacional em 2015 também pela Academia de Artes no Teatro do Brasil com a peça “Borderline”, concorrendo com nomes consagrados como Ary Fontoura.

Com 15 anos de trajetória artística, além de interprete das artes cênicas, é diretor, arte educador e produtor cultural. Ainda trabalha como parecerista, curador e júri convidado de projetos e festivais nacionais. No audiovisual, protagonizou campanhas publicitárias e fez participações em filmes e séries.

Já no Rio Grande do Norte, o jovem artista também concorre ao Troféu Cultura como “Artista do Ano” em júri popular, com premiação prevista para dezembro de 2017 no Teatro Riachuelo.

Confira abaixo a lista completa dos vencedores do 17º Prêmio Anual Cenym do Teatro Nacional:

MELHOR ESPETÁCULO – Tom na Fazenda (RJ) por Armando Babaioff e Sergio Saboya;
MELHOR MONÓLOGO – A Mulher Monstro (RN/PE) por José Neto Barbosa;
MELHOR DIRETOR OU DIREÇÃO – Rodrigo Portella por Tom na Fazenda (RJ);
MELHOR ATOR – Armando Babaioff por Tom na Fazenda (RJ);
MELHOR ATRIZ – Patrícia Selonk por Hamlet (RJ);
MELHOR ATOR COADJUVANTE – Gustavo Vaz por Tom na Fazenda (RJ);
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – Kelzy Ecard por Tom na Fazenda (RJ);
MELHOR TEXTO ORIGINAL – Sínthia (SP) por Kiko Marques;
MELHOR TEXTO ADAPTADO – Acorda pra Cuspir (RJ) por Maurício Guilherme;
MELHOR MUSICAL – Yank! O Musical (RJ);
MELHOR MONTAGEM – Tom na Fazenda (RJ) por Rodrigo Portella e Armando Babaioff;
MELHOR ELENCO – Yank! O Musical (RJ) por Hugo Bonnemer, Betto Marque, Leandro Terra Fernanda Gabriela, Demmis Pinheiro, Chris Penna, Conrado Helt, Leandro Melo, Robson Lima Bruno Ganem, Alain Catein e Aurora Dias;
MELHOR QUALIDADE ARTÍSTICA DE PRODUÇÃO – Tom na Fazenda (RJ) por Armando Babaioff, Kelzy Ecard, Gustavo Vaz, Camila Nhary e Rodrigo Portella;
MELHOR QUALIDADE TÉCNICA DE PRODUÇÃO – Ramal 340 (RS) por Lucca Simas e Rodrigo Shalako;
MELHOR GRUPO DE TEATRO – Grupo Encena por Um Interlúdio: A Morte e a Donzela (MG);
MELHOR COMPANHIA DE TEATRO – Cia Armazém por Hamlet (RJ);
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL OU ADAPTADA Ossos (PE) por Juliano Holanda;
MELHOR SONOPLASTA E EXECUÇÃO DE SOM – Gisberta (RJ) por Lúcio Zandonati, Daniely Souza e Rafael Bezerra;
MELHORES EFEITOS SONOROS OU TRILHA FRAGMENTADA – Ramal 340 (RS) por Jezebel de Carli e Josué Flack;
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL OU ADAPTADA – Yank! O Musical (RJ) por “Um Casal de Rapazes Normais”;
MELHOR CENÁRIO – O Que Terá Acontecido a Baby Jane (RJ) por Rogério Falcão;
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE – Ramal 340 (RS) por Rodrigo Shalako;
MELHOR ILUMINAÇÃO OU USO DA LUZ – Acorda pra Cuspir (RJ) por Aurélio de Simoni;
MELHOR MAQUIAGEM E VISAGISMO – O Príncipe Peralta (RJ) por Flávia Pepe;
MELHOR FIGURINO – O Príncipe Peralta (RJ) por Marcelo Costa;
MELHOR COREOGRAFIA – Dzi Croquettes (RJ) por Ciro Barcelos e Lennie Dale;
MELHOR CARTAZ OU PROGRAMAÇÃO VISUAL – Yank! O Musical (RJ) por Raphael Jesus e Thiago Fontin;
MELHOR PREPARAÇÃO CORPORAL – Tom na Fazenda (RJ) por Luciana Brites;
MELHORES ADEREÇOS E OBJETOS DE CENA – Dzi Croquettes (RJ) por Claudio Tovar;
MELHOR FOTOGRAFIA DE PUBLICIDADE – Tom na Fazenda (RJ) por José Limonge, Renato Mangolin e Ricardo Bajtman.

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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