Por Thiago Gonzaga
Um dos maiores nomes da crônica jornalística potiguar de todos os tempos, Woden Madruga completa nestes 2024, 70 anos de jornalismo. Iniciou-se na profissão em 1954, no Diário de Natal, ao lado de grandes nomes do nosso jornalismo. Começou traduzindo, reescrevendo telegramas, depois tornou-se repórter policial. Em 1955 vai servir ao exército, e em 1956, começa na recém fundada Tribuna do Norte, depois retornaria, em 1958, ao Diário de Natal, onde ficou até 1964, ano em que finalmente voltava para a TN com sua clássica coluna, Jornal de WM, para lá permanecer até os dias atuais., com certeza a mais longeva coluna jornalística do Estado.
Sempre com temas como literatura, memórias, cotidiano e política. Intelectual, cronista e grande leitor, Woden Madruga está sempre atento ao que acontece no meio cultural, literário e politico. O primeiro Jornal de WM foi publicado, precisamente, no dia 15 de março de 1964 e tinha ao seu lado colunistas de peso como Berilo Wanderley, Sanderson Negreiros e Newton Navarro.
Woden nasceu em Natal, estudou Direito na Faculdade de Direito de Natal (depois federalizada, UFRN), sempre dedicado às letras, foi presidente da Fundação José Augusto por três vezes, onde teve uma passagem marcante, e é professor aposentado do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
O veterano cronista publicou um livro, Na Gaveta do Tempo (8 Editora, 2016), com a colaboração de sua filha, escritora Beatriz Madruga, e de alguns amigos próximos, como Sanderson Negreiros, Alex Nascimento, Marize Castro, Volontê dentre outros. O livro reúne textos selecionados de sua coluna no jornal, com registro de fatos cotidianos, numa prosa ágil e leve, cheia de humor e muita ironia. Além de conter também alguns textos para prefácios e orelhas de livros que ele fez ao longo da sua carreira.
Woden Madruga também foi homenageado pelo jornalista Mário Ivo no livro Sexo, Estômago e Memória: uma noite com Alex Nascimento e Woden Madruga, fruto de uma conversa dos dois escritores potiguares, na casa de Alex, publicada na Revista Preá, à época editada por Mário Ivo. Revista e ampliada, essa entrevista virou livro. Woden também foi homenageado pelo escritor e membro da Academia Norte-rio-grandense de Cordel – ALINC -, Mané Beradeiro (Francisco Martins), com o cordel, Um Bode Chamado Woden, uma metáfora folclórica que descreve a sua trajetória dentro do jornalismo no Estado.
Em 2016, foi convidado pelo seu amigo de longa data, o poeta Diógenes da Cunha Lima, para concorrer ao quadro de imortais da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, foi eleito por unanimidade e tomou posse na cadeira de número 35, que teve como último ocupante outro grande parceiro, Ticiano Duarte.
Crédito da Foto: Rodrigo Sena