A docussérie Vai Anitta estreou sexta-feira na Netflix. São seis episódios curtos, com média de 30 minutos sobre a carreira e a vida pessoal da talvez maior estrela da música brasileira na atualidade. Pelo menos em termos de alcance e reconhecimento.
Vai Anitta conta com produção executiva da própria artista. É claramente mais uma ferramenta de marketing da cantora, além de outra cartada da Netflix para capitalizar em cima do inegável e ainda crescente sucesso de Anitta.
No entanto, a série é muito bem produzida e traz ao telespectador aspectos interessantes e até novos na gerência artística e de marketing nesses tempos de redes sociais, plataformas de streaming e quetais.
E sob esse ângulo, a série é diferenciada. Mostra as origens de Anitta até o estrelato e os esforços, a criatividade e a organização dela nessa gestão de carreira, abrindo espaço no cenário internacional. Tudo retratado de forma muito transparente, como a própria Anitta afirma nesta entrevista AQUI.
Aos mais curiosos ou à mídia do espetáculo, vale alguns fatos curiosos, como os poucos minutos em qua fala do seu período depressivo ou quando vomitou em cima do namorado após uma hora da oficialização da relação.
Embora a série tente “humanizar” a artista, mostrando sua simpatia, determinação e personalidade cativante, além de cenas descontraídas de bastidores e depoimentos de familiares, amigos e de sua equipe, no fim vale mais como documentário para entendermos um pouco como funciona o business por trás dos grandes artistas de hoje.
É um produto com excelente ritmo, bem estruturado e que cumpre seu propósito de entretenimento. E apesar da suspeição desse propósito, retrata uma artista legítima, que conquistou seu espaço com talento e esforço próprios. E isso é muito bem mostrado. Parte da própria Anitta muitas das estratégias de publicidade e produção de videoclipes, além das próprias composições.
É um doc que foge dos padrões de outros do tipo. Se assemelha mais a reality-shows, do tipo da família Kardashian, focado na vida pessoal, cenas de bastidores e na personalidade da artista. E esse lado funciona como liga para o recorte de sua carreira.
Parcerias de Anitta com algumas estrelas do atual mercado musical internacional, o acesso a mídias estrangeiras, a colocação na Billboard e o espaço crescente neste universo coloca a artista em posição de estrela maior da música brasileira, como um dia foi Tom Jobim. E isso poderia ser melhor explorado.
Uma segunda temporada já foi confirmada. E pelo menos o desfecho da primeira não deixa pistas do que virá. Claro, sua carreira ascendente no mercado internacional está em voga e provavelmente esteja bem presente nos próximos capítulos. Só espero que mais aprofundada em sua carreira e menos na vida pessoal.