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POETA DA SEMANA: Thiago Medeiros

Sérgio Vilar24 de março de 2017Destaquesinsurgências poéticas, para eu parar de me doer, poeta, thiago medeiros Image

Thiago Medeiros é nascido e criado no bairro do Alecrim, em Natal, tem o peito apressado e não demora onde não pode amar. Tece histórias para o teatro e para a poesia com o peito em carne viva.

Como ator, teve sua formação no Centro Cultural Casa da Ribeira, em 2007, atuou em diversas produções da ONG. Em 2010, criou seu grupo de teatro onde escreve junto com outras duas poetas: Marina Rabelo e Michelle Ferret, dramaturgias poéticas para a cena.

A economia criativa faz parte de seu caminho poético e teatral, vende em feiras, exposição, bares e espaços da cidade seus poemas em patche works, adesivos, postais, ecobags, além de realizar intervenções urbanas, saraus, oficinas e projetos continuados. O mais recente o Sarau Insurgências Poéticas que, em um ano de existência, realizou em parceria com artistas das mais expressões poéticas do estado, 25 edições em parceria com mais de 150 artistas. O sarau segue sua segunda temporada, no Bardallos, até 29 de março.

Recebeu menção honrosa pelo concurso Luís Carlos Guimarães, realizado pela Fundação José Augusto, em 2014. A pesquisa continuada do trabalho de Thiago Medeiros seja no teatro ou na poesia, busca um entendimento do empoderamento de si perante as dores de crescer os ossos, mudar o corpo e a voz em dores inerentes a todo passarinho que só sabe cantar melhor à beira do abismo. Em 2016, lançou pela editora Caravela (Natal/RN) seu primeiro livro de poemas: Para Eu Parar de Me Doer (que também dá nome ao seu grupo de teatro).

 

1)

meus desejos de boneca

ardem na pele que não tenho

latejam nas vísceras que me faltam

 

ando com a camisola suja

manchada de carne

 

nessa gravidez de futuro

peço ao sagrado que venha

depressa

 

e não complete a parte que me cabe

e não complete a parte que me falta

e alimenta a ausência do teu rosto

que eu nunca vi

—————

2)

você não presta nem pra ser meu amigo

o tempo tem passado depressa

longe das suas encostas

 

seu monstro maldito

eu monstro maldito

seu monstro

 

você tem acabado com meu coração

desejo que você morra devagar

 

que você se foda bem longe com a solidão

seu porco estúpido

 

que a invalidez dos meus sentidosinvada

sua casa, sua alma

 

tire a paz

e o sono que ao tenho

 

monstro maldito

—————

3)

minha mãe

vive como e não tivesse

ninguém em casa

água   terra   fogo   ar

cozinha   cozinha   cachorro  rituais

solidão disfarçada de televisão

olhos atentos para o distante

eu vivo como se estivesse só

comida    contas   desertos

o silêncio das mães

como romper?

o que cala a minha fala?

a voz de minha mãe é a melhor lembrança

saudade de quando cantava pra mim

saudade dos mundos que me fazia imaginar

pela seda força de sua voz

“meu canto é teu minha senhora”

——————

4)

eu estou cansada

gritou sua velha de cinquenta gerações atrás

assustada

não soube como chamá-la

 

maria

cláudia

ou alguma silva engavetada

de chicotes em seu lombo preto

 

rebati  o grito

 

com uma dor cansada

– entre, deite

não sofra se eu lhe disser

que esses chicotes

ainda me fazem gritar – de dor

 

maria

cláudia

outra silva – preta

 

e sinto, com a voz cansada

que a história ainda não mudou

—————

5)

solidão:

um poema curto

que não aprendi a escrever

a próprio punho

ao invés de curar com palavras

construo muros em silêncio

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Sobre o autor

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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