Romance aborda questões sobre educação, sexo e consciência

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O ano está prolífico à vida literária potiguar. Diversos lançamentos de bons livros e autores já anunciados, muito decorrente do empurrão dado pelo Sr. Aldir Blanc. E o que é raro por estas plagas começa a dar as caras: o romance. Sim, temos um novo na praça. “Por uma taça de vinho” lhe convida a sentar à mesa para para umas doses ficcionais.

O livro sai pela Editora Z, comandada pelo jornalista Osair Vasconcelos. O autor é Tião Carneiro, que logo abaixo apresenta a obra com sua forma particular. Antes informo ainda que o livro pode ser adquirido com o autor por R$ 60 (zap 9 8800-1610 e email:

tc************@gm***.com











).

Outra maneira é pelo site da Amazon. No e-book Amazon custa R$ 22. Pode ser lido no computador, celular ou no kindle. O caminho é curto. Basta entrar no site e digitar “por uma taça de vinho”.

Por Tião Carneiro

Esta é uma ficção sobre obviedades. Em especial as de educação, sexo e consciência.

Esta ficção acha óbvio o indivíduo se indignar com o pouco-caso de certos governantes a respeito da educação. Quantos milhões de analfabetos no mundo? E no Brasil?

Esta ficção acha óbvio meninas e meninos saírem da puberdade conscientes – conscientes, disse – do descomunal poder que vão transportar entre as pernas. Poder que só perde para o poder presente entre as orelhas.

Esta ficção acha óbvio a polícia de trânsito rebocar o veículo cujo motorista o estacionou na frente da garagem alheia. Até porque o motorista deve ter ido encher a cara num dos botecos da redondeza.

Esta ficção fala de educação porque fica puta da vida com a covardia de diversos presidentes e afins. Covardes, sim, já que vivem testando o poder na demência mental impingida por eles aos analfabetos.

Esta ficção fala de sexo como se estivesse falando de saúde, educação, segurança. E não tem papa na língua quando fala de assédio, asma, assalto. Assim como não a tem para transar, tratar, trancafiar.

Esta ficção fala de consciência, porquanto entender que a falta dela faz uma falta danada: faz o velhaco governante querer ser o dono da crítica alheia, faz o desprezível amante querer ser o dono do corpo alheio, faz o boçal motorista querer ser o dono da garagem alheia. E faz o estúpido trio querer roubar a paz coletiva.

Esta ficção flagra o olhar afetuoso da consciência ao ver o sexo e a educação trocando civilizados cafunés.

Mas esta criatura está a léguas de ser libertina. E a metros de ser genuína.

A palavra gostosa desta criatura é sexo. A palavra carinhosa desta criatura é educação. A palavra poderosa desta criatura é consciência.
E a presunçosa é Tião.

A primeira palavra desta criatura é “acontece”. A última palavra desta criatura é “consciência”. No miolo abraçam-se interesse, costume e contexto. Porque as coisas só acontecem por algum interesse – não raras costumeiramente – e em dado contexto. E serão show de bola se a consciência estiver mediando.

Esta criatura privilegia o quá-quá-quá em detrimento do quê-quê-quê.
Como usa em abundância os termos “coisa, pra e aí”, esta criatura não é recomendada para os eruditos.

Como agasalha em abundância entrelinhas de consciência, esta criatura é recomendada para os carentes de empatia.

Como narra em abundância historinhas de sexo, esta criatura é proibida para os falsos moralistas.

Mas não posso evitar que fiquem lendo por detrás das portas.

Tim-tim!

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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