A sutileza do cotidiano dos personagens do interior em exposição na FJA

Ranilson Duarte

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Parar e prestar atenção nas coisas simples da vida, que brotam de pequenos gestos do cotidiano. Eis o mote de inspiração para a exposição Resistência do Invisível, do artista plástico Ranilson Duarte Pereira, 48, que faz sua primeira exposição na Galeria de Arte Racine Santos, que fica no foyer do Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, anexo à Fundação José Augusto. A exposição será no próximo dia 20 de agosto, a partir das 10h.

Ranilson Duarte, 48, é natural de Santo Antônio do Salto da Onça, psicólogo e pedagogo de formação desenha e pinta há vários anos. Essa primeira mostra em papel canson A4, na técnica acrílica levará ao público 30 obras e têm esse título, de acordo com o pintor, Resistência do Invisível, para levar ao espectador narrativas visuais nas quais ele explora a alegria, a leveza, a espontaneidade, a tranquilidade, a vitalidade e a paz, sem a interferência do sutil e feroz incentivo ao consumo.

“Numa sociedade em que tudo está estetizado para atender aos ditames da moda, onde a ideia da eternização da juventude é fartamente vendida, onde os corpos malhados, fabricados por encomenda são sinônimos de fertilidade; objetos de desejos. Onde a tecnologia ocupou todos os espaços, algumas vezes suprimindo a criatividade e reduzindo a inteligência, onde a velhice é indiscutivelmente evitada não por medo do fim, mas por medo da perda da beleza estética. Como encontrar alegria, tranquilidade, beleza, paz, harmonia em algo que não esteja nas lojas à venda? Será possível conciliar alegria e gratuidade? Beleza e simplicidade?”, questiona o artista.

E ele mesmo responde:

“O Invisível se manifesta em tudo o que não corresponde aos padrões da moda, do gosto atual, mas que estão bem diante dos nossos olhos independentemente do nosso querer. A Resistência consiste, portanto, naquilo que persiste e supera os padrões da hipermodernidade, porque está contida no humano: é a alegria, a criatividade, a paz e tantos outros valores que não são adquiridos nos shopping centers, são condições humanas”.

As obras possuem um traço sutil que lembram aquarelas. No entanto, são pinturas em acrílica. O conjunto das imagens apresentam cenas envolvendo o corpo em declínio, fora dos padrões da moda, contudo, sem o impedimento do gozo da felicidade e com plena expressão de vida. “Apresento cenas de brincadeiras infantis em que o ato de brincar está ligado ao pensar, ao projetar-se na liberdade, na criatividade. Pensemos na felicidade de uma criança que experimentou empinar uma pipa, brincar de carrinhos, pedalar livremente na rua, andar de jegue.

O masculino retratado apresenta sua vitalidade, não àquela que estamos acostumados a ver, mas a de quem superou o tempo e chegou à velhice e é capaz de gargalhar. O feminino não é o corpo esculpido e padronizado, mas é o corpo em sua forma natural de ser, transgredindo aos padrões atuais. É a negra, pobre de roupa rasgada que encara a vida, os sofrimentos”.

SERVIÇO

Resistência do Invisível – Exposição de Artes Plásticas
Dia: 20 de agosto
Hora: 10h
Local: Galeria de Arte Racine Santos, no TCP

Redação

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