POETA DA SEMANA: José de Castro

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José de Castro é mineiro-potiguar nascido em Resplendor-MG. Veio para Natal em 1976. Em 2015, recebeu o título honorífico de cidadão natalense. Jornalista, escritor e poeta. Mestre em Tecnologia da Educação. Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN – SPVA/RN e faz parte do conselho consultivo da União Brasileira de Escritores – UBE/RN. É também membro correspondente da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil – ALACIB, de Mariana/MG. É Cônsul da Poesia de Parnamirim, nomeado pelo Movimento Poetas Del Mundo.

Foi professor da UFRN e diretor da TV Universitária. Estreou na literatura infantil em 2002 com o livro ‘A Marreca de Rebeca’, pela editora Paulus/SP. Tem 12 livros publicados, entre infantis, infantojuvenis e para adultos. O ano de 2017 é um ano de celebrações para o escritor. No dia 30 de setembro comemora-se 3 anos da biblioteca que é patrono na Escola Municipal Professora Jacira Medeiros, em Parnamirim, além de reedições constantes dos seus livros, mesmo com mais de dez anos de publicação.

José de Castro é nosso POETA DA SEMANA.

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VAIDADE (infantil)

O ornitorrinco,
com afinco,
ajeita a orelha
e fecha o trinco
do seu brinco
de zinco
na noite do
dia cinco.

(in, A marreca de Rebeca, Bagaço/Recife, 2014)

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SE EU TIVESSE O MUNDO EM MINHAS MÃOS (trecho) – infantil –

Se eu tivesse
o mundo em minhas mãos,
iria alimentá-lo
com muito amor e carinho,
como faz o pássaro
cuidando dos filhotes
em seu ninho.

(in Se eu tivesse o mundo em minhas mãos, Bagaço/Recife, 2005)

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ESTRELA DO MAR (infantil)

No céu das águas
eu vi a estrela do mar
E no mar das estrelas
um navio de palavras
eu fiz navegar.

(in Poemares, Dimensão/BH, 2007)

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A COZINHA DA MARIA-FARINHA (infantil)

É mais bonita que feia,
a cozinha de areia
da Maria-Farinha.

Maria-Farinha
não areia as panelas
pois elas já são de areia.

Seu quarto, sua sala,
sua varanda,
tudo de areia.

Na maré vazante,
feito um laço de fita
passeia.

Eis a Maria-Farinha,
de avental,
na sua cozinha.

Será de areia
a sua
farinha?

Que comidas
cozinha

(in A cozinha da Maria-Farinha, Paulinas/SP, 2007)

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MULTICORES (infantojuvenil)

Bolhas de sabão:
infância
soprada ao vento.

(in Poetrix, Dimensão/BH, 2012)

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BAMBOLÊ (infantil)

Rebola, rebola
e mexe as cadeiras.
Bamboleia, bamboleia,
se sacode inteira.
Bambolê desceu,
Bambolê subiu.
Menina de cravo e canela
afina a cintura,
modela o quadril.
Eh, bambolê!
Quase caiu!

(in Poemas brincantes, CJA/Natal, 2015)

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LÂMINAS (para adultos)

Apesar de tudo, o poema insiste.
Afia o gume do verbo
e corta fatias de sol.
Agudeza na poesia existe.
Palavra é faca afiada.
Quem sabe o lugar exato de cortar?
Cuidado, amigo,
Um simples adjetivo pode matar.

(in Apenas palavras, CJA/Natal, 2015)

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OLHANDO AS PERSEIDAS (para adultos)

Tem dias que os poemas
são apenas
uma chuva de estrelas
cadentes
riscando o céu.
Quando chover estrelas,
estarei com uma tigela
e um guarda-chuva
de espantos
para colher as mais belas.

(in Quando chover estrelas, Jovens Escribas, 2015)

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MEU AMIGO PALADAR (trecho) – infantil –

O ar puro do campo, a brisa da praia
O olhar da montanha, tudo isso alimenta
Nos enche de vida e a saúde sustenta.
Também a leitura é bom alimento.
O livro nos faz voar pelo vento.
Ler é viajar, aprender e sonhar,
Correr pelo mundo, se reinventar,
Comer poesia, devorar o cordel.
Melhor que quindim é o menestrel
Cantando galope na beira do mar.

(in Meu amigo paladar, Comunique/Natal, 2016, em parceria com o poeta Antônio Francisco)

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O CULPADO NÃO FUI EU (reinvenção de parlenda tradicional) – infantil –

Lá em cima do sobrado
Tem uma assombração…
Quem olhou, tremeu, morreu,
o culpado não fui eu.
Lá na rua trinta e três
tinha um galo pedrês…
A mulher matou o galo
e depois foi temperá-lo
com pimenta malagueta:
quem provou, foi só careta!
O tempero ardeu, ardeu,
quem comeu dele morreu,
o culpado não fui eu…

(in Vaca amarela pulou a janela, Dimensão/BH, 2017)

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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