Pesquisadores do interior do RN retratam cultura hip hop em evento de Harvard

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Adalberto Almeida e Carlos Guerra Júnior mostraram o potencial educativo do movimento cultural em evento da universidade estadunidense que aconteceu em São Paulo

A Harvard University, universidade mais prestigiada do mundo, organizou o Terceiro Encontro Continental de Estudos Afro-Latino-Americanos do ALARI 2024. O evento aconteceu pela primeira vez no Brasil, no histórico prédio da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo.

Entre os participantes, dois pesquisadores norte-riograndenses abordaram o movimento hip hop. Carlos Guerra Júnior e Adalberto Almeida participaram do painel Projetos Institucionais de Hip Hop em Universidades Brasileiras, que ocorreu na última sexta-feira (12), às 14h, na sala Rubino de Oliveira.

Carlos Guerra Júnior, que é natural de Mossoró, foi o idealizador do painel, que também contou com a presença das pesquisadoras da Universidade de Campinas Daniela Vieira e Jaqueline Santos, além da professora da Universidade de Brasília Márcia Marques. Daniela e Jaqueline participaram da elaboração do primeiro acervo de hip hop em uma universidade brasileira, localizado na Unicamp, enquanto Márcia idealizou a primeira disciplina sobre rap em uma universidade do país no ano de 2019.

Adalberto Almeida, que é natural de Parelhas, estudou sobre a Batalha do Coliseu no mestrado. Essa batalha é realizada dentro da UFRN e Adalberto mostrou o processo de institucionalização da batalha, com projetos na extensão e na pesquisa. Até alcançar o status de projeto de extensão, a batalha sofreu estigmas, sendo inclusive proibida. Porém, o pesquisador relatou que a institucionalização ocorreu porque os rappers mostraram o potencial lírico e educativo da atividade.

Esse trabalho teve orientação do segundo norte-riograndense participante do painel: Carlos Guerra Júnior, atualmente professor da Universidade Federal de Rondônia. Carlos também é artista e conhecido no meio do rap como Carlos Mossoró, por ter nascido na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. O mossoroense foi o idealizador e proponente do painel. Ele realizou pesquisas de mestrado e doutorado na Universidade de Coimbra, em Portugal, sobre hip hop em países de língua oficial portuguesa.

Atualmente ele mantém projetos na Unir estabelecendo uma contínua conexão com o rap de diferentes países africanos, como forma de trazer conhecimentos contemporâneos sobre a diversidade cultural presente no continente africano. Através de um podcast, denominado Barras Maning Arretadas, os estudantes mostram como a música rap pode retratar a história das cidades africanas, bem como as dinâmicas culturais e políticas presentes na atualidade.

Em sua fala, o professor mostrou como a possibilidade de entrevistar rappers de cidades africanas de influência portuguesa faz com que os estudantes consigam compreender sobre temas como ancestralidade, linguística, censura e histórias africanas. Além disso, o professor apresentou o conhecimento trazido em uma disciplina que envolvia análise de discurso de letras de rap, denominada “Estratégias de Comunicação da Música Rap”.

Redação

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