DOR DOÍDA
Dói
Aperta o coração,
a garganta entala,
os olhos afogam-se em saudades
se imagino perder teus abraços,
teus carinhos, teus beijos…
Dói
Sangrar em pranto,
lamenta a minha alma,
desprendendo-se da tua alma,
arrebatados pela inveja
dos desamados e mal-amados…
Dói
Abandonar-te em resgate de ti,
salvando a tua carne
das labaredas do caçador,
que aniquila os estados de graça
e esquarteja os sonhos sonhados…
Dói
Deixá-lo partir sem despedida
é como ver a minha desgraça
nas madrugadas frias,
dos dias tristes,
ou no pôr do sol sem brilho
e das noites sem luar, sentindo a dor…
Dói
Cegar meus prantos
sufocando o travesseiro,
esbravejando o meu ser,
aquietando-o do que não pode ser,
ignorando o que não se pode esquecer…
Dói
Viver do ontem,
romper com a espera das auroras,
das tardes quentes
e dos dias de amor,
dói sangrar em lamentos,
provar da sua ira…
Dói