O paraíso de Barra do Cunhaú desliza pelo rio

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Ao contrário das já badaladas Pipa e São Miguel do Gostoso, a praia de Barra do Cunhaú, em Canguaretama e a apenas 90 km ao sul de Natal, preserva a tranquilidade característica de uma comunidade pesqueira unida à beleza natural preservada. Mar, rio e mangue formam um trinômio convidativo e ainda mais atrativo quando apreciado sob um catamarã com estrutura completa para o casal ou a família desfrutarem uma experiência marcante.

O passeio no Catamarã Sambaqui havia iniciado recentemente a oferta do serviço até ser suspenso no período pandêmico. Foi retomado recentemente e se mostra uma das melhores opções do lugar. O passeio é realizado pela manhã (embarque às 9h) ou à tarde (início às 15h), ambos com duração de aproximadamente três horas. A plataforma fica ancorada nas proximidades da estátua de Nossa Senhora dos Navegantes, no trecho mais movimentado da praia.

catamarã sambaqui

O passeio em ambos os horários difere pouco, mas traz diferentes e experiências proveitosas para quem deseja curtir momentos relaxantes ou organizar algo mais animado junto aos amigos. Pela manhã, o catamarã desliza suave – sem balanços! – pelas águas calmas do Rio Cunhaú e adentra a área de mangue até a confluência dos rios Curimataú e da Penha, conhecido como Meral, até o Rio Garatuba, berçário para diversas espécies de peixes, moluscos e crustáceos.

Já no retorno há a demonstração da captura do caranguejo-uçá, dos mais apreciados na culinária, e toda a explicação sobre o crustáceo típico daquela região. Depois, a embarcação ancora na Praia da Restinga, que já pertence ao município de Baía Formosa, ótima opção para um banho em águas tranquilas. No caminho de volta ainda se enxerga a garça azul, também nativa do lugar.

O passeio vespertino também é cercado da beleza e das mesmas naturezas, com o mesmo banho na Praia da Restinga. E se não tem a demonstração da captura artesanal do caranguejo, compensa com o pôr do sol deslumbrante e ainda o cair da noite, quando o catamarã se ilumina em meio à escuridão do rio, também excelente para ótimas fotos e registros desse momento!

A opção deste editor foi pelo passeio ao pôr do sol. Pela manhã chegamos á Barra do Cunhaú rumo à hospedagem na Pousada Caribe Sul, nos últimos trechos da praia. A pousada está sob nova administração, que conferiu melhorias nas já aconchegantes acomodações, com tarifas em conta e com plus de ficar à beira-mar e no melhor trecho para banho na região, com águas calmas durante a maré seca, inclusive formando um banco de areia poucos metros após a beirada.

Já no caminho à pousada, no início da orla de Barra, se enxerga ancorado o Catamarã Sambaqui. Próximo às 15h nos dirigimos ao local. Fomos em casal com duas crianças, que puderam ainda experimentar momentos como comandantes do barco, guiando o leme da embarcação sob o rio, claro, sob a tutela dos titulares! (rs). O embarque é tranquilo, acessível. O catamarã ancora já bem próximo da areia.

O próprio design do catamarã é diferenciado, construído a partir de material leve e reciclável, oriundo da matéria-prima das garrafas pet, único no Estado potiguar e de acordo com a proposta sustentável do passeio em meio à natureza preservada de Barra do Cunhaú. A estrutura comporta 100 passageiros no convés inferior, com bancos fixos na plataforma e onde se encontra o serviço do bar completo, com bebidas alcoolicas variadas, entre cervejas e drinks, sucos, petiscos e buffet. Optamos por uma cerveja e uma caipirinha para o casal e suco para as crianças, com espetos de camarão ao bacon – deliciosos!

O convés superior, acessível por lance de escada em dois locais diferentes, comporta 28 passageiros em uma espécie de deck. O espaço é mais flexível quanto à disposição de mesas e cadeiras móveis. Mas há também espaços mais abertos na proa e popa da embarcação. Em ambos os ambientes se escuta um som agradável, predominantemente de reggae-pop mixado que só reforçam a sensação de leveza, mas o barco possui entrada usb e bluetooth para agradar os diferentes gostos dos clientes. Além, claro, de todos os equipamentos de segurança, entre boias, coletes salva-vidas e extintores.

O Catamarã Sambaqui ainda é um tesouro a ser descoberto. Com apenas dois anos de serviços e interrompidos pela pandemia, ainda é pouco conhecido e com potencial gigante para agências de turismo e o próprio turista. A embarcação oferece estrutura e horários para as mais diferentes opções de lazer, desde o passeio propriamente dito, como também celebrações festivas e reuniões de amigos de forma privada.

E se o barco possui apenas dois anos, a história do Sambaqui – que em tupi-guarani significa “amontoado de conchas”, relativo às cascas e conchas que formavam um depósito de conchas ou sambaquis – remonta à infância do seu proprietário, que desde criança percorria os rios que hoje integram o passeio até a Fazenda Casqueira, de propriedade da família, mas sempre com a ideia em mente de que um dia realizaria esse mesmo passeio de forma mais aconchegante e segura.

Fica a sugestão do blog. Brisa, mar, rio, boa música, paisagens, natureza, pôr do sol e uma experiência realmente diferente em uma das praias mais bonitas e ainda rústicas do Nordeste.

Mais informações em: sambaqui.catamara@gmail.com ou pelo zap: (84) 9458-2771 (Vitória Sales)

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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