Poemeto da Burakera #8
(primeira dose: dupla)
sábado-boêmio
sábado-seresta
– 19 horas –
entrando no vácuo
lembranças fugindo velozes
d’agora em diante as coisas adquirem vida própria
e falam comigo
(segunda dose: dupla)
quando?… diz quando?
quando a noite abrir a boca
e seu hálito de estrelas
se cravar em minhas saudades
então neste então
movimentos à deriva
gesto largado
e alma aberta!
então neste então
estarei fluindo com a noite
penetrando coisas e pessoas
se há música – estarei na música!
se há vaginas – lá estarei fuçando!
se há um poema – eu serei o poeta!
(terceira e quarta dose)
mas quando?… diz depressa quando?
quando a noite se remexer e abrir seus mil olhos
de mulher bacante
então neste então
toca-me ó vento da aventura desgarrada!
toca-me bardo-seresteiro e queima a noite
com teu cigarro Hollywood!
toca-me o corpo ó inesgotável vodka-dose
e entra no sangue!
deixa acontecer esses sonhos antigos
toca-me! me faz girar e levitar
e inicia a dança do fígado raivoso!