Adendo do editor: Este livraço o qual espero há tempos, desde que Eduardo Alexandre me confidenciou o projeto, há bons anos, será lançado na outra sexta-feira, 28 de setembro, na Praça do Memorial Câmara Cascudo, Cidade Alta, a partir das 17h30 até 22h.
por Eduardo Alexandre Garcia
“O Universal é o que está diante de nós”.
O ‘Das lagoas azuis ao Ponto Negro, Minha Cidade Natal: Lugares – Gente – História’ não é um livro acadêmico. Para construí-lo, porém, vali-me, especialmente, de dois grandes referenciais de nossa bibliografia histórica: Luís da Câmara Cascudo e Itamar de Souza.
Montei em ombros de gigantes.
Pesquisei em muitos livros físicos; abri livros virtuais; visitei dezenas de blogues, páginas e sítios diversos, disponíveis em Internet. Analisei fotos. Busquei fontes. Conversei. Fui a campo.
O objetivo era o de contar a história da cidade do Natal através da história de seus bairros, em crônicas.
Crônica é gênero literário, aberto, liberto, e; História é ciência definida em moldes acadêmicos, fechados, limitados aos seus conformes.
Foi trabalho que me encomendou o amigo Zeca Melo.
Ele sugeria a História fundada em acontecidos, mas escrita com a liberdade do devaneio literário da crônica leve, breve, que pudesse trazer arte à identidade de cada item pautado e refletido da cidade.
À história em crônica de alguns bairros, somei deles a vivência de artistas ou personagens que neles fizeram suas trajetórias, ampliando à dimensão do apanhado, algo de mais íntimo que pudesse trazer poesia aos escritos.
À essa soma, adveio uma história dispersa e sub-reptícia da arte natalense.
Espero que a leitura agrade e mais e mais pessoas se interessem e se debrucem sobre essa história da cidade DO NATAL, cidade berço: de fato, poética, lendária, mágica, resultante de suas mais que quatro centenárias auroras.
Eu sei que existiu, mas não sei lhe dizer onde estava localizada a Rua da Aurora natalense.
321 páginas
R$ 80,00
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POR DALIANA CASCUDO
O precioso da História contemporânea é a documentação para o futuro e não o juízo decisivo e peremptório. Todos os contemporâneos, para o bem e para o mal, são testemunhas de vistas, indispensáveis e ricas de notícias. Testemunhas e não juízes ou advogados. Todos testemunhas. O futuro estudará, confrontará e dará sentença. Muita gente pensa que a História é uma velhinha amável e covarde que aceita, por preguiça e senectude, as decisões dos contemporâneos. Todos nós julgamos escrever a História quando apenas escrevemos para a História.
Luís da Câmara Cascudo
O ano de 2018 tem uma importância ímpar no calendário cascudiano. Há 120 anos, nascia, nesta que sempre foi cidade, Luís da Câmara Cascudo. Sempre apaixonado por Natal, Cascudo escreveu a sua história, a História da cidade do Natal, publicada em 1947, atendendo à solicitação do então prefeito Sylvio Piza Pedroza, a quem oferece, dedica e consagra a obra. Em 1948, 70 anos passados, recebe pelas mãos do mesmo prefeito, o título de Historiador oficial da cidade do Natal. O seu encantamento, em 1986, também se deu nesta cidade da qual nunca quis sair, e aí já se vão mais de 30 anos.
Talvez por coincidência, sina ou destino, neste mesmo ano de 2018, Eduardo Alexandre Garcia retoma o tema e a paixão pela cidade, publicando o seu Das lagoas azuis ao Ponto Negro: Minha Cidade Natal – Lugares – Gente – História, panorama de uma Natal ampliada, modificada e repleta de transformações. Nesta retomada, Eduardo passeia pelos novos bairros da cidade que cresceu e se espraiou, mostrando seus lugares, sua gente e sua história, onde personagens do nosso cotidiano contam episódios e curiosidades sobre esta nova Natal.
O autor realiza, nesta obra, o que prediz Cascudo em 1947: “o futuro estudará, confrontará e dará sentença”. Sempre atento à realidade habitual e regular de Natal, registra imagens, conversa com pessoas, pesquisa bibliografias e coteja dados, trazendo para o leitor um novo retrato da cidade, que acompanha a modernidade urbana dos nossos tempos. Percorrendo caminhos antigos, aventurando-se em novas trajetórias e cumprindo, com perfeição e dedicação, sua missão de Alvissareiro da Torre da Matriz, Eduardo Alexandre reafirma que continuamos a ser testemunhas de vistas da História de uma cidade que muito amamos e da qual nos orgulhamos de pertencer.