SANTANA DO MATOS: A PROMESSA DE MANOEL JOSÉ DE MATOS
O pernambucano Manoel José de Matos viajava pelos sertões, comprando animais, que lhe rendiam bom negócio. Chegando ao lugar Bom Bocadinho, no pé de uma serra, no Rio Grande do Norte, adoeceu gravemente, ficando de cama dias seguidos. Então, fez uma promessa à santa de sua devoção, Santa Ana: se ficasse bom, comprava aquele sítio e construía ali uma capela em honra da santa.
Alguns dias depois, Manoel José de Matos estava levantado, em ponto de prosseguir no seu comércio pelo sertão. Mas, cumprindo o voto, tratou de construir a capela prometida e terminou por fixar residência naquele lugar. Foi assim que nasceu a povoação de Sant´Ana do Pé da Serra, depois vila e cidade de Santana do Matos.
Câmara Cascudo afirma:
“Manoel José de Matos foi o fundador da fazenda Bom Bocadinho e o seu proprietário inicial. Já estava residindo, com casa de fazenda, porta e janela, duas águas, ainda existente, quando ocorreu o episódio provocador da promessa”. E este teria sido, ao invés de doença no Matos uma grande seca que matou muito gado de fome e sede.
SANTANA DO MATOS– Município em 1836. Cidade em 1927.
Situa-se na Zona Centro-Norte do Estado.
MARTINS: A PROMESSA DE MARTINS RORIZ
A esposa de Francisco Martins Roriz – plantador da colonização na antiga serra do Campo Grande – desapareceu, certo dia, sem deixar vestígio.
Bateram os matos, em vão, na busca da desaparecida.
Então, Martins Roriz resolveu fazer uma promessa a Nossa Senhora da Conceição: se achasse a mulher – viva ou morta – mandaria construir no lugar uma capela em honra daquela santa.
A promessa foi feita num dia e no outro era localizado, bem à beira da lagoa dos Ingás, o corpo da mulher do sertanista. Ali foi construída a capela que deu origem à cidade de Martins.
MARTINS – Município e Vila da Maioridade em 1841. Cidade da Imperatriz em 1847. Cidade do Martins em 1890.
Situa-se na Zona Serrana do Estado (Oeste)
CARAÚBAS: A PROMESSA DE LEANDRO DA CUNHA
Em 1791 uma grande seca assolava a Capitania. Numa fazenda, às margens do riacho Caraúbas, de propriedade de Leandro da Cunha Bezerra Cavalcanti, a situação era crítica; o gado perigava morrer de fome e sede. Leandro, devoto de São Sebastião, fez uma promessa: se surgisse água franca na sua fazenda mandava construir, ali, uma capela para o santo. Pouco depois, cavando perto do riacho, viu surgir água boa e abundante, que nunca mais faltou. O local passou a chamar-se Poço de São Sebastião.
“Construída a capela, as romarias e festas religiosas, realizadas em honra do santo mártir, atraíram para o local grande número de fiéis, que vinham até mesmo dos mais distantes sertões. Daí teve origem o município de Caraúbas” (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros- IBGE (1960).
CARAÚBAS – Município em 1868. Cidade em 1914. Situa-se na Zona Serrana do Estado (Oeste).
SANTO ANTÔNIO DO SALTO DA ONÇA
Esta lenda explica o topônimo Santo Antônio do Salto da Onça.
Certa vez um caminhante topou na beira do seu caminho com uma onça enorme. Quando a bicha saltou, para abocanhá-lo, o homem gritou- “Valha-me Santo Antônio”, e a onça errou o salto e foi cair sobre grande pedra pontiaguda, onde ficou espetada.
Aí o caminhante fez voto de construir uma capela em honra de Santo Antônio.
Manoel Dantas conta esta lenda em “Homens de Outrora”.
SANTO ANTÔNIO – Município em 1890. Extinto em 1891. Restaurado em 1892. Situa-se na Zona Agreste do Estado.
CAMPO GRANDE: A CAPELA DE JOÃO DO VALE
Nos meados do século XVIII, o sargento-mor João do Vale Bezerra era senhor de vastas terras, correspondentes, hoje ao território do Município de Campo Grande.
Pois, certa vez, faleceu uma filha de João do Vale e ele mandou enterrar no cemitério de Assu, o mais perto da sua fazenda. Deu-se que os que levavam o caixão foram apanhados, no meio do caminho, por um forte temporal, que engrossou as águas do rio Paraú, impossibilitando o prosseguimento da viagem. Então, resolveram enterrar nos matos o corpo da filha do sargento-mor. No local, João do Vale mandou construir uma capela em honra de Sant´ana, que passou à categoria de igreja paroquial em 1837.
CAMPO GRANDE– Município em 1858. Suprimido em 1868 e restaurado em 1870. Cidade em 1936. Já se chamou Triunfo e Augusto Severo. Situa-se na Zona Oeste do Estado.