O jornalismo cultural potiguar ganhou um registro interessante nesta terça-feira (30). O e-book Vozes do Jornalismo Cultural no RN, escrito por alunos de jornalismo da UFRN (turma de Jornalismo Literário do primeiro semestre de 2022), trouxe o perfil de 18 jornalistas de gerações distintas e todos ainda neste plano para contar suas histórias.
Constam no índice do e-book os nomes de Alex de Souza, Cecília Oliveira, Cefas Carvalho, Cinthia Lopes, Fábio Farias, Hayssa Pacheco, Lara Paiva, Luiza Gurgel, Marcílio Amorim, Marize Castro, Michelle Ferret, Moisés de Lima, Nathallya Macedo, Rafael Duarte, Ramon Ribeiro, Sergio Vilar, Tácito Costa e Túlio Ratto.
Bom estar entre amigos e gente tão bacana. Senti falta de outros colegas. Acho que Rodrigo Hammer, Tádzio Yuri, Alex Gurgel, Yuno Silva e José Soares poderiam compor esse time também. Alexis Peixoto e Hugo Morais com jornalismo musical… E penso se, mesmo sem o diploma, Manoel Onofre Neto e Thiago Gonzaga também mereceriam, posto o trabalho de compilação literária, livros publicados e entrevistas realizadas.
O e-book foi organizado por Maria do Socorro F. Veloso, Henrique Alberto Mendes, John Willian Lopes e saiu editado pela coleção Jornalismo Potiguar, criada em 2017, suspensa pela pandemia e retomada com este projeto. Quem quiser conferi, basta clicar AQUI.
O tal jornalismo independente: a minha história
O subtítulo colocado em meu perfil foi “Jornalismo cultural com independência”. Gostei demais. É um trabalho de 16 anos na web, desde o Diário do Tempo, iniciado em 18 de setembro de 2007. Já afirmei ter sido pioneiro na plataforma, mas hoje tenho dúvidas. Acredito que já existia o Balaio Porreta de Moacy Cirne e o Grande Ponto de Alex Gurgel. Se o Balaio de Moacy não trazia críticas nem notícias, o de Alex trazia algumas postagens. Mas o Diário do Tempo surgiu mesmo dedicado à crítica, a comentários, publicação de matérias jornalísticas e crônicas.
Lembro que o Substantivo Plural de Tácito Costa veio pouco depois. Ele, inclusive, levou o projeto para eu e Gustavo Porpino, então repórteres da Revista Preá editada por Tácito, vermos e opinarmos sobre o layout pretendido. Foi em algum restaurante na Campos Sales. O Substantivo logo viraria uma referência no jornalismo cultural na web, com discussões sobre vários temas nacionais, predominantemente literários.
O ambiente virtual nessa época era uma irmandade. Se acessarem o primeiro layout do Diário do Tempo (que ainda está no ar e vingou entre 2007 a 2010) verá uma lista de blogs de mesmo tema na lateral da página. Tinha o blog de Jairo Lima, de Carito, de Sheyla Azevedo, de Moacy, de Alex Gurgel, Ailton Medeiros, Carlos Fialho, Mário Ivo, Pablo Capistrano, Lívio Oliveira e outros tantos.
Infelizmente em 2011 mudei o endereço criando um domínio próprio, mudando de sergiovilar.blogspot para diariodotempo.com.br e em seguida migrei o conteúdo para um blog criado dentro do Portal NoAr, que depois foi extinto e perdi todo o arquivo de uns 3 anos. Não lembro o ano exato quando decidi me unir a Tácito no Substantivo Plural. Acho que em 2013. O Substantivo saiu do ar faz uns 2 anos perdendo um acervo de pelo menos 15 mil posts.
Em janeiro de 2017 criei este Papo Cultura. Atualização diária e acessos em crescente desde então. Já conta com quase 6 mil textos, colaboradores diversos e muita história e projetos pela frente. É uma maneira para eu continuar minha história no jornalismo, iniciada no impresso em 2004, no saudoso Diário de Natal, periódico a qual já escrevia minhas croniquetas desde 1999, quando sequer pensava cursar jornalismo. Foram mais de 100 publicadas, também no Jornal de Hoje.
Só em 2008 fui efetivado como repórter de cultura do DN, embora durante esses quatro anos tenha colaborado com a editoria ou em matérias especiais publicadas em O Poti. Em 2011, com o fechamento do velho DN fui convidado como editor de cultura do Portal Noar. Passei um ou dois anos. E nesse ínterim passei a editar a Revista Palumbo, além de colaborar com reportagens na Revista Brouhaha, editada pela Funcarte.
Um caso de amor com a Preá
Em 2005 ou 2006 iniciei estágio na Fiern. E lá conheci Tácito Costa, então editor da Revista Preá, um dos principais projetos da gestão de François Silvestre na Fundação José Augusto. Foi um marco entre publicações culturais no Estado. Tácito me convidou a colaborar como repórter na Revista. Foram anos de muito aprendizado, muito mesmo. Conheci a fundo a realidade da cultura em diversos municípios potiguares. Uma experiência incrível.
Anos depois passei a editor assistente e ano passado idealizei o projeto da nova Preá, formatada inteiramente dedicada ao mapeamento de um município, com o adendo de um registro audiovisual. Conseguimos finalizar uma edição para Carnaúba dos Dantas. Está pronta, entregue, mas falta a FJA lançar. Outra está encaminhada, dedicada a Baía Formosa, faltando a FJA aprovar o projeto para ser continuada.
Esse novo formato da Preá é um projeto potencial, não só de registro do mapeamento cultural e histórico dos municípios potiguares, contando suas histórias, seus valores, lendas, patrimônios materiais e imateriais, mas também de cunho turístico. É um produto para gestores venderem sua cidade, não só com a produto escrito, mas sobretudo com o filme produzido pela cineasta Raíssa Tâmisa, que me acompanha no trabalho.
Então, ficam aí a lembrança de mais alguns nomes do nosso jornalismo cultural, um pouco da minha história e esse apelo à retomada da Revista Preá.
1 Comment
opa Sérgio, que beleza de e-book. Agradeço demais a lembrança. Cheguei a ser contatado, acho que pela turma anterior, não sei se era para esse projeto, mas estava longe e precisavam que fosse presencial e não rolou. Mas os nomes que vc citou fazem falta mesmo, principalmente meu colega de bancada T.Yuri. Grande abraço