Exposição urbana potyguara invade república de Curitiba

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O Ateliê Santa Catarina (@ateliesantacatarina), articulado pela artista Catarina Santos (@catarinaalice) em Natal, viajou em março para Curitiba/PR e lançou uma exposição urbana levando na mala diversos cordéis da Casa do Cordel, como os cordelistas Hélio Gomes, Abaeté do Cordel, Gelson Pessoa e obras e Zé Martins; além das artes de Tieme Estela, fotografias da própria Catarina Santos e do fotográfico Eduardo Alexandre e a arte de adesivagem inédita da Jussara di Medeiros.

As obras estarão expostas no centro de Curitiba até maio/2023, e podem ser encontradas em diversos locais, se concentrando mais na rua Des. Clotário Portugal os lambe-lambe dos cordéis da Casa do Cordel (@casadocordel), Zé Martins e Alexandre Dunga estão concentrados. A ação visa apontar em Curitiba a potência da arte potiguar e a importância da luta contra a xenofobia no país. Curitiba é conhecida historicamente como uma capital que tem diversos relatos de racismo, fascismo e xenobobia. A série da “invasão” traz em si uma gana de apontar que o Nordeste existe e faz arte tal como as tribos tupi-guarari que também se estendem e resistem até hoje no estado.

A ação foi tão bem cotada na capital que conseguiu adentrar um dos espaços mais significativos da luta cultural e antirracista de Curitiba, a Sociedade Operária Beneficente Treze de Maio, onde finaliza sua exposição e quem quiser ver por completo a exposição precisa adentrar lá, onde estão um painel de lambes de Abaeté do Cordel, o cordel os Pinta de Natal, o painel de Tieme Estela, a obra “Mulher Catarina” de Jussara di Medeiros e a fotografia de Caboclo de Catarina Santos.

A Sociedade Operária Treze de Maio existe desde 1888, dias após a promulgação da lei que aboliu a escravidão no Brasil e hoje está sob cuidados da diretoria e o Senhor Álvaro, filho do fundador. O estatuto da sociedade tem uma importância imensa para as pessoas negras do país residentes em Curitiba que sentem cotidianamente o estigma e o racismo como requicios da escravidão no país, preservando uma memória social de suma importância.

A articuladora e artista do Ateliê Santa Catarina ressalta que “é uma honra a exposição ter tido acesso a esse espaço sagrado, considerando que o Sr. Álvaro teve uma grande visão e acolhimento a arte potyguara, do nosso nordeste”, durante a colagem dos lambe-lambes nas ruas diversas ações aconteceram como os transeuntes passando e vendo as obras, alguns queriam inclusive levar para casa alguma cópia das obras, devido ao deslumbramento que tiveram. O vídeo da ação foi postado no instagram da realização da ação no link: https://www.instagram.com/reel/CqlwJtpN1QG/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

A artista Catarina Santos se surpreendeu com a receptividade dos frequentadores do centro de Curitiba, em que diversas pessoas ressaltaram a importância dessa ação. As obras de córdeis que estão em exposição são: “Colagens Poéticas”, “Visitando o nosso estado”, “Cacofonias”, “Literatura de Cordel” e “No Tempo da Pandemia” de Abaeté do Cordel; “Poesia na Curva da Ribeira” e “Agenda Aberta” de Zé Martins; “O Professor Napoleão” e “Igarassujararaí” de Eduardo Alexandre; “Mulher Catarina” de Jussara di Medeiros”; o painel de colagens cósmicas de Tieme Estela e a obra fotográfica “Caboclo”, “Os Pinta de Natal” de Luís Gustavo e Tiago Cavalcanti; e a fotografia “Caboclo” de Catarina Santos. Foram mais de cem lambe-lambes pregados pela articuladora no centro de Curitiba com apoio de Filipe Castro, artista do Paraná.

Redação

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