O Igapó de Almas é um projeto musical de Natal que vem se consolidando como verdadeiro laboratório de criação de excelentes álbuns musicais.
Expoente do efervescente cenário independente potiguar, o grupo faz de seu terceiro álbum um convite ao minimalismo, a uma musicalidade mais direto ao ponto, mas sem abrir mão de sua essência: uma viagem sonora que transita entre o instrumental e a poesia, arranjos bem desenvolvidos e experimentações.
Textos afiados, guitarras distorcidas, beats eletrônicos, percussão e sintetizadores são alguns dos elementos que se encontram na sonoridade universal de Igapó de Almas.
Mar de Paradoxos
“Mar de Paradoxos” é sucessor dos álbuns “A” (2014) e “Laborioso Vinho” (2018) e traz uma proposta de fluir sem excessos e complicações em sua estrutura sonora.
Sofisticado sem errar a mão, o novo disco busca na simplicidade inventiva um caminho para criar e experimentar se desviando de lugares comuns.
Das dez músicas presentes no álbum, apenas uma é instrumental. As demais apresentam letras que navegam entre as possibilidades da canção e da recitação.
Participações especiais
Como de costume na discografia do Igapó de Almas, os integrantes Pedras, Artur Porpino, Rafael Melo, Aiyra Henrique Lopes e Walter Nazário receberam participações especiais.
A atriz Alice Carvalho escreveu a letra e cantou na música Ijira ; a cantora, compositora e beatmaker BEX compôs a letra e cantou em Paraglider; o cantor Tiago Terras, que foi vocalista do Igapó de Almas entre 2014 e 2018, foi convidado para um dueto com Pedras na música Gotas de Tempo; por fim, o poeta Netuno Leão fez a leitura de um antigo texto seu, presente na faixa Água Água (Passa).
As gravações do disco começaram logo após o lançamento de “Laborioso Vinho”, em 2018, avançando a passos lentos, até que no final de 2020 a banda foi contemplada com o Edital Emergencial da Prefeitura de Natal, fruto da Lei Aldir Blanc, o que acabou dando gás para finalizar o projeto.
O título do álbum já existia desde o início do processo, e de certo modo orientou a concepção sonora e poética da grande maioria das músicas. Antes mesmo das gravações, já se sabia que o terceiro disco do Igapó se chamaria ‘Mar de Paradoxos’ e que esse desafio do ‘menos é mais’ estaria na base do processo de criação.
A produção musical ficou por conta de Pedras e de Rafael Melo. O primeiro é o criador/diretor musical do Igapó e o segundo é um multi instrumentista que entrou pra banda em 2016 e nesse disco deu uma grande contribuição criativa ao lado de Pedras.
A capa de “Mar de Paradoxos” foi desenvolvida em estilo xilogravura pelo artista visual Gustavo Rocha. A ideia é apresentar um ser que desliza sobre o mar e volta-se para si mesmo como num giro, uma alusão aos processos de reinvenção e busca por autossuficiência presentes na jornada do Igapó de Almas.
“Mar de Paradoxos” marca um momento mais maduro do projeto, sintetizando os experimentos sonoros de trabalhos anteriores, mas sem perder o foco de um olhar para o futuro.
Bem resolvido e descomplicado, o álbum conta histórias a partir de diferentes pontos de vista, desenvolve canções em estruturas pouco convencionais e convida a um passeio musical plural e múltiplo – um reflexo do próprio cenário potiguar onde Igapó de Almas se insere.
Ficha técnica
Igapó de Almas: Pedras, Rafael Melo, Artur Porpino, Aiyra, Henrique Lopes e Walter Nazário
Participações: Alice Carvalho, Bex, Tiago Terras e Netuno Leão
Direção Artística: Henrique Lopes
Produção Musical: Pedras e Rafael Melo
Direção Musical: Pedras
Mixagem: Pedras e Walter Nazário
Revisão de Mixagem: Gabriel Souto
Masterização: Cris Lander
Estúdios de Gravação: Cigarra, Janela, Vovó, Jangada e Seno
Identidade Visual: Gustavo Rocha
Fotos: Marina Mole
Selo e Assessoria de Imprensa Local: Rizomarte Records
Assessoria de Imprensa Nacional: Build Up Media
Realização: Rizomarte Records e Estúdio Cigarra
Produção Executiva: Henrique Lopes e Pedras
Patrocínio: Prefeitura do Natal e Governo Federal – Incentivo Lei Aldir Blanc Projeto Contemplado na Chamada Pública de Emergência Cultural – nº 04/2020