O ano de 2020 foi de pouquíssimas novidades no mercado editorial local. Na Escribas Editora não foi diferente. A incerteza causada pela pandemia levou a editora a desacelerar seu habitual ritmo de publicações e organização de eventos culturais.
A situação fez com que a editora passasse aperto, mas tudo mudou com o advento da Lei Aldir Blanc, aprovada pelo Congresso Nacional como um socorro providencial para o setor cultural, permitiu que Estados e Municípios recebessem recursos para financiar projetos de artistas de todo o Brasil.
Foi graças à Lei Aldir Blanc que a Escribas Editora conseguiu viabilizar diversas obras que estavam aguardando ser publicadas, entre elas os novos livros dos autores Marcelo de Cristo, Pablo Capistrano e Carlos Fialho. Os 3 autores lançam suas mais recentes obras em sistema drive-thru, sem aglomerações, neste sábado (17), das 14h às 20h no Colégio CEI (entrada pela Prudente de Morais).
O formato já foi utilizado em dois lançamentos anteriores com bastante sucesso e se mostrou seguro aos convidados, uma vez que eles não descem do carro nem têm contato próximo com outras pessoas.
LIVROS E AUTORES
“NÃO PEÇA NUDES, PAPAI!” –CRÔNICAS DE CARLOS FIALHO
O livro “Não peça nudes, papai” reúne crônicas de humor do autor Carlos Fialho que exploram o cotidiano do uso das novas tecnologias e devido à temática se torna extremamente necessário tanto para o momento atual como para os dias vindouros.
Afinal de contas, precisamos saber qual a maneira correta de nos comportar diante de tantas arrobas, hashtags, senhas, logins, perfis, além das mensagens a responder, vídeos a assistir, memes a interpretar e gafes, muitas gafes que certamente cometeremos.
Também somos abastecidos de histórias inusitadas e vexatórias. Situações absurdas que envolvem a modernidade na qual nos vemos enfurnados.
Carlos Fialho
Um homem do século passado que não foi devidamente compreendido no seu tempo, persistindo agora na consagração que virá com a incompreensão também em outros tempos.
Utiliza as redes sociais de maneira homeopática e ponderada: basicamente, ele parece ser inteligente no Twitter, finge ser feliz no Instagram, é uma péssima pessoa no Facebook e aplica golpes no WhatsApp, como todo mundo.
Este é possivelmente o seu 11º livro. Talvez seja o 12º, ele não sabe direito, pois já perdeu as contas. O que ele não perde é a chance de passar vergonha com seus textos.
“QUANDO A HISTÓRIA FAZ A CURVA” –CRÔNICAS DE PABLO CAPISTRANO
Navegando por vivências pessoais, pela memória de um mundo dividido ideologicamente em polos antagônicos, pelo relato histórico e pela reflexão filosófica, sempre temperada com uma boa dose de literatura, Pablo Capistrano nos oferece um painel instigante dos grandes acontecimentos revolucionários que moldaram os últimos 500 anos e construíram a nossa época moderna.
Usando o formato de crônica, sem perder a pegada ensaística, “Quando a história faz a curva” nos leva, da Inglaterra do século XVII até o festival de Woodstock, passando pela vitória bolchevique em 1917 até colapso da URSS.
Sempre buscando conexões com arte, poesia, teatro e com o relato biográfico, Capistrano faz da reflexão filosófica sobre o acontecimento revolucionário um exercício de recuperação de causas perdidas e sonhos esquecidos. Um livro imprescindível para um mundo tão carente de novas utopias.
Pablo Capistrano
Escritor e professor de Filosofia e Direito do IFRN. Autor de diversos livros, entre eles “É Preciso Ter Sorte Quando Se Está em Guerra” (2011), “A Grande Pancada: Crônicas do Tempo do Jazz” (2014) e “Os corvos chegaram para jantar” (2016). Nos anos 1990, participou do coletivo de poesia Sótão 277 e atua hoje como dramaturgo junto ao grupo CARMIN de teatro.
“TONS DE VER-MELHOR” –POEMAS DE MARCELO DE CRISTO
Em tons de ver-melhor, decristo retorna com sua poesia ao mesmo tempo surpreendente, cativante e divertida para fechar a trilogia poética que começou em seu livro de estreia.
Neste último voo por entre os diferentes fusos das relações amorosas, encontramos versos minimalistas que nos oferecem aquele riso no canto da boca de quem decifra o jogo de palavras – dos sons e sentidos –proposto pelo autor, por vezes nos deixando com aquele gostinho de reticências que nos prende a cada página por alguns segundos a mais de introspecção.
Nas palavras de Lucílio Barbosa em seu prefácio, “decristo. consegue, em seus versos, construir um pequeno conjunto de meditações, confissões, apontamentos e deslumbramentos que a mim parece a trajetória de um cronista da poética do amor e da vida mais que humana”.
Os poemas brincantes de tons de ver-melhor ressoam em nosso interior e conversam conosco a cada nova leitura. É um livro que se pode ler rápido, mas cuidado: amar dá jet-lag.
marcelo de cristo
Ou simplesmente “decristo.” (como costuma assinar seus poemas e escritos) é poeta potiguar. Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte -SPVA/RN – e autor dos livros de poemas tons de ver-te (2015), tons de amar-ela (2016) e há feto (2021). tons de ver-melhor é o terceiro livro da trilogia dos tons.
FOTO: Luana Tayze