O poeta, compositor e ainda secretário de Cultura de Natal, Dácio Galvão entregou o cargo após 11 anos ininterruptos à frente da cultura natalense, sendo quase 16 anos, se contar ainda o período como diretor geral da Fundação Capitania das Artes entre 2005 e 2008.
Durante o período que esteve à frente da pasta, Dácio Galvão conseguiu marcos históricos e inéditos, como as realizações das Conferências Municipais de Cultura e seus desdobramentos na articulação federativa do Sistema Municipal de Cultura com o Sistema Nacional de Cultura.
Bem como a criação da Lei de Financiamento à Cultura, a Reformulação e Regulamentação do Programa de Incentivos Fiscais Djalma Maranhão, a plataforma Mapa Cultural de Natal e o fortalecimento do Fundo de Incentivo à Cultura.
Foi implementado durante sua gestão o Plano Municipal de Cultura e o Plano do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, além de normatizar e consolidar instrumentos: Consultas Públicas, Editais, Audiências Públicas em amplo diálogo com toda a cadeia produtiva consolidando o Calendário Cultural de Natal de eventos e o fortalecimento da Economia Criativa.
Sua última ação antes de deixar o comando da Secult-Funcarte, foi o lançamento de cinco editais através do Fundo de Incentivo à Cultura (FIC), para as áreas do Teatro, Arte Urbana, Artes Visuais, Patrimônio e Dança, afora os editais da Lei Paulo Gustavo e da Lei Aldir Blanc 2.
Fim de uma era?
Talvez seja precipitado citar o fim de uma “Era” na cultura natalense. Há uma possível volta a depender do pleito eleitoral. Mas fato é que Dácio – e vários comissionados da Funcarte / Secult – já entregou o cargo. A exoneração deveria sair publicada hoje no Diário Oficial do Município. O comunicado de sua saída foi feito já há semanas ao prefeito Álvaro Dias.
Dácio sai pela porta da frente, ao meu ver, e deverá entrar pela mesma porta em quatro meses. A dívida de R$ 27 milhões ainda pendente da cultura natalense com artistas e fornecedores é culpa exclusiva do prefeito. Em grupos de whatsapp passou-se a impressão de pagamento dessa pendência, mas foram quitados apenas o edital do carnaval e processos de “baixo valor”, de até R$ 16,4 mil.
Novos projetos
Na tarde de ontem Dácio reuniu amigos, parceiros de jornada e familiares para apresentar o novo conceito da Fundação Cultural Hélio Galvão, a qual reassume o cargo de direção. Desde setembro do ano passado a Fundação abriga projetos independentes como o Estúdio Teatro Casa de Zoé e a Bobox Produções, responsáveis por montagens de espetáculos, ensaios e outras atividades.
Um dos projetos anunciados por Dácio será o retorno do consagrado Festival Literário da Pipa, o FLIPIPA, que já trouxe renomados escritores à terrinha, como Mia Couto, Luís Fernando Veríssimo, Fernando Morais, Zuenir Ventura, ou até da música, como Marina Lima e Arnaldo Antunes. A princípio o evento está agendado para o próximo mês de novembro. Mais detalhes sobre o Festival serão divulgados em breve.
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Sobre a parceria da Fundação Hélio Galvão e Casa de Zoé, sugiro esse bate papo com César Ferrário:
(1) PAPO GALADO #10 – CESAR FERRÁRIO – YouTube
Mais sobre a trajetória de Dácio Galvão e também sobre essa parceria da Fundação e instituições, sugiro esse bate papo com o próprio:
1 Comment
Realmente Décio é uma referência cultural e merece aplausos por suas gestões.
Luzzzz