O Núcleo de Arte e Cultura da UFRN (NAC/UFRN) inaugura, nesta quinta (24), a exposição individual “Corpos Cerceados”, da multiartista potiguar Geovana Grunauer. A mostra acontece às 19h na Galeria Conviv’art, no Campus Central da UFRN, sob curaria de Bettina Rupp.
Corpos Cerceados utiliza as linguagens da pintura, fotografia e videoperformance para explorar o corpo feminino como território de disputa simbólica, histórica e política. A artista, através de uma rica experiência visual, convida à reflexão sobre uma vivência contemporânea de mulheres na sociedade, ainda permeada por controle e silenciamentos.
Sobre os conflitos envolvidos na exposição, Geovana afirma: “Por mais que tratemos vivendo o que me parece ser a era dos maiores avanços tecnológicos, que disparam de forma exponencial, por outro lado, vivemos em uma sociedade repleta de contradições em termos de garantia de direitos humanos mais básicos aqueles historicamente situados à margem”, defende.
A exposição também apresenta narrativas simbólicas sobre os animais, os “não-humanos”, como outras vítimas da estrutura que sustentam a invisibilização, a redução de valor e demais opressões sofridas. A artista lamenta: “Nunca entendeu ao certo o motivo real de alguns corpos ‘precisarem’ sofrer mais do que outros”.
O trabalho de Geovana Grunauer surge ancorado no desejo de transformação: “Acho importante pensar em uma sociedade em que as pessoas devem exercer nossa própria autonomia, principalmente num sentido de emancipação diante de um sistema que nos oprime e tenta nos eliminar”, afirma a artista.
A mostra fica em exibição até 15 de maio na Galeria Conviv’art, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Sobre Geovana Grunauer
Geovana Grunauer (28) é natural de Natal – RN, formada em Artes Visuais e mestranda pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A artista atua também como arte-educadora e integra o Circuito de Arte e Cultura Contemporânea de Natal (CACCO).
Sua pesquisa mescla arte e política, por meio de seu eixo principal de investigação: explora aspectos de alteridade da relação entre humanos e humanos e animais, aprofundando-se nos desdobramentos críticos, frutos dessas dinâmicas.