Uma comenda de incentivo à cultura foi aprovada pelo Senado Federal semana passada e leva o nome do nosso Luís da Câmara Cascudo. A comenda destina-se a agraciar personalidades, instituições e grupos que tenham oferecido contribuições relevantes ao registro e ao fortalecimento da cultura, do folclore e dos saberes tradicionais no Brasil.
A Comenda Luís da Câmara Cascudo será conferida pelo Senado anualmente a cinco personalidades, instituições ou grupos, analisados por um conselho composto por um representante de cada um dos partidos políticos com assento no Senado. As indicações deverão ser acompanhadas de justificativa e de curriculum, podendo ser feitas por qualquer senador.
De cá não entendi bem a aprovação dessa emenda, proposta pela senadora Fátima Bezerra. Isso porque já há a Comenda Máxima da Cultura Popular, também anual. A romanceira Militana Salustino, de São Gonçalo do Amarante, foi uma das agraciadas, inclusive, em 2005, quando recebeu a honraria das mãos do então presidente Lula. Seria uma nova comenda essa com o nome do professor Cascudo?
Câmara Cascudo
Luís da Câmara Cascudo dedicou-se ao estudo da história, da cultura e do folclore brasileiros e publicou inúmeras obras importantes, como o Dicionário do Folclore Brasileiro (1954);Vaqueiros e Cantadores: folclore poético do Sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (1939); Antologia do Folclore Brasileiro (1943); Geografia dos Mitos Brasileiros (1947), com o qual recebeu o prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras.
Cascudo é também autor de Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1949), História do Rio Grande do Norte (1955), Jangadas: Uma Pesquisa Etnográfica (1957), Rede de Dormir (1959), História da Republica no Rio Grande do Norte (1965), Nomes da Terra (1968), A Vaquejada Nordestina e Suas Origens (1974) e Antologia da Alimentação no Brasil (1977), entre outras obras.