Centenário de José Alexandre Odilon Garcia é celebrado com show e placa na Ribeira

josé alexandre odilon garcia

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Os 100 anos de nascimento de José Alexandre Odilon Garcia (1925-1997) será celebrado neste domingo, a partir das 17h30, no Rosas na Cartola, Rua Chile, nº 1. Na ocasião será lançado o seu “Acontecências e Tipos da Confeitaria Delícia”, 4ª Edição Ampliada, e afixando placa que denomina o lugar como “Largo Boêmio Dr. José Alexandre Odilon Garcia”.

O livro é uma edição ampliada, pois junto ao seu “Acontecências”, de 1985, foram adicionadas crônicas do “Delícia II”, também de sua autoria. É um livro de homenagem de tiragem reduzida, de apenas 200 exemplares, 100 dos quais foram reservados à família.

Após a solenidade de descerramento da placa, o Rosas na Cartola apresentará show do “Choro do Caçuá”, sob o comando de Carlinhos Zens.

O livro traz acontecimentos envolvendo personagens como Zé Areia, Câmara Cascudo, Roberto Freire, Newton Navarro, Professor Saturnino, Luís Tavares e muitos outros da velha Ribeira dos anos das décadas de 1940, 50 e 60.

Confira abaixo uma das crônicas do livro:

CELÉ, AJUDANTE DE PINTOR

Quando em 67, Olívio procedeu reforma no prédio da Augusto Severo, 80, e inaugurou novas instalações, Newton Navarro, cumprindo prometido de longas datas, resolve dar início a mural no salão principal, sobre motivos lusitanos.

Compra tintas, os pinceis, arranja uns cavaletes, encomenda um litro de uísque e convoca Celé, que acidentalmente ia entrando, para ajudá-lo.

A ajuda resumia-se em Celé passar às mãos de Newton os pincéis que ele pedia depois de mergulhá-los nas devidas latas.

Um litro de uísque foi pouco. Pediram outro, e outro.

É preciso buscar inspiração! Justificava Navarro para o Português, que se resolvera patrocinar os últimos litros com a anuência solene de Celé, que, a esta altura, se sentia um pintor dos bairros boêmios de Paris e chegava a dar palpites!

No final da tarde, o mural estava concluído, embasbacando a todos. Uma beleza, uma obra de arte!

E prontos estavam os pintores. Sim, porque a partir deste dia, Celé se considerou entendido em arte, pintor ele também. A obra estava ali, pra quem duvidasse, verificar.

Nos momentos de reminiscências, não dava sequer o lugar devido, a prevalência, a primazia a que Newton tinha direito como autor da obra.

– Na tarde em que eu e Newton pintamos este mural… E contava a história.
Quando presente, Newton confirmava, muito sério.

– Se não fosse Celé, não sei o que seria de mim. Ele sabe misturar muito bem.

Não sei se ele se referia à água no uísque ou aos pincéis nas tintas.

Redação

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