Cellina Muniz lança nova série de contos nesta terça em Natal

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O novo rebento literário da escritora e professora Cellina Muniz traz 11 novos textos em Contos do Mundo Delirante. O livro será lançado nesta terça-feira no Bardallos Comida e Arte (Cidade alta), a partir das 18h. A noite contará com leitura dramática com o poeta Thiago Medeiros e a poeta Marina Rabelo e ainda discotecagem com DJ Russo e sorteio de camisas.

Contos do Mundo Delirante integra a trilogia literária de Cellina Muniz, que celebra e finaliza um ciclo de vida da autora, marcado por seus sete anos de vida na capital potiguar. Ao lado de “O livro de contos de Alice N.” (2012) e “Uns contos ordinários” (2014), o livro traz 11 narrativas curtas que bebem na fonte do cotidiano bizarro.

Desta vez, porém, a autora fez apelo a uma estratégia já bastante difundida entre artistas e escritores em geral, que é o financiamento colaborativo. Assim, Cellina Muniz conclama amigos e verdadeiros entusiastas da literatura em geral para ajudar com os gastos da impressão do livro, adquirindo-o previamente clicando AQUI. A campanha já está nos dias finais.

O livro vem a público como fruto da parceria entre os selos editoriais ED!BAR, de Fortaleza, e O Potiguar, de Natal. O projeto gráfico é de André Dias, com fotografia de Alex Medeiros e, direto de um Além delirante, assinam a orelha Lima Barreto e Clarice Lispector.

Cellina Muniz

Cellina Muniz é aquariana com ascendente em gêmeos e mãe de Rosa Maria. Também é professora do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da UFRN, onde desenvolve pesquisas sobre humor e imprensa alternativa.

Além dos livros literários citados, publicou também os títulos acadêmicos “Nietzscheanismos” (2009), “Fanzines: autoria, subjetividade e invenção de si” (2010), “Na tal cidade do humor” (2013) e “Notícias da Jerimunlândia: a imprensa de humor em Natal na Belle Époque” (2016).

TRECHO DE UM DOS 11 CONTOS QUE INTEGRAM O LIVRO, “O ONIRÓCRITA”:

A primeira lembrança exata que tinha de seu poder era também a da experiência mais bruta de sua vida: quando adivinhou, pelo sonho, que seu pai morria.

De fato e com efeito, seu pai morreu uma semana depois do pesadelo cheio de grunhidos de porcos e rasantes de urubus num céu muito azul.

ZZZzzzuuuummm…

Acordou ainda ouvindo um zumbido. Sete dias depois, o bimotor que levava a equipe de trabalho de seu pai (umas seis almas, incluindo o piloto) sofreu uma pane e caiu numa velha fazenda, exatamente onde restou o que foi um dia o charco de uma antiga criação de suínos.

Ele tinha então nove anos. Na TV, lutavam os Thundercats.

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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