#CaminhosdeNatal: Cais Tavares de Lira homenageia um dos grandes potiguares

cais da tavares de lira

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O Cais Tavares de Lira, está localizado na Ribeira, à margem do rio Potengi, no início da avenida de mesmo nome. Sua construção foi iniciada em 1869, na gestão do presidente Pedro Barros Cavalcanti de Albuquerque. Foram gastos nas obras, 2:940$000 (dois contos, novecentos e quarenta mil réis). Originalmente denominado de Cais 10 de Junho, teve ele o seu topônimo substituído, em seguida, para Cais Pedro de Barros, em homenagem ao governante que autorizara a sua construção.

Pedro de Barros Cavalcanti de Albuquerque, nasceu na capital Pernambucana, em 6 de maio de 1839. Em 1861 recebeu o grau de Bacharel, pela Faculdade de Direito do Recife. Foi ele Auditor de Guerra, diretor da Imprensa Oficial da Corte, jornalista, advogado e Presidente da Província do Rio Grande do Norte.

Em 9 de junho de 1869, ele transferiu a residência presidencial e a secretaria do Governo, que até então funcionavam na Rua da Conceição, na Cidade Alta, para a Rua Chile, na Ribeira. A sede do Governo permaneceu naquele prédio até 1902, quando o então governador Alberto Maranhão, transferiu-a para o Palácio Potengi, na Praça 7 de Setembro.

O Cais Pedro de Barros foi cenário de importantes acontecimentos sociais da Capital Potiguar. Era ele frequentemente enfeitado com bandeirinhas, e especialmente preparado para embarques e chegadas de pessoas ilustres, principalmente políticos.

Com o passar do tempo e o avanço dos meios de transportes, o pequeno cais foi desativado para o uso de passageiros, e transformado em um simples ponto de descarga de mercadorias. Posteriormente o cais, que se achava semiabandonado, foi reconstruído com uma rampa de desembarque, recebendo ainda um gradil de ferro, para proteção.

Augusto Tavares de Lira

Em seguida, o cais recebeu uma nova denominação, passou a chamar-se Tavares de Lira, que é o mesmo topônimo da avenida que lhe dá acesso. A nova denominação, que perdura até os nossos dias, foi uma homenagem prestada a Augusto Tavares de Lira, ilustre político norte-rio-grandense.

Augusto Tavares de Lira nasceu em 1872, no então povoado de Macaíba, RN. Homem de moral inabalável, prudente, modesto e sereníssimo, foi ele professor de história, no Atheneu Norte-Rio-Grandense, deputado estadual e federal, governador do Estado, senador da República, ministro de Estado em duas gestões, professor de Direito, ministro do Tribunal de Contas e historiador eminente; tendo inclusive, o seu nome inscrito no Livro do Mérito Nacional.

Tavares de Lira publicou uma longa série de monografias, baseado em documentação segura. Em 1921, ele escreveu o livro “História do Rio Grande do Norte”, descrevendo os mais importantes fatos de nossa História, fonte confiável, utilizada com segurança por pesquisadores até os dias atuais.

Casou-se, em 21 de janeiro de 1902, com dona Sofia Maranhão, filha do então senador Pedro Velho. A cerimônia realizou-se em Natal, na capela da Fábrica de Tecidos. Os noivos foram, em seguida recepcionados na residência dos pais da noiva.

Tavares de Lira faleceu aos 86 anos de idade, no Rio de Janeiro.

O Cais Tavares de Lira sofreu uma reforma, sendo reativado como local de embarque e desembarque de passageiros, que fazem a travessia Ribeira-Redinha-Ribeira. Voltou o cais a ser utilizado, tanto pela população natalense como pelos turistas, que passaram assim a contar com mais uma opção de lazer, navegando pelas águas mansas do Potengi.

Atualmente, esse transporte fluvial de passageiros no Cais Tavares de Lira não existe mais.


IMAGEM: pintura de Francisco Eduardo

Jeanne Nesi

Jeanne Nesi

Superintendente do IPHAN-RN, Sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do RN, e Sócia correspondente do Instituto Histórico Geográfico e Arqueológico de PE. Fundou a Folha da Memória, com periodicidade mensal. Publicou cinco livros, sendo dois como co-autora. Publicou folhetos, folders e cordéis e mais de 300 artigos sobre o assunto em uma coluna semanal no jornal Poti, na Folha da Memória e em revistas do IHGRN.
Atualmente aposentada, mas sempre em defesa do patrimônio histórico.

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