“Airerê e Kilezum” é um espetáculo de Teatro e Dança que conta a história de um amor impossível entre um pássaro (Airerê) e um lagarto (Kilezum). Um deles habita o céu, o outro habita a terra. Os dois se apaixonam, mas Airerê não pode descer, pois a família do lagarto está pronta para devorá-lo e Kilezum, sendo lagarto, não pode voar.
A dramaturgia de “Airerê e Kilezum” se inspira, muito livremente, no conto “Do amor de um pássaro por um lagarto”, de Gero Camilo, presente no livro “A Macaúba da Terra” (2002), mas se estabelece, com profundidade, nos “estados de presença” do corpo. É das entranhas do movimento, puro e simples, que nasce o espetáculo, com seus conflitos e peripécias, fazendo emergir em nossa encenação uma história de amorosidades, paixões, luta, desapego, entrega, superações e gozos. O pano de fundo desta história é o sertão que trazemos na alma, um sertão que se estabelece no trânsito entre o lirismo romântico do que somos e a contação de história, com todos os seus aparatos simbólicos e ritualísticos.
A peça será encenada na outra quinta-feira (26), no Teatro Alberto Maranhão, a partir das 20h. Ingressos pelo Sympla (R$ 30 inteira e R$ 15 meia). Para compra de ingressos, basta clicar AQUI.
Ficha Técnica:
Direção: Makarios Maia
Elenco: Leônidas Oliveira e Robson Haderchpek
Dramaturgia: Makarios Maia, Robson Haderchpek e Leônidas Oliveira
Iluminação: Ronaldo Costa
Trilha Sonora: Caio Padilha e Sami Tarik
Música Tema: Caio Padilha
Operador de Som: Júnior Silvestre
Operação de Luz: Joan Vinícius do Nascimento
Produção: Jakeline Maros
Assistentes de Produção: Helena Saltoris, Laura Branco, Karyne Dias Coutinho e Nadja Rossana
Assistentes de Palco: Helena Saltoris, Joan Vinícius do Nascimento e Júnior Silvestre
Figurino: Pierre Keyth
Base de Pesquisa: Grupo Arkhétypos
Fotografia e Arte Gráfica: Editora Deu na Telha, Pablo Pinheiro
Proposta de Encenação:
“Airerê e Kilezum” é uma encenação de teatro e dança que faz uso das estratégias poéticas do corpo, do espaço, da beleza e do texto lírico, para trazer à cena a temática do amor. Sim. Este fenômeno complexo que faz a vida desterritorializada e encanta os seres humanos para lhes oferecer uma compreensão de si muito ampla, que se materializa no encontro, tanto com outros humanos, quanto com tudo o que pode nos mover na vida.
As estratégias de construção da cena do espetáculo são estabelecidas a partir de longos anos de pesquisas (acadêmicas e poéticas) de todos os envolvidos nessa construção, desde uma semiologia do encontro, que o teatro já estabelece como teatralidade fundamental, até o trabalho com os sentidos, os sonhos, o espaço e a beleza.
Providencialmente, escolhemos a inspiração numa textura de agreste, que marca com violência o imaginário egocentrado da solidão que vive a sociedade contemporânea, mas que também está no desafio que o texto de Camilo nos propõe: “ao amor, se pede ou não conveniências?” Da mesma forma, este agreste está nos artistas que se juntaram para fazer este poema cênico dedicado ao ato de amar.
Em cena, vivendo tudo o que precisa ser vivido, estão dois homens maduros, dois artistas expressivos, dois atores/dançarinos, que se dedicam, desde muito jovens, à compreensão dos seus corpos, de todos os corpos e de todas as maneiras com que os corpos agem, em favor da performance poética. Na construção da encenação, outras criaturas que vivem isso, desde que o mundo existe. Desde que os lagartos saem das locas das pedras, nos lamaçais de Nanã, desde os dias em que os pássaros ocuparam os céus e criaram ninhos de voos.